PESSACH



PESSACH

 

“Sou peregrino na terra”. (Salmos 119:19)

 

Nossos momentos aqui, por mais belos e doces que sejam, não chegam a ser um arremedo da glória excelsa que nos espera além.

 

Estrangeiros e peregrinos estão sempre com os pés em um lugar, mas com os pensamentos distantes, lembrando sua pátria de esplendor.

 

Foi por isto que Paulo escreveu: “A nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Filipenses 3.20).

 

Estamos aqui de passagem, cumprindo um propósito divino dentro de uma missão grandiosa a que Deus nos destinou.

 

Em Hebreus vemos uma das mais perfeitas descrições de nossa condição, enquanto perlustramos esta carreira terrestre. Falando a respeitos de servos de Deus como Abel, Enoque, Noé, Abraão, Isaque, Jacó e outros, o escritor sagrado destaca:

 

“Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas. Mas, vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra” (Hebreus 11:13).

 

A inconsciência de tal fato leva a pessoa a supervalorizar os valores transitórios desta dimensão terrestre, e a minimizar o valor da dimensão celeste.

 

Faz com que os homens se apeguem inutilmente a uma falsa cidadania, quando seu visto de permanência dura apenas um curto período.

 

O escritor de um belo hino chegou a dizer que os passarinhos e as belas flores queriam encantá-lo, iludi-lo, para que ele perdesse a visão do céu.

 

Mas, ele diz que tal ilusão não adianta, pois está querendo mesmo ir, o mais breve possível, para o seu lar prometido.

 

Se alguém observar a vida pelo ponto de vista materialista e passageiro, sentirá que existe uma sentença de morte pairando sobre sua pessoa.

 

Se, porém, observar a vida sobre o posto de vista de um peregrino, verá que paira, sobre si, uma promessa de vida, uma passagem de ida para o reino eterno, de maravilhas indizíveis.

 

Como peregrino o que mais alguém precisa atentar é para a maneira como está marcando sua passagem.

 

Estará deixando pegadas dignas de serem seguidas, ou marcas traiçoeiras que conduzem à perdição?

 

Está influenciando positivamente as pessoas, ou deixando um rastro de amargura na superfície do planeta?

 

Está orientando seus semelhantes para a vida, ou conduzindo-os para a morte?

 

Se tiver sempre em mente uma das mais importantes verdades bíblicas, que é o fato de serem peregrinos, a resolução torna-se facílima. Hebreus diz ainda:

 

“Não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura” (Hebreus 13.14).

 

O fato principal é que tudo isto que vemos ou sentimos neste mundo está longe, muito longe, do que veremos e sentiremos na eternidade.

 

Como diz em 1 Corintios 2.9: “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam”.

 

O titulo deste artigo – “Pessach” – é uma transliteração da palavra “Páscoa”, em Hebraico, e significa “passagem”, ou “travessia”. Os israelitas, na noite do Êxodo, comeram a Páscoa apressadamente, porque estavam em busca de outra pátria.


Autor: Paulo de Aragão Lins


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