UMA PRECE, PARA A MINHA PRESSA



Se eu ñ tivesse tido tanta pressa,
Se eu ñ tivesse ido tão depressa,
talvéz, o meu campasso, fosse pastos verdejantes,
e o meu sorriso, como um riso radiante.
Talvéz as curvas da minha vida, ñ fosse tão sinuosas,
e as rosas, do meu jardim,
de vermelho tão escarlate.
Se eu ñ tivesse debochado da verdade,
e camuflado a luz do meu caminho,
talvéz, o meu bergaminho, ñ fosse em japonês,
e a escuridão da minha vida,
fosse como largas avenidas,
numa manhã de domingo.
Se eu ñ tivesse tido tanta pressa,
Se eu ñ tivesse ido tão depressa,
talvéz o rio das tuas lágrimas, ñ fosse rio corrrente,
e a sua torrente tão incessante,
Talvéz o teu semblante, fosse como o pôr do sol,
e o curso da tua história, como o raiar da primavera,
Quem dera!
eu pudesse voltar no tempo!
Quem dera...
                                            autoria: Murray

Autor: MIRO MURRAY


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