Diálogo do “sim” e “não”



 

- Sou o sim e o não!

- Sim ou não?

- É claro que sim!

- Talvez não...!

- Ora, não existe não pelo sim ou sim pelo não...!

- Pois é, mas um não às vezes quer dizer sim... Está em Dom Casmurro, Machado de Assis!

- E o sim antevendo o não?

- Pode ser que sim, como pode ser que não!

- Eu ainda acho que o não tem mais representatividade que o sim!

- Será? A melhor coisa é ouvir um sim, quando o não já se tornou habitual.

- O sim é abstrato, o não é concreto!

- Olha! O sim é o perdão, o não a punição!

- O sim foi o pecado, o não a pureza! “... não comerás do fruto proibido...”!

- A ditadura prega o não, a democracia o sim!

- Vê a justiça, o código é negar sempre: Não e não! Embora todos saibam que sim. Todo serial killer nega... Dizem que nada sabem!

- Isso é antitético demais; sim e não, não e sim...!

- Nessa vida tudo que é negável será aceitável!

- Sim, quer dizer não sei não!

- Os enamorados juvenis, por exemplo: ele, afoito diz que sim; ela comedida diz que não é a hora ainda. Casados; ela diz que quer mais sim, ele, já não tão afoito, diz que não consegue!

- Presta atenção, o não é moralista e pronto.  O sim é mais ético... Há diferença!

- Discordo. O sim é a ignorância, o não é a sabedoria  “...Tudo sei é que não sei de nada...” Sócrates.

- Não é que nada sei...?

- Aderiu à ideologia do não hein!

- Olha, a moral de tudo isso é que a vida sem o sim é um não sem fim e vice-versa!.


Autor: Sérgio Russolini


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