FUTURO DO PRESENTE




Quisera poder reviver o que deixei de viver,

Andar pelos caminhos que os descaminhos me afastaram.

Quisera poder regressar a minha forma primária,

Para apreciar a poesia de ser jovem, curtir as insônias,

Aprender a comer legumes e balancear os sabores do meu paladar.

Diante de absoluta impotência, o existir do meu presente,

Somente me é suportável pela onipresença do Criador.

 

Quem dera tivesse eu a ciência do futuro!

A frustração do passado teria sido evitada,

E os desacertos eliminados.

Mas, só a utopia faz-me desejar a prerrogativa do Supremo,

Que o bom senso me assegura ser inalcançável.

Nada a fazer, se o passado no passado,

Nem mesmo a onipotência divina se propõe recria-lo.

 

Pudera essa sensação contínua de ter deixado de se viver algo,

Afinal, o presente se tornará passado no próximo instante.

Resta-me vislumbrar o futuro,

Projetado pelos meus sonhos,

Ainda que imperceptível, inaudível e em parte intangível.

Contudo, o futuro do presente,

Não me pertence, repousa na onisciência de quem me criou.


Autor: WITTEMBERGUE RIBEIRO


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