ERNESTO BOZZANO



Dados pessoais:
Nome: Ernesto Bozzano
Nascimento: 1861, em Gênova, Itália.
Homem: cientista, filósofo e espírita.
Desencarne: 7 de julho de 1943, na mesma cidade.
ERNESTO BOZZANO Autobiografia

No interesse de seus leitores, a International Psychic Gazette, de Londres, pediu-me um estudo autobiográfico, no qual, acima de tudo, relate as circunstâncias que me levaram a interessar-me pelas pesquisas psíquicas. Cedo de boa vontade ao pedido, reconhecendo que a história das conversões filosóficas contém sempre ensinos valiosos para os que a lêem.
Digo “conversões filosóficas” muito de intento, porque a minha o foi na mais ampla expressão do termo.
Nasci em Gênova, Itália, em 1862 e a minha vida carece literalmente de episódios biográficos, pois tem sido a de um ermitão.
Nunca fiz outra coisa senão estudar. Na mocidade, todos os ramos do conhecimento, atinentes às artes e ciências, exerceram igualmente irresistível fascinação sobre mim, tornando-me até difícil seguir um caminho na vida. Decidi-me, finalmente, pela Filosofia e Herbert Spencer foi o meu ídolo.

Tornei-me um positivista-materialista convicto a tal ponto que me parecia incrível existissem pessoas de cultura intelectual, dotadas normalmente de senso comum, que pudessem crer na existência ou na sobrevivência do espírito.

Não somente pensava assim como até escrevia audaciosos artigos em apoio de minhas convicções. A lembrança de tal proceder me faz indulgente e tolerante para com uma classe particular de antagonistas que, de boa fé, sustentam ser capazes de refutar as rigorosas conclusões experimentais a que tem chegado o neo-espiritualismo, opondo-me às induções e deduções da Psicofisiologia, nas quais eu acreditava há 40 anos passados. ERNESTO BOZZANO cientista espirita

É preciso que se compreenda que, nos tempos a que me refiro, eu nada conhecia das investigações mediúnicas ou do Espiritismo, com exceção de breves artigos que eu lia nos jornais, sem lhes prestar maior atenção e nos quais se apontavam estratagemas de médiuns e se comentava piedosamente a credulidade dos espíritas.

Cientistas Espiritas - Cientistas Espiritas - Cientistas Espiritas
Aconteceu, porém, que no ano de 1891 o professor Th. Ribot, diretor da Revue Philosophique, me escreveu comunicando a próxima publicação de uma nova revista sob o título de Annales des Sciences Psychiques, tendo como diretor o Dr. Darieux, antecessor do professor Charles Richet. Era uma revista que se propunha principalmente a colher e investigar certos casos curiosos de transmissão de pensamentos à distância, compreendidos sob a denominação de “fenômenos telepáticos”.
A misteriosa psicologia, oculta nestas frases, me atraiu a curiosidade, do mesmo modo que o nome do prof. Richet bastava para garantir a seriedade científica do empreendimento. Respon-di ao prof. Ribot, agradecendo-lhe a atenção e incluindo-me entre os assinantes da revista.
Devo sinceramente declarar que a leitura dos seus primeiros números produziu desastrosa impressão sobre o meu irreconciliável criterium positivista.

Parecia-me escandaloso que certos representantes da ciência oficial quisessem discutir seriamente a transmissão de pensamento de um continente a outro, as aparições de fantasmas telepáticos, como entidades reais, e casos atuais de assombração. O inibitivo poder das preconcepções tornara a minha faculdade de raciocinar inteiramente inacessível a tais idéias novas, ou, melhor, a tais fatos novos, pois realmente se tratava de fatos demonstrados cientificamente e rigorosamente documentados, embora eu não estivesse habilitado a assimilá-los.

Quando ainda era esse o meu estado mental, apareceu na Revue Philosophique um longo artigo do prof. Rosenbach, de São Petersburgo, Rússia, atacando com violência a “sacrílega intromissão deste novo misticismo” nos recintos da Psicologia oficial e explicando os novos casos pelas hipóteses da “alucinação”, das “coincidências fortuitas” e mais algumas de que não me lembro.

Tais refutações me pareceram tão deficientes e inábeis a produzir efeito contrário ao que me repugnava à mente, como o autor pretendia, que me convenci de que a questão era realmente de fatos.
Catalogava cada obra que lia, anotando os respectivos assuntos por ordem alfabética adequada, com a intenção de os utilizar para a classificação comparativa e a análise dos fatos e casos.
A excelência de semelhante método de investigação ficou de tal modo provada, que continuo a empregá-lo até à presente data. Guardo imorredoura lembrança desse período de fervorosas e perseverantes pesquisas, porque por meio delas me tornei capaz de assentar as minhas novas convicções espíritas sobre uma base cientificamente inabalável. Entre as obras que mais me influenciaram para a adoção de meu novo ponto de vista, mencionarei as seguintes:


• Robert Dale Owen: Footfalls on the Boundary of another World e The Debatable Land between this World and the Next;
• Epes Sargent: Planchette, the Despair of Science;
• Sra. de Morgan: From Matter to Spirit;
• Dr. N. B. Wolfe: Startling Facts in Modern Spiritualism.

Do ponto de vista da fenomenologia mediúnica e de efeitos físicos, as atas, redigidas pela Sra. Speer, das sessões experimen-tais com William Stainton Moses foram as que produziram maior
efeito persuasivo sobre as minhas convicções, em virtude da intervenção do espírito na fenomenologia, demonstradas nos comentários da Light de 1892 a 1893.
Fiquei assim apto a formar para mim mesmo um sólido co-nhecimento científico, tirado dos argumentos. Entendi, porém, que chegara o momento em que deveria confirmar os meus conhecimentos teóricos com investigações experimentais.
CONTINUA
http://adriloaz.blogspot.com/2009/02/emanuel-dispensa-priscila.html

Autor: Francisco Amado


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