As 14



Estava quieta.
Juro!
Olhava só para frente.
Nem usava óculos
Não queria enxergar melhor.
Mesmo.
E a vontade de ver bateu em mim
Sem saber ao certo se era bom ou ruim.
Veio de dentro.
Puro.
Frio na barriga.
Quis pentear o cabelo, até.
E penteei.
Penteei o cabelo, passei blush,
Perfume cítrico, batom vermelho.
A sociedade impõe que se vista bem.
Que se vista para se despir.
Olha só!
Sociedade essa que condena quem (por opção talvez),
Deseje ficar só.
Não é todo mundo que faz diário de bordo sobre seus passos nas últimas 24 horas.
E é aí que se sangra.
Coração bobo.
Se ilude com sorrisos de gratidão,
Bate na cadência acelerada,
Quando os tímpanos reconhecem palavras.
Cheguei.
Já são 14:00 hs
Hora de ver de perto quem me faz sair dos trilhos.
Trilhos como sempre, levam a lados opostos.
Céu, inferno.
Feche os olhos, onde vamos?
Ao paraíso da estabilidade
Ou
A emoção do efeito Ovomaltine
(instantâneo, lembra?)
Não é pecado o querer
Não é erro.
Tenho consciência da ferida,
Mas deixe-me viver.
Se dê ao luxo de viver também.
O medo é óbvio
Mas, pra que deixar a memória de nosso cérebro,
Guardar sempre as mesmas histórias?
Amo a quem quiser,
Da maneira que desejar,
Mas não culpo ninguém por isso!

Autor: Conceição Ledi


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