ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PRESTADA AO PACIENTE IDOSO PORTADOR DE OSTEOPOROSE



ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PRESTADA AO PACIENTE IDOSO PORTADOR DE OSTEOPOROSE

 

Dayane Oliveira de Almeida1

Thiara Bruna2

 

 

Resumo:

 

Este artigo tem como abordagem a osteoporose que é uma doença que causa o enfraquecimento progressivo dos ossos, pela perda de cálcio e massa óssea sendo uma das principais causas de invalidez nas pessoas idosas. O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, incluindo várias referências teóricas com publicações recentes, o mesmo é de caráter exploratório e abordagem qualitativa. Serão enfatizados aspectos importantes da ação do profissional enfermeiro ao paciente portador de osteoporose, no intuito de oportunizar aos mesmos o aumento da auto confiança e estima, fazendo com que eles se sintam valorizados e amados minimizando os efeitos e transtornos decorrentes da patologia. O enfermeiro deve trabalhar com foco no cuidado do paciente idoso, pois o seu papel é promover o bem-estar deste, harmonizando e transformando as forças da natureza, na tentativa de ampliar os limites que ela impõe, lembrando que a aplicabilidade do cuidar é também a capacidade de ser frágil.

 

Palavras-chave: Osteoporose, Idoso, Assistência de Enfermagem.

 

 

THE NURSING CARE DELIVERED TO ELDERLY PATIENTS WITH OSTEOPOROSIS

 

Abstract:

 

This article has the approach to osteoporosis is a disease that causes the progressive weakening of the bones, loss of calcium and bone mass are a major cause of disability in older people. This study deals with a literature review, including several theoretical references to recent publications, it is exploratory in nature and qualitative approach. Will be emphasized important aspects of the action of professional nurses to the patient with osteoporosis, in order to nurture them to the increased confidence and self esteem, making them feel valued and loved minimizing the effects and inconvenience arising from the disease. The nurse must work with focus on the care of elderly patients, because its role is to promote the welfare of this, harmonizing and transforming the forces of nature, in an attempt to expand the limits it imposes, pointing out that the applicability of care is also the ability to be fragile.

 

Keywords: Osteoporosis, Elderly, Nursing Care.

 

 

INTRODUÇÃO

 

A osteoporose é uma doença que causa o enfraquecimento progressivo dos ossos, pela perda de cálcio e massa óssea. Surge com o avançar da idade e pode causar fraturas mesmo com traumatismos leves como uma pequena queda, apoiar-se na janela, tossir ou carregar objetos mais pesados. É uma das principais causas de invalidez nas pessoas idosas. Na maioria das vezes a doença não causa nenhum sintoma, nem mesmo dor, e evolui até que ocorra uma fratura. Os locais mais comuns de fratura são as vértebras, o quadril e o punho. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA, 2008)

A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica caracterizada por uma diminuição da massa óssea e deterioração de microarquitetura do tecido ósseo, com o conseqüente aumento da fragilidade esquelética e susceptibilidade a fraturas. Essa definição implica que o diagnóstico pode e deve ser feito antes que uma fratura por fragilidade ocorra, tornando-se isto um desafio para o clínico. Assim a prevenção da fratura é a meta fundamental na abordagem de mulheres na menopausa e indivíduos idosos. (LITVOC, 2004)

Sabe-se que o envelhecimento é inevitável e irreversível, partindo desse pressuposto faz-se necessário a importância da escuta ativa e do cuidado para com os idosos, pois cada indivíduo é único e tem necessidades e valores específicos, precisamos compreendê-lo na sua singularidade e necessidades para que ele se sinta reconhecido e considerado.

Os profissionais de enfermagem devem estar preparados para atuar junto ao paciente frente as dificuldades do individuo idoso portador de osteoporose, quanto aos cuidados que devem ser prestados ao mesmo a fim de minimizar os efeitos e transtornos que tal patologia pode causar.

O presente artigo trata-se de uma revisão bibliográfica, incluindo várias referências teóricas com publicações recentes, o mesmo é de caráter exploratório e abordagem qualitativa. A pesquisa bibliográfica objetiva explicar a importância da assistência de enfermagem prestada ao paciente idoso portador de osteoporose a partir de referências teóricas publicadas.

Em suma abordaremos aspectos importantes da ação do profissional enfermeiro ao paciente portador de osteoporose, no intuito de oportunizar aos pacientes idosos o aumento da auto confiança, da auto estima, fazendo com que eles se sintam valorizados e amados no sentido de minimizar os efeitos e transtornos decorrentes da patologia.

DESENVOLVIMENTO

Para LITVOVC (2004), o envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, no qual as alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas que ocorrem vão limitando progressivamente o organismo, tornando mais susceptível as agressões intrínsecas e extrínsecas que terminam por levá-lo a morte. Segundo o International Institute of Ageing, 1993, indivíduos com mais de 60 anos passarão de 11% em 1950 para 25% em 2025. Estima-se que, atualmente, cerca de um milhão de pessoas cruzam a barreira dos 60 anos de idade, a cada mês, em todo o mundo. Isso leva a uma mudança importante na estrutura etária das populações de praticamente todos os países.

Segundo FREITAS (2006), a osteoporose é uma desordem esquelética crônica e progressiva, de origem multifatorial, que acomete as pessoas idosas, tanto homens quanto mulheres, principalmente após a menopausa. Caracteriza-se por resistência óssea comprometida, predispondo a um aumento do risco de fratura, dor, deformidade e incapacidade física. A resistência óssea reflete a integração entre densidade óssea e qualidade óssea, que por sua vez é determinada por vários fatores: microarquitetura trabecular interna, taxa de remodelamento ósseo, macroarquitetura, acúmulo de microdanos, grau de mineralização e qualidade da matriz. É comum conceituar OP como sendo sempre o resultado de perda óssea. Entretanto, uma pessoa que não alcançou seu pico máximo durante a infância e a adolescência, por desnutrição ou anorexia nervosa, por exemplo, pode desenvolver OP sem ocorrência da perda óssea acelerada. Portanto, otimizar o pico de massa óssea na infância e adolescência é tão importante quanto à perda óssea no idoso.

 

SMELTZER (2005), com o envelhecimento da população, a incidência de fraturas (mais de 1,5 milhão de fraturas por ano), de dor e incapacidade associadas à osteoporose está aumentando. A taxa de mortalidade 1 ano depois da fratura do quadril é de 20%. Dois terços de pacientes com fratura de quadril nunca recuperam seu nível de funcionamento pré-fratura. A osteoporose é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a “Epidemia Silenciosa do Século”, e atualmente um problema de saúde pública no mundo inteiro devido ao aumento na expectativa de vida das populações. É uma doença de grande impacto devido à sua alta prevalência e grande morbimortalidade. No Brasil, somente uma a cada três pessoas com osteoporose é diagnosticada e, dessas, somente uma em cada cinco recebe algum tipo de tratamento, com uma taxa anual de aproximadamente 100 mil fraturas de quadril.

De acordo com o MINISTÉRIO DA SAUDE (2007), com a osteoporose, os ossos se se tornam cada vez mais porosos, quebradiços e frágeis; eles se fraturam com facilidade sob impactos que não quebrariam os ossos normais. Com freqüência, a osteoporose resulta em fraturas por compressão das vértebras torácicas e lombares, fraturas do colo e região intertrocantérica do fêmur e fraturas de Coles do punho. Para COTRAN (2000), o distúrbio pode ser localizado em um determinado osso ou região, como na osteoporose por desuso de um membro, ou atingir todo o esqueleto, como uma manifestação de uma doença óssea metabólica. Quando o termo osteoporose é usado de maneira não qualificada, em geral refere-se às formas mais comuns, a osteoporose senil e pós-menopáusica, nas quais a perda crítica de massa óssea torna o esqueleto vulnerável a fraturas.

A instalação da osteoporose resulta de anos de perda óssea. Pode ser classificada em primária, que não apresenta causa bem definida; e secundária, quando é decorrente de uma causa bem definida, como: uma formação óssea adequada nas duas primeiras décadas de vida é fundamental para se evitar a osteoporose, sendo que o pico da massa óssea é atingido entre a adolescência e os 35 anos de idade, sendo 20 a 30% maior nos homens e 10% maior nos negros. A genética contribui com cerca de 70% para o pico de massa óssea, enquanto o restante fica por conta da ingestão de cálcio, exposição ao sol, exercícios físicos e época de puberdade - aproximadamente 60% da massa óssea são formados durante o desenvolvimento puberal. Alguns anos após a formação óssea máxima, inicia-se uma redução progressiva, com uma média de perda de 0,3% ao ano para os homens e 1% ao ano para as mulheres. Na pós-menopausa ocorre uma diminuição acelerada da massa óssea, a qual pode ser até 10 vezes maior do que a observada no período de pré-menopausa, sendo que nos primeiros 5 a 10 anos que seguem a última menstruação, essa perda pode ser de 2% a 4% ao ano para osso trabecular e de 1% ao ano para o osso cortical. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007)

A detecção dos fatores de risco é de maior utilidade para os cuidados de saúde pública do que para o indivíduo isoladamente. Os fatores de risco mais importante para a osteoporose são: a raça branca, a história familiar da osteoporose, a pequena estatura e magreza, o sexo feminino, a menopausa precoce e ooferectomia, o sedentarismo, a imobilização, a deficiente ingestão de alimentos ricos em cálcio, a ingestão excessiva de álcool, de café, de proteínas e de sódio, o hábito de fumar e o uso de medicamentos. Em relação às fraturas os fatores de risco mais importantes são as quedas e a redução da massa óssea. A diminuição da massa óssea deve-se fundamentalmente as três causas: baixo pico de massa óssea na idade adulta, resultante de fatores genéticos, mas também da ingestão insuficiente de cálcio e da falta de exercícios, perda da massa óssea com a idade, particularmente na mulher pós-menopausa e no hiperparatireoidismo secundário dos indivíduos idosos (principalmente os que vivem institucionalizados em lugares para terceira idade). Este hiperparatireoidismo secundário ao envelhecimento é condicionado por um déficit de vitamina D devido à pequena exposição à luz solar; a uma baixa ingestão de cálcio elementar; e a uma diminuição da absorção intestinal de cálcio, podendo reverter-se com a suplementação de cálcio e de vitamina D.  (LITVOC, 2004).

Segundo KAUFFMAN (2001), após a fase de perda óssea causada pela privação do estrogênio, em geral ocorre perda óssea relacionada á idade de cerca de 1% ao ano. Esta perda pode ser combatida otimizando-se a ingestão de cálcio e de vitamina D. Resumindo, se a ingestão de cálcio ou sua absorção pelo intestino (que é facilitada pela vitamina D) for inadequada, o corpo utiliza o esqueleto como reservatório de cálcio, de modo a manter os níveis séricos de cálcio. Com o passar dos anos, as retiradas contínuas do “banco esqueleto” resultam em perda óssea e, potencialmente, em osteoporose.

As mulheres brancas não-obesas e com pequena estrutura estão em risco máximo para a osteoporose. Da mesma forma, as mulheres asiáticas de constituição leve estão em risco para a densidade mineral óssea máxima baixa. As mulheres afro-descendentes que possuem uma massa óssea maior que as mulheres brancas, são menos suscetíveis à osteoporose. Homens apresentam uma massa óssea máxima maior e não sofrem redução de estrogênio súbita. Em conseqüência disso, a osteoporose ocorre em homens em uma velocidade menor e em uma idade mais avançada. Entretanto, foi determinado que a testosterona e o estrogênio são importantes na obtenção e manutenção da massa óssea em homens (SMELTZER, 2005).

FREITAS (2006), diz que os fatores genéticos são responsáveis por 85% da variância interpessoal da densidade mineral óssea (DMO). Embora a maioria dos estudos genéticos seja realizada com mulheres, recentes trabalhos sugerem que a história familiar positiva de fratura é também importante na detecção da DMO em homens. As mulheres geralmente consomem menos cálcio em suas dietas porque é muito provável que elas evitem os produtos lácteos, por receio de engordar. Muitas mulheres são adeptas crônicas de dieta; dessa forma, consomem alimento insuficientes para assegurar um aporte de cálcio adequado. As mulheres têm menos massa óssea, porém vivem mais. Elas também podem depletar um pouco de cálcio do corpo do corpo durante a gravidez e a lactação. A perda óssea continua a ocorrer com o aumento da idade (SPIRDUSO, 2005).

Para NETO (2005), a redução da atividade física também leva a uma redução da massa óssea, podendo a perda de cálcio atingir 200 a 300 mg/dia nos idosos em repouso absoluto no leito. A imobilidade contribui para o desenvolvimento da osteoporose. Quando imobilizado por aparelhos gessados, inatividade geral, paralisia ou outra incapacidade, o osso é reabsorvido mais rapidamente que formado, resultando em osteoporose (SMELTZER, 2005).

 

Segundo NETO (2005), o metabolismo do cálcio sofre importantes mudanças no processo de envelhecimento, especialmente no período da menopausa, quando vários fatores precipitam o seu balanço negativo e a aceleração da perda da massa óssea. A ingestão e a absorção de cálcio estão diminuídas com a idade, provavelmente por diminuição dos níveis de vitamina D, que por sua vez, pode ser decorrente da redução da exposição á luz solar e fundamental para a ação da vitamina D, ao promover a absorção intestinal de cálcio. FREITAS 2006, afirma que nos idosos, a síntese cutânea da vitamina D é bem menor, quando comparada com os jovens, devido ao envelhecimento da pele. Soma-se o fato de permanecerem mais em casa e, quando saem, cobrirem mais seus corpos com roupas, constituindo-se num grupo de risco para a deficiência de vitamina D.

O álcool e o tabaco constituem dois fatores de risco para a OP, contribuindo para a perda da massa óssea e para as fraturas, parecendo ser os seus defeitos deletérios para a massa óssea aditivos. Em relação ao tabaco, demonstrou-se que as mulheres que fumam um maço de cigarros por dia atingem a menopausa com um déficit de cinco a 10% na densidade óssea, sendo suficiente para aumentar o risco de fratura. A mulher fumante tem a menopausa um a dois anos mais cedo e perde massa óssea mais rapidamente na pós-menopausa do que a não fumante, parecendo ser devido à diminuição das concentrações séricas dos estrogênios. Por fim, os estrogênios, quando usados no tratamento da osteoporose, são menos eficazes na mulher tabagista do que naquela que não fuma (LITVOC, 2004).

Para se estabelecer o diagnóstico da OP é fundamental a história clínica minuciosa com investigação dos fatores de risco para a osteoporose e para fraturas. Deve-se considerar a avaliação de mulheres na pós-menopausa que apresentam um ou mais fatores de risco citados anteriormente e após os 65 anos independentemente da presença de fatores de risco. Uma boa história clínica e o exame físico são especialmente úteis para excluir as causas secundárias. A osteoporose é uma doença assintomática, e geralmente o primeiro sinal é a fratura, que representa o agravamento da doença, sendo as mais freqüentes as da coluna lombar, colo do fêmur e 1/3 médio do rádio. No diagnóstico por imagens, são utilizadas radiografias e a densiometria óssea. O exame radiográfico pode mostrar diminuição da densidade óssea, porém, só detectam alterações quando a perda for superior 30%, sendo baixa sua sensibilidade diagnóstica (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007).

 

Para SMELTZER (2005), uma dieta balanceada e adequada, rica em cálcio e vitamina D, durante toda a vida, com, aumento na ingesta de cálcio durante a adolescência, fase de adulto jovem e a meia-idade, protege contra a desmineralização esquelética. Tal dieta incluiria três copos de leite desnatado ou integral, enriquecido com vitamina D, ou outros alimento ricos em cálcio (p. ex., queijo e outros derivados do leite, brócolis cozido ao vapor, salmão com espinha enlatado) por dia. Para garantir a ingesta adequada de cálcio, pode ser prescrito um suplemento de cálcio (p. ex., Caltrate, Citrocal) e consumido com as refeições ou com uma bebida rica em vitamina C para promover a absorção. A dose diária recomendada deve ser desdobrada e não ingerida como dose única. Os efeitos colaterais comuns dos suplementos de cálcio são a distensão abdominal e a constipação. A atividade física, exercida com freqüência e continuidade, é importante em um programa terapêutico por remover resultados positivos sobre o esqueleto ósseo.

A Terapia de Reposição de Estrogênio (TRE) continua a ser o procedimento-padrão na prevenção e no tratamento da osteoporose. Quando a TRE é iniciada por ocasião da menopausa, reduz a ocorrência de fratura osteoporótica em até 50%. O tratamento com a TRE evita perda óssea adicional, de modo que pode ser benefício mesmo nos casos em que houve perda óssea significativa. Entretanto, esta terapia pode não ser bem aceita, pois algumas mulheres não desejam utilizá-la, devido a seus efeitos colaterais, tais como o sangramento vaginal e o maior potencial de risco de câncer de mama. Atualmente, calcula-se que até 25% das TER’s prescritas não sejam seguidas.

O alendronato é o agente mais recentemente aprovado para o tratamento da osteoporose. Estas substâncias também aumentam a massa óssea, diminuindo a reabsorção óssea, e que reduz em cerca de 50% a ocorrência de novas fraturas. Este tratamento encontra-se disponível na forma oral e, em muitas mulheres, provoca menos efeitos colaterais do que a TRE. Entretanto, existe um esquema rigoroso a ser seguido: deve ser consumido com estômago vazio 30 minutos antes das refeições, e o paciente deve permanecer de pé durante esse período. Existem relatos de irritação esofágica e a dor abdominal associadas ao alendronato (KAUFFMAN, 2001).

O tratamento da osteoporose é essencialmente de longa duração. Pessoas com massa óssea estável ou com ganhos devem ser encorajadas a continuar o tratamento. A decisão final sobre a duração e o tipo da terapia deve basear-se no julgamento clínico e individualizado de cada caso, considerando suas características, necessidades e possibilidades (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

 

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

 

A promoção da saúde, a identificação das pessoas em risco de osteoporose e o reconhecimento de problemas associados à osteoporose formam a base para o histórico de enfermagem. A história de saúde inclui perguntas relativas à ocorrência da osteopenia e osteoporose, focalizando a história familiar, fraturas prévias, consumo de cálcio na dieta, padrões de exercício, início da menopausa e uso de corticosteróides, bem como álcool, tabaco e ingestão de cafeína. São explorados quaisquer sintomas que o paciente esteja apresentado, como dor lombar, constipação ou imagem corporal alterada. O exame físico pode revelar uma fratura, cifose da coluna torácica ou estrutura encurtada. Os problemas na mobilidade e respiração podem existir em conseqüência das alterações na postura e músculos enfraquecidos. (DU GAS, 2005)

 

As principais metas para o paciente podem incluir o conhecimento sobre a osteoporose e o regime de tratamento, alívio da dor, melhora da eliminação intestinal e ausência de fraturas adicionais. O ensino do paciente focaliza os fatores que influenciam o desenvolvimento da osteoporose, prescrições que interrompem ou lentificam o processo e medidas para aliviar os sintomas. É importante o ensino do paciente relacionado com a terapia medicamentosa. Como os sintomas gastrintestinais e a distensão abdominal são efeitos colaterais freqüentes dos suplementos de cálcio com as refeições. (DOENGES, 2003)

 

O alívio da dor lombar decorrente da fratura por compressão pode ser realizado através de repouso no leito em decúbito dorsal ou decúbito lateral. O colchão deve ser firme e não-deformante. A flexão do joelho aumenta o conforto ao relaxar os músculos das costas. A enfermeira instrui o paciente a mover o tronco em bloco e a evitar a torção. O paciente retoma gradualmente as atividades à medida que a dor diminui.

 

A constipação é um problema relacionado com a imobilidade e medicamentos. A instituição precoce de uma dieta rica em fibras, líquidos aumentados e o uso de emolientes fecais prescritos ajudam a evitar ou minimizar a constipação.

 

A atividade física é essencial para fortalecer os músculos, melhorar o equilíbrio, evitar a atrofia por desuso e retardar a desmineralização óssea. As pessoas idosas caem freqüentemente em conseqüência dos perigos ambientais, distúrbios neuromusculares e sensoriais, respostas cardiovasculares diminuídas e respostas aos medicamentos. O paciente e a família precisam ser incluídos no planejamento do cuidado e regimes de tratamento preventivos. Por exemplo, o ambiente domiciliar deve ser avaliado para a segurança e eliminação dos perigos potenciais (p. ex., tapetes soltos, escadas e ambientes cheios de móveis, brinquedos no chão, animais de estimação de pequeno porte). Um ambiente seguro pode ser então criado (p. ex., escadas bem iluminadas com corrimãos seguros, barras de segurança no banheiro, calçados com adaptação apropriada). Outros aparelhos de segurança, como os protetores de quadril, têm sido empregados para diminuir o impacto da queda e reduzir a incidência de fratura de quadril. (SMELTZER, 2005)

 

DIAGNÓSTICOS E PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM

 

1.            Constipação, relacionada a efeitos colaterais da terapia medicamentosa.

 

·                   Auscultar os sons intestinais;

·                   Monitorizar a ingestão e débito com especial atenção à ingestão alimentar/hídrica;

·                   Encorajar a ingestão de líquidos, conforme a tolerância cardíaca;

·                   Recomendar a suspensão de alimentos formadores de gases;

·                   Discutir o uso de emolientes fecais, estimulantes suaves, laxantes formadores de fibras ou enemas, conforme indicado. Monitorar a eficácia.

 

2.            Risco para Trauma, relacionado à perda de integridade esquelética (fraturas).

 

·                   Manter repouso no leito/membro em repouso, como indicado;

·                   Apoiar as articulações acima e abaixo do local da fratura, especialmente quando se movimentando/virando;

·                   Colocar uma tábua (ou superfície dura) debaixo do colchão ou colocar o paciente em uma cama ortopédica;

·                   Apoiar o local da fratura com travesseiros/cobertores dobrados;

·                   Administrar medicação conforme prescrito.

 

3.            Dor (aguda), relacionada a movimentos dos fragmentos ósseos, edema e lesão do tecido mole, possivelmente evidenciado por relatos de dor.

 

·                   Manter a imobilização da parte afetada por meio do repouso no leito, gesso, tala, tração;

·                   Elevar e apoiar a extremidade lesada;

·                   Evitar o uso de lençóis plásticos/travesseiros embaixo dos membros com gesso;

·                   Elevar as cobertas da cama; manter os lençóis fora dos dedos dos pés;

·                   Avaliar/documentar os relatos de dor/desconforto, anotando a localização e as características, incluindo intensidade (escala de 0-10), aliviando e agravando os fatores;

·                   Encorajar o paciente a discutir os problemas relacionado à lesão;

·                   Medicar antes das atividades de cuidado.

 

4.            Mobilidade Física Prejudicada, relacionada à dor/desconforto ou terapias restritivas (membro imobilizado), possivelmente evidenciado por diminuição da força/controle muscular.

 

·                   Avaliar o grau de imobilização produzido pela lesão/tratamento e observar a percepção do paciente quanto à imobilização;

·                   Encorajar a participação nas atividades de diversão/recreação;

·                   Instrui/ajudar o paciente nos exercícios de amplitude de movimentos ativos/passivos nas extremidades afetadas e não afetadas;

·                   Encorajar exercícios isométricos, começando com o membro não afetado;

·                   Ajudar/encorajar as atividades de autocuidado;

·                   Fornecer tábua para os pés, tala para os pulsos, coxins para o trocanter/mãos, quando apropriado.

 

5.            Déficit de Conhecimento acerca de Condição, Prognóstico, Tratamento, Autocuidado e Necessidade de Alta, relacionado à informação mal-interpretada.

 

·                   Revisão de patologia, prognóstico e expectativas futuras;

·                   Discutir as necessidades dietéticas;

·                   Discutir o regime medicamentoso individual de forma apropriada;

·                   Reforçar os métodos de mobilidade e deambulação conforme instrução do fisioterapeuta, quando indicado;

·                   Listar as atividades que o paciente possa realizar independentemente e aquelas que requerem ajuda;

·                   Discutir a importância das consultas de acompanhamento clínico e terapêutico.

 

 

 

CONSIDERAÇOES FINAIS

 

Com esta pesquisa bibliográfica foram identificados fatores predisponentes e desencadeantes do estresse e do sofrimento enfrentado pelos idosos que tem osteoporose.

 

Os profissionais da área de enfermagem ao cuidar do paciente com osteoporose, se encontram frente a uma responsabilidade em promover e proporcionar a promoção e o cuidado ao paciente nesta fase da vida. É válido ressaltar que dentro da potencialidade do investir e do cuidar é preciso inserir a família e o paciente, entendendo que os mesmos são atores fundamentais nesse processo.

 

Quando suprimos à liberdade física e psicológica, real de um ser humano, não significa dar-se por satisfeito. A tecnologia pode ser colocada a disposição da manutenção da vida humana, mas é imprescindível à análise do cuidado intensivo ao paciente idoso. Entretanto o profissional deve estar preocupado e atento as necessidades fisiológicas básicas do mesmo, afirmando e reconhecendo-o como digno de amor.

 

Através das intervenções, o profissional de enfermagem deve levar o paciente idoso a compreender quais são as características dessa fase da vida e que as perspectivas de viver bem, com qualidade e prazer existem e poderão ser atingidas.

 

O enfermeiro deve trabalhar com foco no cuidado do paciente idoso, pois o seu papel quando opta pelo cuidado, é promover o bem-estar do mesmo harmonizando e transformando as forças da natureza, na tentativa de ampliar os limites que ela impõe, lembrando que a aplicabilidade do cuidar é também a capacidade de ser frágil.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COTRAN, Ramzi S; KUMAR, Vinay; COLLINS, Tucker. Robbins – Patologia Estrutural e Funcional. 6ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

 

Diagnósticos de Enfermagem da NANDA. Definições e classificações 2007/2008. Editora Artmed. Porto Alegre, 2008.

 

DOENGES, Marilynn E.; MOORHOUSE, Mary F.; GEISSLER, Alice C. Planos de Cuidado de Enfermagem. 5ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

 

DU GAS, Beverly W. Enfermagem Prática. 4ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

 

FREITAS, Elizabete V; PY, Ligia; CANÇADO, Flávio A. X.; DOLL, Johannes; GORZONI, Milton L. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

 

KAUFFMAN, Timothy L. Manual de Reabilitação Geriátrica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

 

LITVOC, Júlio; BRITO, Francisco C. Envelhecimento: Prevenção e Promoção da Saúde. São Paulo: Atheneu, 2004.

 

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa. Série A: Normas e Manuais Técnicos – Caderno de Atenção Básica nº 19. Brasília, 2007.

 

NETO, Mateus. P. Gerontologia: A Velhice e o Envelhecimento em Visão Globalizada. São Paulo: Atheneu, 2005.

 

POTTER, Patrícia A.; PERRY, Anne G. Fundamentos de Enfermagem. 5ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

 

SMELTZER, Suzanne C; BARE, Brenda G. Brunner & Suddarth – Tratado de Enfermagem Médico – Cirúrgica. 10ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

 

SPIRDUSO, Waneen W. Dimensões Físicas do Envelhecimento. São Paulo: Mande, 2005.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA. Osteoporose. Disponível em: www.sbgg.org.br/.  Acesso: em 23/09/2008.

 

1 Acadêmica da Graduação enfermagem, 6º semestre

2 Acadêmica da Graduação enfermagem, 6º semestre

 

 

 

 


Autor: Thiara Bruna


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