O Apuro da Poesia
Dos tipos resta a forma, sua casca
Numa parte, o papel, a marca
e então
nessa cor de corpo
um corpo tal.
Noutra parte, o gosto
Ou o entendimento de quem prova
Ainda: a mordida
Nessa língua, da salivação dela, a casca encharca
Esvai-se da palavra o teor que lhe atribuía antes o tipo
de tal modo, a bem dizer, que seu declínio é
ser palavra
simples assim
Eis um corpo carcomido:
implodida na escrita a carapaça da feitura
Sua forma
podre
espalha.
Autor: Sodine Üe
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