Sindicatos, Em Cena ou nos Bastidores?



Ana Paula da Guia Oliveira
Raquel Fernandes

Em meados de 2007 ouviu-se falar da crise imobiliária que assolava a economia dos Estados Unidos. Na sua trajetória chega ao Brasil no final de 2008 a crise econômica afetando principalmente o ramo automobilístico, fato este, que gerou grande impacto em nossa economia, fazendo com que multinacionais do ramo acordassem com seus empregados tendo auxílio de sindicatos, optando se reduziria a carga horária, ou haveria férias coletivas e outras ações que as empresas alegavam serem necessárias por conta da "crise". Oportunismo ou não, sabe-se que houve demissões em massa, afastamentos remunerados, férias coletivas.

À proporção que essa crise tomou foi de grande impacto na nossa economia, e ainda não sabemos o quanto há interessados em beneficiar-se dela para reformular suas empresas para cortar gastos e com isso quem sofre as conseqüências são os trabalhadores.

Espera-se então que órgãos como os sindicatos, que defendem os interesses dos trabalhadores estejam totalmente voltados para estabelecer uma comunicação eficaz entre empresa e trabalhador, principalmente nesses tempos de situação econômica oscilante,para que não haja abusos em nome da crise.

Neste contexto foi realizada uma pesquisa pelos alunos do 4º período de Gestão de Recursos Humanos da Faculdade SPEI (Campus Torres) com 475 pesquisados. Deste total 77% dos trabalhadores consultados estão mais flexíveis quanto à redução de carga horária e salarial em tempos de crise.

Mas com todo o enfoque dado pela imprensa acreditávamos que os sindicatos estariam mais atuantes, por ser um tempo propício para atuação dos mesmos em parceria com as empresas em favor do trabalhador. O que nos faz refletir é que na pesquisa aplicada 79,09% são funcionários que atuam na área de serviços, conforme demonstrado na figura 1. Por este motivo não podemos transferir a opinião para os demais sindicatos de outras classes trabalhadoras.


Dos 475 questionários aplicados:

·90% - entendemqueossindicatos não estão mais atuantes;

·9% destes afirmam que os sindicatos , se tornaram mais atuantes;

Dosqueafirmam queossindicatosestão mais atuantes:

·7% destes afirmam que os sindicatos estão mais flexíveis a negociações

Quando perguntado se na situação atual de crise econômica o sindicato está mais atuante em sua empresa?

·Dos trabalhadores, 90% responderam que não e 9% responderam que sim.

Figura 2 Na situação atual de crise econômica o sindicato está mais atuante em sua empresa?

 

Nossa indagação é se o sindicato que na sua essência deveria "lutar" em favor dos trabalhadores e fica nos bastidores onde a sua classe não percebe sua atuação em tempos de crise, questiona-se se seria um sindicato presente e atuante nos demais períodos que antecederam a crise.

O conceito que temos da palavra sindicato é de uma associação que "luta" pelos direitos de seus filiados, ou seja, uma organização fundada para a defesa de interesses comuns de seus aderentes. Baseado neste conceito o trabalhador deposita suas expectativas nos sindicatos e espera-se uma parceria que resulte em avanços para sua classe. Neste caso questionamos se o sindicato não deveria ser mais presente e atuante principalmente no momento da crise, no que percebemos é que ele está nos bastidores principalmente quando deveria estar em cena, no momento em que todos aguardam sua atuação principal ou seriam os expectadores que não conseguem compreender que aqueles que atuam nos bastidores também contribuem para que o espetáculo aconteça?


Autor: Raquel Fernandes


Artigos Relacionados


Reduzir O SalÁrio Ou Ficar Desempregado?

Empreendedorismo No Brasil

Efeitos Da Crise Financeira Sobre A Economia De Roraima

Parcelamos Ou Pagamos À Vista?

Sobre A Crise

Beijos Na Bíblia

Mobilidade: Crise E Oportunidades