E AÍ FESSÔ?



E AÍ FESSÔ?

"...Enquanto todo mundo servir para ensinar, não se conseguirá aprender nada."

Nos acostumamos a chamar de mestre aqueles que jamais se entendem como aprendizes. E é um dos pressupostos do saber, a humildade de se aceitar ignorante para estar em constante busca ao conhecimento. O resultado é que, em qualquer escola um deixa um Curriculum pleiteando um cargo de "Professor", da mesma forma que, em qualquer esquina se le uma placa: "Doutor".

Falam em carencia cultural e não concordam que cultura é diferente de tecnologia. Alguem pode me provar que Charles Darwin pensava em ganhar dinheiro com a teoria da relatividade? Ou que Leonardo da Vince pensava em valor comercial para a Mona Lisa? Será que Galileu, ao dizer que a Terra era redonda, queria apenas contrariar aos que diziam que ela era plana, ou imaginava o homem indo muito alem do que ira, até então?

O altruísmo d'antes não está mais presente nas mentes capitalistas. Não imagino Bill Gates um altruísta preocupado com o bem estar do próximo – embora seu excesso de dólares o leve a ser patrono de vários projetos sociais ao redor do mundo, praticando a moda da filantropia para autopromoção –. Seus inventos não foram imaginados apenas para solucionar problemas da humanidade. Sim, com objetivos capitalistas que acabaram por lhe render o posto de um dos indivíduos mais ricos do mundo. Nessa mesma linha, os professores de hoje fazem especializações para melhorar o salário, não para melhorar sua capacidade de ensinar (com as benditas exceções que alimentam os apaixonado pela ação de educar). Até porque, a realidade das salas de aula hoje é totalmente atípica às teorias ainda correntes no meio educacional. Isso demanda que, a falta de ambientalização e instrumentalização dos mestres faz com que ensinar pareça um processo meramente mecanico. Fica a parecer que, ensinar seja o mesmo que construir um predio, uma ponte ou um viaduto. Esses profissionais que estão no magistério hoje, na grande maioria, não servem verdadeiramente ao ofício. Isso porque estão, mas não são. Não conhecem o verdadeiro significado altruísta de ensinar. O próprio sistema, com suas "unanimidades" gerenciais, não entende que, não está nos alunos – unicamente – a culpa pelo fracasso escolar. Nesse meio elitista e de discurso hegemonico, ninguem tem a capacidade e humildade de aceitar que o sistema é que produz essas bestas alfabetizadas que acabam, por contingencias meramente políticas, ascendendo a cargos de gestão e conduzindo – de olhos vendados pela ignorancia – a educação do estado (e do país) aos atuais níveis deploraveis de avaliação do conhecimento. Digo bestas, porque a mim parecem mais propícias à doma e, quando se ouve um professor em alto manifestar sua fidelidade à personalização de um governo, abrindo mão da defesa ideológica das massas populares, fica facil perceber que estes educadores estão domados não por sua sabedoria e desejo ardente de ensinar, mas, pela vontade individualista de manifestação em favor daquele que está no poder, para nele sentir a oritelçaão de uma redoma de incapacidade. Creio que, o verdadeiro mestre é aquele que questiona até o que está certo, frente a seu aluno, simplesmente para instigar e estimular o descobrir porque está certo e não errado; a descobrir o que levou ao acerto e não ao erro. Mas os mestres contemporaneos estão sendo formados com media nove, sabendo apenas tres. Estes mesmos mestres, quando assumem seus postos entre estudantes e um quadro negro, irão atribuir os mesmos nove que os levou à condição de professor a um aluno que sabe apenas os tres que ele também sabe. Assim, se livra de mais um com notas baixas no final do ano, ao mesmo tempo em que satisfaz sua incapacidade de possibilitar a construção de um futuro concorrente no mercado de trabalho. Precisa ser dito, tambem, que a incapacidade não está apenas nos profissionais que acabaram de adentrar o promissor mercado do magistério. Frequentemente pode se ver aquela silhueta cansada do professor em final de carreira esquecendo de suas obrigações profissionais em detrimento da corrida para chegar o dia da aposentadoria. Outros, sem um mínimo de pudor e humildade – tambem por desconhecimento do que venha verdadeiramente a ser a arte de ensinar – chegam a soltar verdadeiras perolas a fim de impressionar a audiencia, dizendo: - Meu filho, eu tenho é vinte anos de magistério!... Como se tempo de serviço na educação significasse, necessariamente, capacidade de ensinar. Até porque um verdadeiro mestre não é capaz de admitir formulas definitivas a serem aplicadas em todas as suas salas de aula. Isso porque ele sabe que cada uma delas tem seu perfil e carece de intervenções diferenciadas. Até o trabalho para os dias da semana deve ser considerado diferente no momento de se planejar aquela aula para o 3º ano. O mestre que ainda não se considera pronto, ao mesmo tempo em que está acabado, é aquele capaz de perceber essa dinamica imposta pelo ambiente da educação.

Mas o que se ve, com grande frequencia, são profissionais mecanicos aplicando conteudos estáticos para alunos que, num dado momento, fatalmente parecerão desinteressados e indisciplinados. É preciso que se faça uma reflexão sobre os verdadeiros motivos desses dois pontos negativos visto pelos professores em seus alunos. Principalmente porque é preciso que se analise, individualmente, a forma que cada profissional de uma unidade escolar ve seus alunos e como ele entende o processo ensino e aprendizagem e suas nuances. Mas, enquanto qualquer um servir para educar, a educação não servirá ao seu verdadeiro proposito de servir de base para a construção de uma sociedade mais justa e, por consequencia... mais feliz.

(Mimi Aires)


Autor: Emivaldo Aires da Silva


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