Análise - Burnout Paradise (Playstation 3)



A série "Burnout" começou bem pequena, para os consoles da geração passada, como amostra do que o Renderware, sistema de ferramentas de gráficos e áudio, da produtora inglesa Criterion Software, era capaz de realizar. Originalmente publicada pela decadente Acclaim, a franquia foi ganhando, aos poucos, mais fãs e respeito, não só pela popularização do Renderware (ele foi utilizado em inúmeros jogos, muitos ilustres como a série "GTA" e "Mortal Kombat") mas também pelo estilo cativante das corridas, bem ao estilo arcade, sem muitas preocupações com o realismo ou com a integridade de propriedades públicas e privadas, e sempre com uma sensação de velocidade sem precedentes no mundo do videogame. Devido ao grande êxito da Criterion, a Electronic Arts logo tratou de adquirí-la e, assim, a franquia se tornou um arrasa-quarteirões em seu terceiro jogo, "Burnout 3: Takedown", considerado por muitos fãs o melhor da série. Agora, em sua quinta versão para consoles de mesa, temos uma experiência criada para utilizar plenamente todo o poder do Xbox 360 e do Playstation 3, com mudanças radicais na interface do jogo. Quando chegamos à Paradise City notamos de cara as mudanças: não há nenhum tipo de sistema de menus. Você simplesmente surge com um carro em meio a uma grande cidade, seguindo as instruções de um narrador, que faz as devidas apresentações ao novo estilo do game. A exemplo de "Test Drive Unlimited", o jogador é livre para andar pela cidade inteira como desejar em busca novos desafios, sem nunca precisar sair do carro ou ter que encarar qualquer sistema de menus. Isso foi implementado para evitar os inconvenientes do anterior "Burnout Revenge", que sofreu com os grandes tempos de carregamento entre as partidas ou mesmo durante o simples reinício de uma corrida. Na verdade a Criterion levou a idéia de abolir os menus de forma tão radical que até mesmo o modo multiplayer online funciona sem rodeios. Basta estar conectado na internet e pressionar o direcional digital durante o jogo para chamar seus amigos para a festa. Eles simplesmente surgem no mapa e passar a participar de seu mundo, inclusive com a possibilidade de partidas cooperativas bem interessantes. É, indiscutivelmente, o sistema de jogo online mais simples e eficaz do mercado, até mesmo com direito a suporte da câmera Live Vision, no caso do Xbox 360, ou de qualquer câmera USB plug & play, no Playstation 3. Infelizmente tanta liberdade também traz sua parcela de problemas. Como a cidade é muito grande e você é incentivado a criar seu próprio caminho, buscando atalhos nos locais mais inusitados, não existem mais barreiras ou indicadores para forçá-lo a ficar em uma rota. Assim, é muito fácil se perder durante uma corrida, o que obriga o uso do mapa, pelo menos até que se familiarize com todo o cenário, o que acaba quebrando o ritmo dos desafios iniciais. Somado a isso há outro problema, relacionado à falta de menus - como não há uma opção de reiniciar uma corrida caso você faça alguma besteira, o único jeito é dirigir o caminho inteirinho de volta para recomeçar, o que cá entre nós, não é lá muito prático. Mas são problemas pequenos que de forma alguma afetam o brilho do jogo, já que em pouco tempo podem ser assimilados pelo jogador. Os que não são familiarizados com a franquia devem saber que "Burnout Paradise" não é um jogo de corrida convencional. Ele se foca totalmente em apresentar uma sensação de velocidade absurda, sem preocupações, por exemplo, com a montagem ou regulagens dos carros como em simuladores realistas ao estilo "Gran Turismo" ou "Forza Motorsport". Na maioria das vezes o foco é simplesmente correr como um louco e tirar seus oponentes da pista com batidas violentas, as chamadas Takedowns. Para avançar no jogo é necessário vencer um número específico de eventos para ganhar novas licenças. Há vários deles, que vão desde corridas normais e modos veteranos como o Road Rage, uma perseguição em que é necessário realizar uma certa quantidade de Takedowns em um grupo de oponentes. Há também o modo Marked Man, que coloca o jogador como alvo de Takedowns, o Burning Route, uma corrida de um ponto a outro com um limite de tempo com um carro específico, e o Stunt Man, que pede um número de manobras arriscadas em um curto espaço de tempo - aliás, no mesmo estilo, há vários eventos casuais espalhados pela cidade que consistem em encontrar atalhos ou dar grandes saltos sobre rampas ou placas de publicidade. Já o Crash Mode, um dos modos mais charmosos e amados pelos fãs, sofreu uma grande e polêmica mudança. Antes ele funcionava em cenários limitados, com um pequeno toque estratégico, em que o jogador participava de uma cena, levando seu carro a criar uma única batida de enorme repercussão, causando a maior quantidade de desastres possível em questão de segundos. Agora ele não existe mais, dando lugar ao Showtime, que pode ser acionado a qualquer momento no jogo. Você causa a batida e utiliza o turbo para continuar colidindo em mais carros, acumulando pontos, o que pode se estender por muito tempo e sem tanta graça, já que o barato mesmo era ver a grande reação em cadeia que uma simples batida podia causar. Como uma empresa voltada para criar motores gráficos e tecnologia para outros desenvolvedores, a Criterion caprichou nos aspectos técnicos de "Burnout Paradise". A cidade foi desenhada de uma maneira muito criativa, onde todas as ruas, becos e avenidas, de uma maneira ou de outra, se ligam de uma maneira muito interessante, criando várias opções de rotas. Tudo é extremamente detalhado, desde os cenários aos desenhos dos carros, com belas texturas e efeitos de reflexão de cair o queixo. Isso vale também para o sistema de física e o design dos carros - alguns ideais para corridas contra o tempo e outros especializados em manobras arricadas. Tudo isso rodando de maneira incrivelmente leve, sem momentos de lentidão e com uma taxa de quadros constante, garantindo uma sensação de velocidade poucas vezes vista em um videogame. Algo que contribui também para imersão é o sistema de áudio, rico em efeitos sonoros que dão uma maior proporção não só ao ronco dos motores mas também às batidas. Claro que, como um jogo distribuído pela Electronic Arts, o game também conta com uma trilha sonora de peso com 40 canções, entre elas "Girlfriend", de Avril Lavigne, "Stop", do Jane's Addiction, "I Wanna Rock", do Twisted Sister, "Epic", do Faith No More, "Route 66", do Depeche Mode e, claro, "Paradise City", do Guns N' Roses.
Autor: Luiz Soares


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