A TERRA DO SOL NA TERRA DA GAROA



A 5ª edição do PIAUÍSAMPA – A TERRA DO SOL NA TERRA DA GAROA – é paradigmática porque supera, de certa forma, o estranhamento daqueles que somente conhecem o Estado do Piauí a partir de reportagens jornalísticas catastróficas: no passado, os jornais estampavam a seca no semi-árido - um período em que, politicamente, a “indústria da seca” tornava-se um engodo emblemático através do qual muitos políticos reforçavam suas campanhas eleitorais, distribuindo cestas básicas aos lavradores e famílias pobres da região. Hoje, os meios de comunicação relatam as desordens climáticas quer por alagamento, como aconteceu com as enchentes provocadas pelo transbordamento dos rios Poti e Parnaíba, que deixou milhares de famílias desabrigadas, quer pelo rompimento da Barragem Algodões 1, resultando em algumas mortes e a destruição de centenas de casas no município de Cocal da Estação, deixando famílias em total abandono.

Mas, com efeito, os visitantes que foram ao Shopping Center Eldorado, nos dias 01 a 07 de junho, puderam então superar tal estranhamento e perceber que há também um “outro” Piauí, olhado através da exposição das suas riquezas culturais e naturais
.

Sem dúvida, o Espaço Atrium Azul desse Shopping registrou a pujança do nosso Estado; isto é, um potencial que, estimulado através de uma agenda política responsável e séria, respeitando o meio ambiente, poderíamos mostrar que também somos vocacionados ao desenvolvimento. Pois o PIAUÍSAMPA deixa evidente que o Estado tem fôlego para competir de igual modo com as outras regiões do país. Não somos pequenos; não somos “os coitadinhos”; temos nossos valores, nossas riquezas, e uma gente forte e criativa. Quem visitou o Atrium Azul pôde perceber, por meio da mostra dos mais diversos produtos e das exposições de artes e festivais gastronômicos, o potencial do Estado.

Por meio dos vários estandes, percebemos não apenas os setores da economia, como também os da cultura material piauiense, pois as significativas talentosas e habilidosas mãos não nos deixam enganar, falam por si mesmas, pois se materializam nos trabalhos artísticos dos mestres da arte santeira. As tipologias do artesanato dão plena dimensão artística de tantos homens e mulheres que trabalham com a cerâmica, a tecelagem, a cestaria e transados, os bordados, as rendas, as opalas e biojóias. Na cajucultura, encontramos diversos sabores: doces, sucos, refrigerantes, e a cajuína que é uma bebida tipicamente piauiense. Ademais, a castanha do caju é comercializada no mercado externo.

Ademais, teremos que narrar também as fascinantes maravilhas do nosso Estado, tais como: os parques ecológicos, o Delta do Parnaíba, a cachaça, a floricultura, a apicultura, a religiosidade, enfim, uma plêiade de elementos culturais e naturais que retratam nossa Terra, nossa Gente! Tudo isso faz superar qualquer estranhamento ao Piauí.

Portanto, se, por um lado, precisamos superar algumas deficiências como a falha técnica de um engenheiro que, desconhecendo a fragilidade da Barragem Algodões 1, fez uma precipitada avaliação de que a Barragem não ocorreria perigo e que a população poderia voltar para suas localidades, cujas conseqüências foram catastróficas para centenas de famílias, uma ignorância de conhecimento que o engenheiro precisa também superar; por outro, o Estado, analisado através da mostra no PIAUÍSAMPA, ganha outra dimensão, pois não só eleva a nossa auto-estima, como também nos coloca dentro do rol de um Estado que, além de ser vocacionado ao desenvolvimento, também pode expandir-se por meio de empreendimentos culturais, empresariais, gastronômicos e turísticos.

Mas temos que reconhecer também o desempenho da administração pública, quer por meio da rede globalizada promovida pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), quer pelo apoio logístico do governo do Piauí. Isso foi fundamental! Mas a alegria de rever os amigos e amigas fez parte também do momento! Pois o encontro com o grupo musical do amigo Jeová foi significativo tanto para o Prof. Benedito Araújo Júnior, da UFPI, quanto para mim, porque revivemos, por alguns instantes, mesmo em terras estranhas, a Terra do Sol que trazemos no imaginário, sobretudo, quando é tempo de frio, na Terra da Garoa.

 

São Paulo, 05 de junho de 2009.


Autor: Antonio Leandro


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