Sociedades Consumistas Versus Sociedades Sustentáveis



Sociedades Consumistas versus Sociedades Sustentáveis




Damiana de Moraes Igaki


O artigo: “Desenvolvimento Sustentável ou sociedades Sustentáveis: da critica dos modelos aos novos paradigmas” do escritor Diegues descreve o Desenvolvimento Sustentável como uma ferramenta que os países Desenvolvidos e os em Desenvolvimento utilizam para usufruir dos recursos naturais de uma forma dita “sustentável’”. Durante muito tempo os países industrializados utilizaram a água, o ar, espécies de animais e vegetais em prol do crescimento científico e tecnológico sem nenhum planejamento, com o passar dos anos foi descoberto que os recursos naturais não eram ilimitados como se pensava, daí onde surgiu a necessidade de se pensar em uma maneira adequada que permitisse o uso controlado desses recursos.
Desde então surgiu à idéia de buscar novas práticas ambientais sustentáveis e inseri-las, baseado em um planejamento sério e controlado. Hoje, tais práticas, são muito utilizadas em projetos empresariais e governamentais não só como uma forma de retirar recursos da natureza e protege-la, mas também como um marketing de propaganda. O termo “Desenvolvimento Sustentável” traz consigo vários questionamentos sobre o consumo não renovável numa pequena, média e grande escala como também em uma elaboração correta do uso e elaboração de políticas sociais que visem conciliar a preservação da natureza com a exploração ambiental controlada.
Muitas sociedades, apesar do avanço tecnológico e cientifico, continuam com a sua cultura e isso sugere o desenvolvimento de práticas sustentáveis em modos particulares e peculiares destas com o objetivo de harmonizar as relações sociais, ecológicas e econômicas.
O artigo em questão possui cinco tópicos que explicam de forma crítica e histórica desde o surgimento da preocupação ambiental até a evolução da discussão sobre Meio Ambiente versus Economia Global.
No primeiro tópico: “Desenvolvimento e Progresso” são descritos como uma idéia/conceito do Mundo Moderno onde se acredita que o progresso ocorre através do crescimento técnico e científico, o que significa dizer que a industrialização é uma classificação própria dos países desenvolvidos. Segundo o conceito de industrialização os países devem ter características e indicadores básicos como: o PIB e a Renda Per Capita de acordo com os parâmetros econômicos, etapas históricas de crescimento e um modelo econômico baseado nos países centrais (para os países em desenvolvimento).
Todo esse modelo de desenvolvimento criou nas nações em desenvolvimento uma ilusão de acharem que os recursos ambientais eram inesgotáveis sugerindo que para o crescimento econômico acontecer seria necessário usufruir indiscriminadamente da natureza para se desenvolver economicamente.
O segundo tópico traz uma abordagem histórica de que o pós-guerra favoreceu os países vencedores sobre os derrotados através da imposição e dominação ideológica, econômica e política. Dentro dessas sociedades capitalistas as sociedades de classe média foram as primeiras a se contrapor e manifestar os direitos sobre a imposição econômica e consumista, tais sociedades não estavam só preocupadas com o domínio econômico mas sim com as causas ambientais que eram profundamente afetadas pelo capitalismo na década de 70, pois nessa mesma década o mundo viu a sua primeira Crise do Petróleo abrindo espaços para discussões sobre os recursos renováveis e não renováveis. Outra conseqüência observada em relação ao modelo do capitalismo foi a diminuição da qualidade de vida humana e o crescimento demográfico implicando em poluição e degradação dos ecossistemas naturais.
Nesta mesma década surgiu o tema: “Eco desenvolvimento” com o objetivo de utilização dos recursos naturais de forma que contribuísse para o melhoramento da qualidade de vida e a satisfação das necessidades básicas do ser humano como também a solidariedade de entregar para as gerações futuras um meio ambiente adequado.
No terceiro tópico o meio ambiente é tomado como a base do crescimento e é aí que surgem as principais estratégias de Desenvolvimento Sustentado em países pobres com o intuito de proporcionar para estes crescimento e resistência ás crises econômicas. Desta forma o conceito sobre “Desenvolvimento Sustentável” tem como objetivo a conservação dos ecossistemas naturais e a preservação das diversidades biológicas e genéticas.
No quarto tópico esse mesmo modelo apresentado anteriormente (Desenvolvimento Sustentável) é criticado pela ética adotada pelos empresários onde a natureza é tomada como uma prestadora de serviços aos seres humanos e estes devem usufruir sustentavelmente dos benefícios que ela nos fornece, a crítica se dá pelo fato de na realidade isso não acontecer. O que realmente deve ser feito são mudanças nas propostas teóricas sobre desenvolvimento que é tão aclamado por muitas empresas, mas que de fato só querem tirar proveito econômico usando uma falsa propaganda: “ecologicamente correto”.
Neste mesmo modelo os países não desenvolvidos sofrem a exclusão dos países desenvolvidos, isso pode notado claramente no famoso Relatório de Brundland que dificulta o acesso á tecnologia e a tantas outras vantagens econômicas que só os países desenvolvidos possuem, no relatório há outra controvérsia, a de que os problemas ambientais são classificados como externalidades. Numa outra crítica referente ao Desenvolvimento Sustentado é destacado o consumismo das sociedades capitalistas/industrializadas, extremamente agressivo ao meio ambiente e hoje se tornou um grande problema somado a tantos outros fatores de degradaçãoe poluição ambiental contribuindo mais ainda para o descontrole ambiental. Seria mais certo que essas sociedades se reestruturassem e repensassem numa conscientização sobre o consumo de produtos industrializados, tudo isso poderia ser promovido através da educação ambiental com o intuito de fazerem com que as pessoas só consumissem somente o necessário para sua subsistência.
No quinto e último tópico é abordado uma nova idéia de Desenvolvimento Sustentável em que as sociedades deveriam definir seus próprios padrões de consumo e banir o modelo atual de consumo industrializado.
Não é uma tarefa fácil, mas hoje com os meios de comunicação mais difundidos é possível conscientizar as sociedades de que elas são responsáveis pelos seus atos de consumismo e estes devem estar baseados nos princípios ecológicos, encarando a natureza como um bem a ser zelado e protegido enquadrando esta como necessária para preservação de todas as espécies, inclusive da humana.


Autor: Damiana de Moraes Igaki


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