Beijos Familiares
012 - BEIJOS FAMILIARES
De Romano Dazzi
Vamos falar um pouco da nossa maneira de ser, de agir, de comportar-nos entre nós e com os outros. Vocês acham estranho que nos abracemos e nos beijemos toda vez que nos encontramos.
Vocês acreditam que estas exteriorizações sejam inúteis, hipócritas e prejudiciais.
Pensam que nos falta seriedade, maturidade, com esta maneira infantil, alegre e desembaraçada de lidar com os familiares.
Aqui vai o que pensamos nós
Por que nos beijamos, quando nos encontramos?
Porque desejamos que o outro saiba que viemos em paz, desarmados, sem exigir desculpas, justificações, explicações.
Que não temos nenhuma reivindicação e só desejamos amar e ser amados.; compreender e ser compreendidos.
Não “suportar-nos” reciprocamente, mas “sustentar-nos”.
É como se trocássemos uma florzinha: um pequeno, modesto, mas significativo presente a cada encontro.
É como se disséssemos: estou aqui, feliz por vê-lo, senti falta de você, conte-me a seu respeito, o que tem feito, o que tem pensado, como passou estas três ou quatro horas – ou dias, ou semanas - de separação....
Esta atitude infantil o beijo ingênuo nas faces, prepara-nos para aceitarmos também o que poderá ser uma eventual confrontação; mas vai limitá-la às suas reais dimensões. E sairemos de um degrau mais alto, no qual já estabelecemos que as coisas mais importantes são a amizade, a consideração e o respeito mútuo, a disponibilidade para aceitar-nos do jeito que somos, a usar a compreensão e a perdoar-nos reciprocamente nossas mazelas; que, no fim, são sempre pequenas coisas superáveis facilmente, desde que aceitas sem animosidade.
E por que nos beijamos, também quando vamos embora?
Porque, em primeiro lugar, queremos agradecer por tudo o que nos foi oferecido, material e espiritualmente.
E depois, para dizer que foi bom ficarmos juntos, passar algumas horas em boa companhia, trocar idéias, opiniões – e até receitas de bolo, fórmulas de remédios caseiros e pequenos conselhos ou pequenos segredos.
E também, porque queremos que os que deixamos mantenham uma boa lembrança de nós; para lembrarmos a eles que a vida é um desafio, um jogo diário, uma traidora, passageira e perigosa aventura.
Enfim, porque esta poderá até ser nossa última visita e que poderá até, quem sabe, acontecer que nunca mais nos revejamos.
Em qualquer caso, a pedra fundamental desta atitude, que parece uma brincadeira, é o respeito que temos pelo outro, respeito que é nosso dever “sentir” , “mostrar” e principalmente “viver” de forma intensa.
O estilo cínico e debochado, em relação aos que nos cercam, está saindo da moda; assim como não se usa mais aquela posição de auto-suficiência, de superioridade, que nos é imposta às vezes pela nossa natureza orgulhosa e agressiva.
Vamos reconhecer que somos frágeis, vulneráveis; que precisamos contar com o próximo, e com a sua indispensável disposição para aceitar-nos e amar-nos.
E tudo isso, no fim, faz parte da nossa contínua, incansável procura da felicidade
Autor: Romano Dazzi
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