EPISTEMOLOGIA DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA: A PRESENÇA DE MODELOS TEÓRICOS NOS LIVROS DIDÁTICOS PARA O ENSINO MÉDIO



VALTEY MARTINS DE SOUZA

ODAILDE DE SOUZA OLIVEIRA

ANTONIO FÉLIX DA SILVA

NILENE FERREIRA CARDOSO SOUZA

Este trabalho tem como objetivo principal verificar os modelos teóricos de História e Geografia nos livros didáticos para o ensino médio, pois, nos parece que grande parte dos professores dessas disciplinas acaba por adotar os manuais didáticos sem levar em consideração os pressupostos teóricos metodológicos contidos neles. Para tanto, resolvemos fazer, primeiramente, uma revisão bibliográfica do assunto, tendo por base principal Vasconcelos (2009) e Diniz Filho (2009). Os livros didáticos a serem analisados são: "História: volume único", de autoria de Gislane Campos Azevedo e Reinaldo Seriacopi, e "Geografia: espaço e vivência", de Levon Boligian e Andressa Alves.

Nestes termos, iremos abordar as correntes do pensamento em História como o positivismo, a Escola dos Annales, o marxismo, a fenomenologia e a vertente pós-modernista.

Assim, abordaremos também, os modelos teóricos metodológicos da Geografia, como: a geografia tradicional (positivismo), a Nova Geografia ou teorética quantitativa (neopositivismo), Crítica ou radical (marxismo), Geografia da percepção (fenomenologia) e, por fim, o exemplo pós-modernista.

Desse modo, ao final do trabalho iremos fazer nossas considerações finais analisando nossos escritos e sugerindo os modelos teóricos metodológicos melhores adaptados a realidade dos alunos que farão uso dos livros de História e Geografia para o ensino médio.

2. FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS DA HISTÓRIA

2.1 o positivismo na História

Conforme as idéias de Vasconcelos (2009), a corrente filosófica conhecida como positivismo[2] surgiu no século XIX e apresenta como uma de suas principais características a valorização exacerbada das conquistas das ciências. Para este autor, a ciência era entendida como uma forma de conhecimento que partindo de observações e experimentações no campo prático, podia chegar à formulação de leis gerais e de caráter objetivo.

No bojo do surgimento das ciências positivistas (século XIX), são formuladas leis gerais para a História que pretendia se afirmar enquanto ciência. No entanto, a busca pelo estabelecimento de leis gerais a partir da observação e experimentação (pesquisa empírica), para essa pretensa ciência, se torna impossível, pois, não há modo de se observar e fazer experimentos com o passado.

Desse modo, a maneira de se produzir uma historiografia positivista deveria ser através da utilização da característica do positivismo atribuída ao conhecimento científico que pode ser considerado como válido: a objetividade. Assim, o historiador deveria primar pela separação entre fato e ficção, ou seja, incorporar ao relatohistórico o real e descartar o imaginado.

Nessas condições, os historiadores positivistas desenvolveram um método chamado crítica das fontes, pois, precisavam garantir a veracidade dos fatos apurados separando fatos objetivos de meras opiniões pessoais, preconceitos ou mesmo inverdades. As informações dos documentos analisados deveriam ser comparadas a outras informações disponíveis para se verificar sua veracidade. Além disso, a historiografia positivista deveria selecionar os fatos que contam ou não para a História. A solução encontrada para tal dilema foi a adoção de documentos oficiais, emitidos por autoridades competentes, como fontes históricas de primeira ordem, onde cartas, noticias de jornal, textos literários, imagens, vestígios arqueológicos etc., só interessariam à História na medida em que legitimassem as descobertas realizadas a partir de um estudo crítico dos documentos oficiais.

2.2 a escola dos Annales

O termo Escola dos Annales é utilizado para se referir ao movimento de renovação teórico-metodológica que se deu em torno da revista Annales d'Histoire Economique et Sociale. Esse movimento de renovação visava romper com a história positivista e se caracterizava por manter um intenso diálogo com as ciências sociais. Assim, a História ganha um caráter interdisciplinar e os historiadores passam a diluir o papel dos sujeitos individuais como agentes de transformações históricas, para dessa forma, as forças impessoais como a economia, os fatores geográficos ou demografia, ganharem mais relevância.

A ruptura com o positivismo leva a escola dos Annales a romper com o pressuposto de que a história deve ocupar-se de fatos reais do passado, representando-os através de uma narrativa. No entanto, essa ruptura não é tão radical como alguns apregoam, pois, Braudel e outros annalistes, citados por Vasconcelos (2009), apenas modificavam a narrativa de forma que os personagens individuais cedessem lugar as instituições ou estruturas, onde as mesmas assumiam a condição de quase-personagens num quase-enredo.

2.3 o materialismo dialético e História

Segundo as palavras de Vasconcelos (2009), a importância do materialismo dialético[3] para História se faz em dois sentidos, nos fornecendo uma nova chave para discernir o que conta ou não como conhecimento histórico e, um novo modo de interpretar o desenrolar do processo histórico.

Destarte, para Marx e Engels, citados pelo autor mencionado no parágrafo anterior, o que verdadeiramente importa é a base econômica, que se caracteriza pelas relações de produção e pelas forças produtivas. Instituições sociais como Igreja, política, família, escola etc., que formam a chamada superestrutura, são determinadas pela base econômica. Desse modo, quando a base econômica se modifica, todo o resto se modifica também.

2.4 a fenomenologia da História em Heidegger

Na concepção de Vasconcelos (2009), a tradição filosófica conhecida como fenomenologia[4] foi inaugurada pelo pensador alemão Edmund Husserl na primeira metade do século XX. No princípio, o pensamento de Husserl dirigia-se contra o psicologismo, uma corrente que negava a possibilidade do conhecimento objetivo, argumentando que os atos mentais, nos quais o conhecimento se dá, são sempre subjetivos. Portanto, para esse pensador alemão, o ato de conhecimento é prioritariamente individual e subjetivo.

Desse modo, a fenomenologia se torna importante para a História devido a sua problematização do tempo, com especial destaque, do tempo histórico. Para Heidegger, citado pelo autor mencionado no parágrafo acima, o homem é um ser que tem sua existência ligada a de outros, ou seja, é possuidor de historicidade. Esse mesmo filósofo ainda entende que a historicidade se dá quando o ser humano apropria-se da herança das gerações passadas e decididamente se lança ao futuro na repetição do passado que, enquanto presente, colocava-se como um momento de possibilidades de ser. Porém, Vasconcelos (2009) nos leva a acreditar que o resgate do passado, a partir da historicidade, não é de acontecimentos que ocorreram simplesmente no passado, mas fatos que, pelo vigor de autenticamente terem sido presentes com significância, não somente para serem lembrados, mais também repetidos no presente que se lança para o futuro.

Por conseguinte, no entendimento de Heidegger (apud VASCONCELOS, 2009), a História só pode ser verdadeiramente histórica enquanto se busca no presente uma repetição do passado.

2.5 pós-modernismo e história

Os escritos de Vasconcelos (2009) indicam que no século XX, a História, talvez no intuito de marcar ainda mais fortemente seu distanciamento frente à literatura, buscou modelos teóricos nas ciências sociais, dando mais ênfase aos aspectos quantitativos. No entanto, ao final da década de 1970, já era possível perceber nos estudos históricos, o retorno da narrativa. Nesse caso, segundo Stone, citado pelo autor acima, muito historiadores estariam voltando-se a uma revalorização dos acontecimentos, em grande parte devido a uma decepção para com os parcos resultados obtidos com os métodos quantitativos, em contraste com o imenso trabalho de coleta e análise de dados.

Nesse sentido, o autor citado anteriormente afirma que a volta à forma narrativa de representação da História contribuiu para que muitos autores notassem que não é possível separar o estilo verbal ou a eloqüência retórica do conteúdo semântico na apresentação de suas pesquisas. Nessas condições, uma grande gama de historiadores propunha, além da incorporação crítica da teoria literária na pesquisa historiográfica, uma maior abertura a novas formas de escrita na História.

3. FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS DA GEOGRAFIA

3.1 A geografia tradicional

No ponto de vista de Diniz Filho (2009), essa corrente do pensamento geográfico tinha como pressuposto básico a idéia de que a geografia é uma ciência de síntese, ou ciência de contato entre as disciplinas que estudam a natureza e as sociedades. Para esse autor, os temas de pesquisas principais da geografia tradicional eram as relações homem-natureza, a distribuição dos elementos físicos e humanos na superfície da Terra e as formas de integração entre esses elementos. Segundo esse autor, pelo menos três vertentes se estabeleceram no estudo desses temas: o determinismo ambiental, o possibilismo e a abordagem que considera a diferenciação de áreas.

Assim sendo, cada uma dessas vertentes constituía uma proposta diferente de realização da síntese geográfica, mas aquela que acaba por predominar na primeira metade do século XX foi aquela que privilegia o estudo regional, mas especificamente em sua versão possibilista. A escala regional passou a ser vista como aquela em que melhor se realiza a síntese geográfica, principalmente devido à dificuldade de se estabelecer leis gerais pelo estudo da relação homem-meio.

3.2 O positivismo lógico ou neopositivismo

Segundo Diniz Filho (2009), como resposta à crise do positivismo clássico, o neopositivismo surgiu nas décadas de 1920 e 1930, no entanto, foi somente a partir dos anos 1950 é que esse método se tornou influente nas ciências sociais e também na geografia. Desse modo, surgiu a geografia quantitativa, que passa a substituir o estudo das relações homem-natureza materializada na paisagem pela sugestão de que o objeto da geografia é a organização espacial, isto é, os padrões de distribuição dos elementos físicos e humanos na superfície terrestre e as relações espaciais.

Assim, conforme Lencioni (1999), o ponto de vista do positivismo lógico percebe que os resultados de qualquer investigação devam ser expressos de forma clara, sendo expressivos se afirmarem a ocorrência de fatos empíricos, devendo, ainda, buscar uma linguagem comum a todas as ciências. Através da linguagem matemática acontece a possibilidade dessa linguagem comum, sendo a lógica a demonstração máxima do rigor científico.

3.3 Geografia Crítica

De acordo com Diniz Filho (2009), os adeptos desse modelo geográfico se caracterizam por objetivarem fazer da geografia uma ciência social capaz de elaborar uma critica radical ao capitalismo e por defenderem um conjunto de pressupostos afinados com esse objetivo, dentre os quais vale destacar três: a tese de que as mazelas socioespaciais e ambientais da época presente são inerentes ao desenvolvimento do capitalismo; a visão de que a geografia se diferencia das outras ciências da sociedade justamente por analisar o espaço social e as formas de apropriação da natureza; e a aversão ao princípio da neutralidade do método, em nome de uma ciência que se sugere libertadora.

Nesse sentido, segundo Lencioni (1999), a incorporação do marxismo à Geografia priorizou algumas análises geográficas tornando-as centrais, como por exemplo, o modo de produção capitalista, as relações sociais de produção, o desenvolvimento das forças produtivas e a ênfase dada à história.

3.4 A perspectiva humanista em Geografia

Para Diniz Filho (2009), essa perspectiva da Geografia é a tendência do pensamento geográfico que estuda as experiências de indivíduos e grupos em relação ao espaço com o escopo de compreender seus comportamentos e valores. Esse modelo geográfico procura servir como ferramenta de autoconhecimento para o homem, sendo que o subsídio da Geografia nesse empreendimento está nos conhecimentos que oferece acerca dos numerosos tipos de percepção, atitudes e valores relativos ao espaço e à natureza.

Desse modo, Lencioni (2009), afirma que essa abordagem geográfica significou um novo trilhar da Geografia, fazendo com que o espaço deixasse de ser a referência central devido a sua dimensão abstrata. Para essa autora, a referência passou a ser o espaço vivido, aquele que é edificado socialmente a partir da percepção das pessoas. Mais do que isso, espaço vivido pode também ser entendido como aquele interpretado pelos indivíduos e revelador das práticas sociais.

3.5 a perspectiva pós-modernista

Segundo Diniz Filho (2009), as epistemologias classificáveis como pós-modernas se apresentam em oposição frontal tanto as correntes marxistas quanto as positivistas, pois o foco de suas críticas é justamente a racionalidade do modelo normativo de ciência, que coloca a possibilidade de estabelecer teorias objetivas expressas numa linguagem lógica (matemática ou discursiva) e a partir da aplicação de métodos austeros.

Nessas condições, o autor citado acima entende que o pós-modernismo não se constitui em uma corrente político-ideológica definida e muito menos numa escola de pensamento filosófico e/ou científico. Para o mencionado autor, modernismo e pós-modernismo não são conceitos científicos operacionalizáveis para o estudo de objetos precisos, mas sim procedimentos que indicam certas percepções fundamentais que regulam as reflexões e condutas intelectuais, políticas, morais e estéticas.

Assim, na percepção de Lencioni (1999), os pós-modernistas se caracterizam por um profundo ecletismo, onde o conhecimento é produzido através da utilização da mescla das várias correntes do pensamento.

4. A IDENTIFICAÇÃO DE MODELOS HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS NOS LIVROS DIDÁTICOS

A percepção de posicionamentos epistemológicos da História (tabela 1) nos livros didáticos pode ser percebida da seguinte forma, se o(s) autor(es) utilizar(em) documentos oficiais como fontes históricas primordiais, estará(ao) fazendo uso da chamada História positivista. No caso de os personagens individuais cederem lugar as instituições ou estruturas, pode significar que o livro se pauta nos ensinamentos pregados pela Escola dos Annales. Quando a base econômica se torna determinante em relação às instituições sociais, o materialismo dialético pode ser o fundamento epistemológico utilizado no livro. No caso de o livro apresentar a busca no presente da repetição do passado, parece indicar que a fenomenologia está sendo usada para explicar fatos históricos. Finalmente, quando a representação da História for apresentada na forma narrativa, pode parecer que o modelo utilizado seja o pós-modernista.

Tabela 1 – Referenciais teóricos e metodológicos de História e Geografia.

HISTÓRIA

GEOGRAFIA

POSITIVISMO

Imannuel Kant, Augusto Comte e Leopold Von Ranke defendiam que o conhecimento deve ser objetivo, ou seja, o real em oposição à fantasia.

Ratzel, La Blache desenvolveram teorias que foram consideradas deterministas e possibilistas, respectivamente. Já Hettner e Hartshorne falam de diferenciação de áreas.

MARXISMO

O pensamento de Marx e Engels influenciou a História a partir do momento em que coloca a base econômica como motor dos fatos históricos.

Esse modelo tem por base o materialismo histórico-dialético e coloca a criação do espaço como produto das relações capitalistas de produção.

PÓS-MODERNISMO

Linda Orr, White, Ricoueur e LaCapra colocam o discurso histórico como literários e elaborados de forma narrativa.

Esse modelo se caracteriza pelo ecletismo de seus seguidores, sendo que, seu principal expoente é Milton Santos.

Fonte: adaptado com base em Vasconcelos (2009) e Diniz Filho (2009).

No que se refere à identificação de modelos geográficos (tabela 1) nos livros didáticos de Geografia, podemos dizer que, quando os manuais apresentam a vertente tradicional (positivista), mostram a realização da síntese geográfica através dos estudos regionais onde se privilegia as relações homem-natureza, a distribuição dos elementos físicos e humanos na superfície da terra e as formas de integração entre esses elementos. Quando o manual didático fizer uso da epistemologia neopositivista, a organização espacial, ou seja, os padrões de distribuição dos elementos físicos e humanos na superfície terrestre e as relações espaciais vão ser descritas através do uso excessivo da linguagem matemática com a utilização de tabelas e gráficos. No que concerne ao uso da geografia crítica nos livros didáticos, podemos identificar que esses manuais afirmam que a produção do espaço deriva do modo de produção capitalista, das relações sociais de produção e do desenvolvimento das forças produtivas. Já quando o modelo geográfico empregado é aquele que privilegia a vertente da percepção, a análise espacial tem como referência o espaço vivido, ou seja, aquele que é edificado socialmente a partir da percepção das pessoas. Em fim, quando a análise espacial é caracterizada pelo ecletismo dos pesquisadores através do uso das variadas características das diferentes correntes do pensamento geográfico, podemos estar diante da vertente pós-modernista.

4.1 modelo(s) percebido(s) em um manual didático de História

O livro didático que resolvemos analisar foi "História: volume único", de autoria de Gislane Campos Azevedo e Reinaldo Seriacopi, produzido para as três séries do ensino médio. Nesse manual, detectamos que os autores se utilizaram, mais especificamente no capítulo 7 – Índia: tradição e modernidade, do modelo fenomenológico, pois, começam falando desse país na atualidade e partir daí, passam a falar da trajetória passada de sua formação espacial e populacional, nos levando a acreditar que o atual pode ser explicado pela repetição no presente de fatos passados. Percebemos também, que os autores fizeram uso de recursos pós-modernos, pois, os fatos históricos foram apresentados na forma de uma narrativa.

4.2 modelo(s) percebido(s) em um manual didático de Geografia

Quanto ao livro didático analisado por nós, foi "Geografia: espaço e vivência" de Levon Boligian e Andressa Alves, produzidos como volume único para ser utilizado nas três séries do ensino médio. Esses autores, logo no título, sugerem que se utilizaram do modelo que leva em consideração a percepção que as pessoas fazem do espaço. Para confirmar o que afirmamos aqui, alocaremos as palavras dos escritores que entendem a paisagem como:

...em princípio, são todos os elementos que vemos em determinado local, sejam eles predominantemente naturais, sejam culturais. Mas observar uma paisagem não significa apenas visualizar os objetos concretos que a compõem, com suas variadas cores, formas e tamanhos: significa também apreendê-la por meio de outros sentidos, como o tato, o olfato e a audição. Sentir frio ou calor, ouvir o barulho dos carros ou do vento, sentir o cheiro da mata ou da fumaça dos caminhões é importante para que se possa perceber uma paisagem como um todo, pois o cheiro, o som, a temperatura também são características do lugar observado e colaboram para torná-lo único (Boligian e Alves, 2004, p. 13 – grifos nossos).

5. NOTAS CONCLUSIVAS

Neste trabalho, nos preocupamos, primeiramente, em identificar as principais correntes do pensamento em História e Geografia. Sendo que na perspectiva histórica identificamos o positivismo, a Escola dos Annales, o materialismo dialético, a fenomenologia e o movimento intitulado como pós-modernista. Quanto às correntes geográficas, conseguimos perceber a positivista (tradicional), o neopositivismo (teorética quantitativa ou nova geografia), a crítica ou radical (marxista), a da percepção (humanista de cunho filosófico fenomenológico) e o modelo conhecido como pós-modernismo (marcada pelo ecletismo).

Nessas condições, fizemos uma breve análise dos modelos teóricos contidos nos livros didáticos de História e geografia, onde detectamos que os autores do primeiro livro analisado (História), se municiaram de conhecimentos disponibilizados pela fenomenologia, pois, buscou no presente a repetição do passado, e do pós-modernismo, donde a narrativa figurou como representação de fatos históricos. Assim, procuramos analisar também, o manual de Geografia, que nos levou a confiar que o principal modelo teórico utilizado pelos autores foi a vertente que prima pela análise espacial tendo como referência o espaço vivido, ou seja, aquele que é edificado socialmente a partir da percepção das pessoas.

Desse modo, acreditamos que alcançamos nosso objetivo principal, que era desvendar os principais correntes do pensamento nas disciplinas de História e Geografia, contidas nos manuais didáticos para o ensino médio. Assim, concluímos que os aportes teóricos e metodológicos de maior eficácia, tanto em História quanto em Geografia, pode ser aquele conhecido como pós-modernismo.

6. BIBLIOGAFIA CONSULTADA

AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. – São Paulo: Ática, 2005.

BOLIGIAN, Levon; ALVES, Andressa. Geografia: espaço e vivência: volume único: ensino médio. São Paulo: Atual, 2004.

CORRÊA, Roberto Lobato. Região e organização espacial. 7 ed. 2 imp. São Paulo: ABDR, 2002. (Série Princípios).

DINIZ FILHO, Luiz Lopes. Fundamentos Epistemológicos da Geografia. - Curitiba: Ibpex, 2009. (Coleção metodologia do ensino de História e Geografia; v. 6).

JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de Filosofia. – 3 ed. rev. e ampliada. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.

LENCIONI, Sandra. Região e geografia. São Paulo: Edusp, 1999.

SANTOS, Milton. Por uma Geografia Nova: Da Crítica da Geografia a uma Geografia Crítica. 6 ed. São Paulo: Edusp, 2004. (Coleção Milton Santos; 2).

VASCONCELOS, José Antonio. Fundamentos Epistemológicos da História. – Curitiba: Ibpex, 2009. (Coleção metodologia do ensino de História e Geografia; v. 5).

VESENTINI, José William. O que é geografia crítica?. Disponível em www.geocritica.com.br/geocritica03.htm. Acessado em 17/01/2009.