A MÁQUINA "METEREOLÓGICA"



A MÁQUINA

“METEREOLÓGICA”

 

Em nossa igreja nos idos dos anos 60 tínhamos um missionário americano, o Rev. George Henderlite. Ele era de uma estatura incrivelmente alta.

 

Certo dia ele foi pregar em um dos cultos diários que tínhamos no salão nobre do Colégio XV de Novembro, no intervalo das aulas, e sua mensagem jamais foi esquecida pela maioria dos que a ouviram naquela manhã.

 

Para começar ele falou para os alunos:

 

-         Se prestarem muita atenção, em minha mensagem, sem fazerem barulho, quando terminar a mensagem vou mostrar para vocês uma máquina metereológica (não conseguiu pronunciar "meteorológica") que está aqui debaixo do púlpito.

 

Interessados no importante artefato científico que ia ser apresentado para eles, os alunos ficaram todos bem quietos e ele leu em Isaias: "A cama será tão pequena que ninguém poderá se deitar nela e o cobertor tão estreito que ninguém poderá cobrir-se com ele" (Isaias 28:20). E começou a introdução do sermão:

 

-         Ser alto pode ser coisa boa e pode não ser. Lá em casa, como sou muito alto, minha esposa sempre está me chamando e dizendo: Meu bem, vem pregar este prego aqui para eu botar um quadro que você é mais alto do que eu.

 

-         Quando estou no ponto do ônibus alguém sempre me fala: Senhor, diga qual é o ônibus que vem ali, que o senhor é mais alto do que eu.

 

-         Às vezes, aparece algum baixinho engraçadinho que pergunta: Ei, aí em cima está fazendo frio?

 

-         Mas o pior foi um dia que viajei de trem lá na Paraíba. Comprei uma cabine leito pensando que ia passar uma noite muito confortável, mas qual não foi minha surpresa quando me deitei na cama. Quando eu botava a cabeça na cama, as pernas ficavam do lado de fora. Quando eu botava os pés na cama, a cabeça ficava do lado de fora. Estava fazendo um frio medonho e o cobertor era tão estreito que eu não podia me cobrir com ele. Mas, como tudo na vida tem uma solução, finalmente descobri uma maneira de dormir. Botei a cabeça na cama, é claro, abri a janela do trem e botei os pés do lado de fora. Tudo ia muito bem até que chegamos na primeira estação. Quando os moleques viram aqueles dois pés tamanho 48 do lado de fora da janela do trem, vieram fazer cócegas nos meus pés.

 

Não é necessário dizer que toda a mensagem dele seguiu esta linha. Os alunos riam tanto que alguns quase não se agüentavam de tanto rir. Mas, mesmo assim, no final de sua mensagem o Rev. Henderlite resolveu mostrar sua máquina "metereológica". Abaixou-se, tirou de detrás do púlpito um pedaço de corda de cerca de 70 cm e mostrando-a para os alunos, com uma expressão de um verdadeiro professor de ciências, explicou:

 

-         Isto é a melhor máquina metereológica que existe. Quando vou dormir coloco-a do lado de fora da casa. No outro dia de manhã abro a porta, pego este pedaço de corda e o examino. Se estiver molhado, é porque choveu de noite. Se estiver enxuto é porque não choveu.

 

Debaixo de uma sonora, embora simpática vaia, nosso querido missionário retirou-se do salão nobre.
Autor: Paulo de Aragão Lins


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