DESCULPA BIZARRA
DESCULPA BIZARRA
“Deus tem se desviado de mim”. (I Samuel 28.15)
Existem expressões na Bíblia que são, no mínimo, patéticas.
Esta frase de Saul é uma delas.
Saul entrara pelas veredas da loucura. Seu poder subira-lhe á cabeça. Seus motivos haviam mudado.
De início suas intenções foram excelentes. Reinar sobre o povo de Deus… Ser parte da administração gloriosa dos céus…
Depois perdeu a visão das coisas eternas. Passou a raciocinar de acordo com os padrões terrestres. Deixou de lado o temor e a fidelidade ao Todo-poderoso.
E um espírito atormentador viera para assolar os seus dias.
Idéias mortíferas e ameaçadoras substituíram os sublimes e sagrados pensamentos anteriores.
Instalou-se nele uma obsessão constante.
E neste estado de alma, desviou-se da Fonte excelsa de todas as graças.
No clímax deste desvio de Deus, o senso de valores, de justiça e de sabedoria falhou completamente.
Deixou de compreender que havia se desviado de Deus, e transferiu a realidade, acusando Alguém que jamais despreza um coração quebrantado e contrito.
“Deus tem se desviado de mim”.
Impossível!
É o homem, em sua loucura, em sua inconsciência dos valores eternos, em sua insensibilidade e impiedade, que se desvia de Deus.
Que horrendas emoções atingiam aquele homem amargurado?
Que estranhas forças surpreendiam aquele espírito povoado de fantasmas?
Que perguntas e anseios fluíam do interior daquele insensível coração?
Ao dizer que Deus se desviara dele, aplicava uma interpretação torcida e via ao Senhor sob uma ótica antropomórfica, atribuindo-lhe atitudes típicas do ser humano.
E o desvio de Saul rendeu-lhe frustração, derrota e morte.
Se ele tivesse uma idéia correta a respeito de Deus, aquela tragédia não seria consumada.
E a história de Saul teria sido brilhante e majestosa.
A verdadeira história de um rei.
Autor: Paulo de Aragão Lins
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