Bom dia, Rebecca!



BOM DIA, REBECCA

De Romano Dazzi

 

Bom dia, Rebecca, seja bem vinda

 

Esperávamos Você  há tempo, ansiosos e curiosos: seus Pais, os avós, tias, tios, primas e primos; e também, nós também, seus bisavós, que sempre temos mais pressa que os outros porque – você sabe – precisamos ir embora logo.

Já descobrimos como você é bonita e como, em um único dia,  conseguiu roubar o coração de nós todos. Falamos só de você, de como é bem feita; das suas mãozinhas, de seus bracinhos, dos seus  olhos, dos seus loiríssimos cabelinhos; uma obra de arte; e cada um diz que você se assemelha ao seu papai, à sua Mamãe, a alguma tia, a algum tio...Você acordou o orgulho familiar.

Já pensamos em como Você ficará; procuramos antever como, em um piscar de olhos Você se transformará em uma menina viva e inteligente; e depois em uma senhorita (desculpe creio que seja um termos que não se usa mais – corrijo) em uma garota elegante, segura de si mesma e atlética  (tem tanto esporte na família, com a  graça de Deus)  e depois em uma estudante capaz e inteligente, aberta, feita de ternura e generosidade; e por fim, em uma mulher moderna, ao mesmo tempo alegre e  pensativa, consciente, mas segura de si, capaz de ajustar a si o seu próprio mundo e ainda de ajudar a mudar o que nele não funciona.

Você sabe que no futuro, durante os longos e felizes anos em que viverá, irá descobrindo, um pouco por vez, que cada um de nós lhe deixou de presente uma pequena parte de si; aquele modo de olhar é da mamãe, aquele sorriso é da Vovó, este caráter impetuoso será em parte do Papai e pelo restante, com certeza, de toda a parte feminina da família; quem sabe o que lhe deixamos nós; esperamos mesmo que seja algo de útil, de importante e não somente um modo de olhar ou de sorrir.

A idade não nos permite enxergar além.  Nossos olhos estão cansados, como o todo o resto de nós, mas estamos muito contentes por termos tido a felicidade de vê-la, de tê-la em nossos braços. Saiba que nós a amamos, a amamos muito.

Este deveria ser apenas uma pequena mensagem de boas vindas; nada vamos dizer do que você pode ou não fazer, do que você deve ou não dizer; queremos apenas que você saiba que está sendo recebida com amor e carinho, em uma grande família feliz; mesmo não tendo conseguido cultivar,  nos nossos jardins, somente rosas – e elas também têm espinhos que picam e doem.

 

Estaremos em muitos - demais talvez - a vigiá-la, a observá-la, acarinhá-la, a viciá-la; desde o seu primeiro dentinho,  os seus primeiros passos, o primeiro dia de escola, e adiante, adiante pelos anos e pela vida afora.

Pena que, com certeza, Você não se lembrará dos seus bisavós; parecera que estamos tão longe, tão distantes! Sim, em outro planeta!

Mas não: você nos terá sempre juntos; poderá procurar-nos cada vez que precisar, para contar-nos suas novidades, suas queixas, suas vitórias e suas tristezas; nos a escutaremos e procuraremos aconselhá-la e explicar-lhe o que não conseguir entender, deste enorme a difícil jogo que é a vida.

Estaremos sempre com você, em você,  mesmo se não estivermos mais aqui.

Ai está, acabamos fazendo feio; devia ser uma alegre cartinha de boas vindas, mas, em vez disso, parece mais uma despedida.

Vamos fazer um grande esforço, prometo; ficaremos perto de você até quando o Senhor permitir.

Que Deus a abençoe, Rebecca

 

Seus bisavós


Autor: Romano Dazzi


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