O COITADO



Quem se rebelaria contra vida ?

Não, não ele,não se revoltaria contra a vida,nem contra o céu,o mar ou contra alegria.

Sofria ele,muito sofria,não era revolta tão pouco rebeldia.

 Sofria ele,muito sofria,sofria de dor, de dor doída, daquelas que consomem toda uma vida,daquelas que fazem a gente não viver e não nos ver ,tão pouco nos perceber.

 Há quem pensava que o coitado era mole ou até um mané,parecia tão covarde pois que não fazia da vida sua parte ,ou mesmo sequer um pedaço da sua metade.

 Para uns era isso,para outros aquilo,e todo mundo,como sempre,julgava sempre errado; Não era nem uma coisa nem outra...

 O que ele tinha era dor,sofria de dor,dor de muitas dores;dores de saudades,saudades de alegria,de amor,de vontades,de liberdades...

 Sofreu tanto o coitado, que nunca teve espaço pra conhecer nem que de passagem essas coisas.Mas, como era coisas que a alma reconhece mesmo quando não ás vive,sentia então  saudades.

 E agora sofria, pois que só o sofrimento conhecia.

 E era só apatia que o coitado tinha, e sem se dar conta,coitado,morria muito á cada dia.


Autor: J. Medeiros


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