Resenha do EP " Silence of a Guilty, Noise of the Lambs da banda UNLIFE.



Resenha do EP " Silence of a Guilty, Noise of the Lambs da banda UNLIFE.
 
 
"O que vamos tocar?", "Que som podemos usar como influência?". Essas são perguntas comuns na gênese de qualquer banda.
 
Contudo, quantas delas vão para o lado do clichê e pouco irão merecer reconhecimento da mídia por fazerem um som baseado em tudo que já existe? Uma parcela enorme. Apenas os que possuem coragem se habilitam a fugir do lugar comum.
 
E dentre esse mar de pessoas que resolvem tocar um som pesado, surgem alguns aventureiros que preferem quebrar correntes baseadas em linearidade, ou seja, nada do óbvio.
 
Unlife, vinda de São Paulo, não se limita a tocar apenas a junção do Metal com o Hardcore. Seus elementos vão além, trazendo traços de música circense, rock, ambiente e qualquer coisa que surgir na cabeça desses caras. Digo "caras", porém, possuem uma vocalista que realiza as melodias.
 
Japagirl, como é chamada, cativa o ouvinte com seu timbre suave e belíssimo. O responsável pelos gritos é o competente Cidobandido. Já perceberam que há senso de humor, certo? O trabalho em análise é o segundo da carreira da Unlife e foi intitulado "Silence of a Guilty, Noise of the Lambs".
 
A capa já mostra que algo divertido e confuso está por vir. Começando pela faixa título, a variação de linhas musicais domina claramente. Gritaria, vocais melódicos, som suave, distorção na guitarra, música de circo, tremolo picking, bateria insana, breakdowns, ambiente e dissonância. Pode ser mais caótico do que isso? Um começo excelente. "Smells Like Whitney Spears" inicia com um "E lá vamos nós...!". Única frase em português aqui.
 
Outra obra de arte, deixando evidente suas crenças cristãs. Tento imaginar como é a execução dela ao vivo - insana. "With Eyes Rolled Back Again", mais uma caoticagem, com direito a algumas brincadeiras durante a música. Por fim, minha faixa favorita, "Welcome to the Candy Church". Esta irá agradar aos fãs de Norma Jean em vários momentos. Porém, não é o peso o mais chamativo, mas sim as melodias vocais, seguidas por gritos enfurecidos e breaks.
 
Acabou a faixa? Claro que não. O final é belo, pois há uma criação de uma atmosfera ao mesmo tempo agressiva e suave. Ao acabar o curto EP, você sentirá vontade de ouvi-lo muitas vezes mais, pois é um banho de instrumental bem feito, desde o baixo (que possui vários momentos de destaque) até elementos eletrônicos, tudo isso com criatividade em alta, a chave fundamental para o reconhecimento. Precisa falar mais?
 
Nota: 9.5/10



Autor: Oxigenio Records


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