A VERACIDADE DOS FATOS



Estamos num século decisivo, ou damos procedência ao uso irracional do combustível fóssil ou apostamos nos bicombustíveis; decisivo pelo seguinte – o meio ambiente pede socorro. Também, não podemos mais ficar no jogo de quem é o responsável pelo efeito estufa, o homem do campo, produtor de alimentos, ou o homem da cidade, industrializador! Medidas devem ser tomadas para minimizar ou remediar os fatos ocorridos, a realidade da destruição das florestas e a necessidade da substituição de nossa fonte energética.

 Em julho do ano passado foi publicado o decreto no 6.514 regulamentando, ou melhor, impondo prazos aos ruralistas para a averbação da Reserva Legal e da Área de Preservação Permanente, estipulando data limite. Porém, a bancada ruralista conseguiu contornar e, o governo lançou um novo decreto no 6.686, dando um prazo até 11 de dezembro deste ano para a realização da averbação.

Diante do exposto, fica a exclamação - É incabível a averbação em tão pouco tempo, o agricultor não tem lucros mirabolantes nem receitas grandiosas para realizar todas as exigências do decreto e, muito menos o governo não tem medidas que contemplem aquele agricultor que destinará sua área para a preservação ambiental, alocando seus próprios recursos para plantio de árvores e destinando uma parte de sua propriedade a RL e construção de cercas ao redor das APPs. O ruralista deveria ser remunerado por estar diminuindo o passivo ambiental. Ainda, a RL poderia ser incluída dentro da APP, pois o produtor não vai abster-se somente de 20% de suas terras e sim, de uma área maior.

Para minimizar os impactos ambientais e os índices do aquecimento global, o destino de áreas rurais é válido para a preservação, dentro das condições de cada ruralista, mas não é o suficiente. A nossa fonte energética principal é ainda o petróleo, sabido que este é o principal vilão do aquecimento. Em 1975, com o PROÁLCOOL, vislumbrou-se a grande chance de um combustível renovável, menos agravante que o ouro negro, mas foi momentâneo, pois o petróleo voltou e o combustível álcool foi praticamente esquecido. Graças à tecnologia que trabalhou de forma perspicaz, surgiu os motores flex, podendo ser misturado gasolina e etanol; novamente vislumbrou-se uma nova fonte energética – o etanol, energia renovável.

Segundo estudo da Embrapa Agrobiologia, o etanol, comparado com a gasolina na queima pelos motores, emite 73% a menos de CO2, dado que comprova os benefícios oriundos da produção deste biocombustível e, analisando o balanço do sequestro de carbono pela cana-de-açúcar, estudo realizado pela Embrapa Monitoramento por Satélite, ela armazena 120 toneladas por hectare e disponibiliza 220 toneladas de O2 ao longo do ano por hectare. São formidáveis os benefícios que a cultura da cana nos propicia, nada comparado à extração de petróleo.

Devemos preservar nossas propriedades, destinando áreas de verde permanente, mas não podemos esquecer que é na área rural que é produzido o pão de cada dia! Deve-se ter muito cuidado com isso e o governo deve dar maior respaldo ao ruralista, pois este, em pouco tempo, será o produtor de água, líquido que gerará muitas intrigas no futuro.

Então, neste século devemos estabelecer quais são as prioridades para o nosso futuro, não mais de nossos filhos, pois já estamos vivendo a colheita imposta por nossos antepassados.


Autor: Junior Miranda Scheuer


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