Evasão Escolar



PROBLEMÁTICA:

- Evasão Escolar

OBJETIVO:

- Tentar detectar os motivos da evasão escolar.

PÚBLICO ALVO:

- Alunos que evadiram.

METODOLOGIA:

- Questionário

RELATÓRIO:

No dia dez de março de dois mil e nove, foram entrevistados três alunos que evadiram na rede pública de ensino, com o objetivo de tentarmos detectar os motivos que os levaram a evasão escolar.

Começamos a entrevista com P.S.A., 32 anos onde afirmou que o motivo de ter saído da escola foi a falta de inteligência, falta de atenção dos professores, falta de motivação e por não conseguir acompanhar os colegas nos estudos; F.S.S., 21 anos, diz que engravidou aos 18 anos e teve que ir trabalhar, mas apesar de tudo tem vontade de voltar aos estudos por que sempre se identificou com a escola. Afirmou também, que seus professores eram muitos exigentes e incompreensíveis no período em que estava grávida a que levou a desmotivação dos estudos, principalmente por acharem que ela seria incapaz de fazer os trabalhos sozinha; M.A.S., 18 anos, desistiu dos estudos por achar a escola exigente, se sentir rejeitado pelos funcionários da escola por ser pobre, e os professores o considerarem incapaz de acompanhar a turma. Isso o levou a perder totalmente a vontade de voltar aos estudos.

Percebemos então, que a partir da segunda pergunta os entrevistados se mostraram inquietos quando se referiam a escola e professores. Todos afirmaram que eram considerados incapazes de acompanhar o ensino que lhes eram oferecidos levando-os a desmotivação pelos estudos. Assim, concluímos que o motivo maior que levaram esses alunos a evadirem foi a "ideologia do dom", como afirma Magda Soares: "Que todos tenham seu lugar na escola – e a todos terá sido dado o mesmo ponto de partida. Qual será o ponto de chegada – o sucesso ou o fracasso -, isso dependerá de cada um"[1]. A escola não seria responsável por esse fracasso do aluno; a causa estaria na ausência de que ele não teria condições básicas para a aprendizagem, ou seja, o não desenvolvimento do cognitivo, deste, explicaria o desinteresse pelos estudos. A função dessa escola seria, pois, adaptar esses alunos a sociedade segundo suas aptidões e características individuais.

Entretanto, através de nossas análises sabemos que os motivos da evasão, não estão somente atribuídos a estas causas, pois todos os alunos são capazes de desenvolver-se, cognitivamente desde que sejam bem trabalhados. Portanto, os fatores didáticos e pedagógicos têm deixado os educandos desestimulados e com baixa estima. Nessa perspectiva, surge então a necessidade das escolas assumirem o seu verdadeiro papel na formação integral do indivíduo, trabalhando uma proposta curricular voltada para as necessidades de seus educandos, com conteúdos de relevância suprindo as dificuldades de todos os que estão inseridos no processo do aprender. Assim, sendo, nesse processo de ensino com competência e responsabilidade, o professor deve estar preparado para as mudanças, pois a escola precisa está dentro do sistema dialético sempre se renovando de acordo com as necessidades dos alunos, como mostra CANDAU[2] (1999, p.26): "o educador, nunca estará definitivo e pronto, pois sua preparação, sua prática continua meditando através das teorias e confrontando entre si".

Dessa forma a competência e inovação da escola, dependerão da sua responsabilidade que motivará e caminhará para as transformações realizadas pela reflexão constante sobre a sua prática, propondo aos educandos conhecimentos inerentes aos diversos contextos escolares e extra-escolares, encontrar meios que facilitem sua aprendizagem e o seu desenvolvimento educacional evitando assim, que eles se desestimulem e aconteça a evasão escolar.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA:

SOARES, Magda. Linguagem e estória: uma perspectiva social. 17� ed. São Paulo, Ática, 2002.

QUESTIONÁRIO:

  1. Em que rede escolar de ensino você estudou? Você se identificava com a escola? Por quê?

- P.S.A. Estudei na rede pública, mas não gostava da escola porque os professores não me davam atenção.

- F.S.S. Estudei na rede pública e me identificavamuito na escola, porque era boa.

- M.A.S. Estudei na rede pública. Eu achava a escola muito chata e muito exigente.

  1. Você se identificava com os funcionários da escola? Por quê?

- P.S.A.Não, porque eles me excluíam por ser mais velho.

- F.S.S. Sim, os funcionários da escola eram educados na medida do possível.

- M.A.S. Não. Os funcionários só davam atenção aos que tinham condições financeiras.

  1. O que você achava dos professores e colegas?

- P.S.A. Os colegas eram bons, mas dos professores eu não gostava, porque eles não me davam atenção.

- F.S.S. Meus colegas eram maravilhosos, os professores eram muito exigentes e incompreensíveis.

- M.A.S. Tinham uns professores que eram legais e outros chatos, mas meus colegas eram super legais.

  1. Qual o motivo que o levou a desistir dos estudos? Por quê?

- P.S.A. A escola era muito chata.

- F.S.S. Engravidei aos 18 anos e tive que ir trabalhar.

- M.A.S. Os professores me achava incapaz de acompanhar a turma.

Obs: P.S.A. não soube responder o porquê de a escola ser chata e ter levado a desistir dos estudos.

  1. Você pretende voltar aos estudos? Por quê?

- P.S.A. Não, porque eu já estou velho, tenho família e não tenho mais paciência.

- F.S.S. Sim. Mas para isso acontecer os professores precisam serem mais compreensivos, pois quando estava grávida e me sentia mal, recebia falta e nem mesmo deixava fazer os trabalhos no dia seguinte, alegando que eu seria incapaz de fazer-los sozinhas.

- M.A.S. Não, porque eu não tenho vontade.



[1] Linguagem e estória: uma perspectiva social, Ática, 2002. p. 10.

[2]CANDAU, Maria Vera. A didática em questão. 13 ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 1999.


Autor: Iracema Silva


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