Quando só um pouco de atenção basta



 

Você se importa com os outros? Costuma fazer o bem? É do tipo que ajuda sem esperar nada em troca? Tenho visto muita gente de coração bondoso ajudando aos mais necessitados com alimentos, roupas, calçados, remédios, moradia e outros bens de primeira necessidade. Isso é maravilhoso e deve continuar. No entanto, há momentos que a vida mais parece um balcão de negócios, onde fazemos mais por interesse que por amor. Dá-se um presente na expectativa de receber algo em troca; ajuda-se ao carente na esperança de receber perdão divino; doa-se dinheiro na expectativa de receber mais. Até mesmo os namorados, muitas vezes, dão carinho esperando retribuição do outro. O fato é que às vezes esquecemos de dar algo simples, porém, muitas vezes, mais importante que os bens materiais, a exemplo de um pouco de atenção, um olhar atencioso ou mesmo uma palavra de conforto.

 

Conheci um missionário francês de classe média que largou o conforto de seu lar na Europa para ajudar aos mais necessitados da América Latina. Depois de ter vivido por alguns anos em comunidades carentes, como favelas, na Argentina, Peru e em Salvador, no Brasil. Ele me contou que nunca ninguém das comunidades pobres o havia solicitado dinheiro, mas sim atenção. Disse-me que as crianças pediam-lhe para brincar com elas. Tudo que desejavam era um pouco de atenção, carinho e amor, revelou.

 

Daí fiquei pensando com os meus botões: não raro, quando um adolescente, no farol de trânsito, se aproxima do nosso carro fechamos imediatamente a janela e fingimos não vê-lo. Outros, talvez para sentir-se em paz com a consciência, entrega por uma pequena abertura do vidro alguns trocados. O missionário que conheci disse-me que caminhava a noite pelas ruas da cidade quando testemunhou um homem negar um pão de um doador. Achou estranho e resolveu diminuir o passo e observar o desfecho do caso.

 

A pessoa que entregava os alimentos, sem entender, indagou:

- “Você está com fome, não está”?

- Sim, respondeu o mendigo.

- “Então porque não aceita o pão que lhe trouxe”?

- “Não, porque não há vida nele, você nem consegue olhar para mim. Estou com fome sim, preciso de ajuda sim, mas quero alimento com vida. Esse pão que você está me dando está morto”.

 

Muitas vezes esquecemos que tão importante quanto ajudar com alimento é um pouco de atenção, como um simples olhar acompanhado de um sorriso sincero. Aqui, vou pedir permissão ao autor que desconheço para recorrer a um texto que li e não me lembro onde, mas que narrava a vida de um homem muito rico que morreu e foi recebido no céu. Segundo conta, o anjo guardião levou-o por várias alamedas e foi lhe mostrando as moradias. Ao passarem por uma linda casa com belos jardins, o homem perguntou:
- “Quem mora aí”?
- “É o Francisco, aquele seu jardineiro que morreu no ano passado”.
O homem ficou pensando: "Puxa! o Francisco tem uma casa dessas! Aqui deve ser muito bom!".
Logo a seguir, surgiu uma outra casa muito mais bonita:
- “E aqui, quem mora”?
- “Aqui é a casa da Olívia, que foi sua faxineira”.
O homem ficou imaginando que, tendo seus empregados magníficas residências, sua morada deveria ser, no mínimo, um palácio. Estava ansioso por vê-la. Nisso, o anjo parou diante de um barraco construído com tábuas e disse:
- “Esta é a sua casa”!
O homem ficou indignado!
- Como é possível? Vocês sabem construir coisa muito melhor!!!
- “Sabemos”, respondeu o anjo, “mas nós construímos apenas a casa. O material é selecionado e enviado por vocês mesmos. Você só enviou isso”!

Cada gesto de amor e partilha é um tijolo com o qual construímos a eternidade. Tudo se decide por aqui mesmo, nas escolhas e atitudes de cada dia.

 

Pense nisso e ótima semana.

 

Evaldo Costa

Escritor, Consultor, Conferencista e Professor.

Autor dos livros: “Alavancando resultados através da gestão da qualidade”, “Como Garantir Três Vendas Extras Por Dia” e co-autor do livro “Gigantes das Vendas”

Site: www.evaldocosta.com.br

E-mail: [email protected]

 


Autor: Evaldo Costa


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