Igreja e Estado



O cristianismo

Segundo a bíblia Jesus passou os últimos três anos de vida pregando seus princípios e conquistando muitos fiéis, após sua morte surge o cristianismo. A filosofia cristã era a prática do amor, as pessoas deviam amar ao próximo como a si mesmas e todos são iguais perante Deus. Diante disso várias pessoas foram se convertendo ao cristianismo, principalmente os pobres e escravos.

A base da economia romana era escravista e como os escravos estavam se convertendo eles se tornavam desobedientes, pois não aceitavam ser tratados daquela forma. O povo cristão, de uma forma geral, não reconhecia a divindade do imperador, já que todos são iguais aos olhos do Deus cristão. Diante desse quadro o imperador decide proibir o cristianismo e todo aquele que for cristão sofrerá pena de morte, porém, quanto mais cristãos são perseguidos e sacrificados mais pessoas se convertem, ate mesmo soldados e generais romanos e mais tarde a aristocracia romana.

Igreja e Estado

Aos poucos o cristianismo se torna a religião mais popular do império, logo, o imperador Constantino decide legalizar o cristianismo. Aqui podemos observar o primeiro contato entre a igreja e o estado, é lógico concluir que se o império não conseguia combater o cristianismo então seria mais fácil se unir a ele, pois se os cristão não  adoravam o imperador como divindade pelo menos o respeitaria como um aliado na fé.

Em 325 d.c é realizado o Concilio de Nicéia que tinha como finalidade estabelecer os dogmas cristãos, bem como, firmar a união entre a igreja e o estado romano. Com isso os bispos elaboram a doutrina oficial da igreja apoiados pela autoridade do imperador e iniciam campanhas contra outras religiões, principalmente a dos povos arianos.

No ano de 391 d.c o imperador Teodósio declara o cristianismo como religião oficial do império.

Mesmo se aliando a religião cristã Roma não estava em paz, pois sofria constantes ataques dos povos germânicos que mais tarde resultará o fim da sociedade romana.

Os bárbaros: futuros cristãos

Quando os bárbaros invadem o império eles se deparam com uma sociedade extremamente organizada e passam, até certo ponto, a assimilar a cultura dos romanos. O estado vai se desfalecendo aos poucos, mas a igreja era temida pelos supersticiosos germânicos que evitavam invadir ou destruir suas edificações. Ela consegue ficar firme e vê nos bárbaros futuros cristãos.

A cultura romana era assimilada pelos germânicos e a igreja, que exercia forte influência sobre a sociedade romana, era conseqüentemente assimilada pelos invasores. Vários povos bárbaros foram se convertendo, muitos deles não tinham conhecimento da escrita. A igreja, única instituição organizada do império que pouco havia sofrido com as invasões germânicas, vai elaborando um monopólio cultural onde quem quiser se tornar letrado deveria aprender com ela, até as leis vão sofrer influencia da igreja.

O povo bárbaro que mais se destacou foram os francos. No ano de 496 o rei franco Clovis Meroveu se converte ao cristianismo, dessa forma ele consegue apoio do clero e da maior parte da população da Gália, que era cristã. A vantagem dessa aliança para o rei foi a aproximação entre conquistador e conquistados; para a igreja, foi se livrar da influência da igreja oriental (igreja Ortodoxa) conquistando novos fiéis entre os bárbaros.

O Estado Pontifical

Nessa época não existia noção de propriedade governamental, portanto as terras que o governo conquistava eram constantemente distribuídas para que os nobres e a igreja  pudessem administra-las. Os nobres vão ficando cada vez mais ricos, porem cada um tinha seus interesses individuais e a igreja que é uma instituição com ideal comum, se torna mais rica do que os nobres e Reis.

Por volta do século VI os sucessores de Clóvis foram perdendo poder para os senhores feudais. Surge Pepino, um nobre proprietário de terras que no ano de 754 apresenta um documento falso onde afirmava que o Papa Silvestre havia curado a lepra do então imperador Constantino (morto em 335), com isso o imperador teria deixado todo o império do ocidente nas mãos da igreja. Este documento era resultado de um acordo entre a Igreja e Pepino, onde este enviou tropas para a Itália no sentido de conquistar terras para a Santa Sé, a região correspondente ao atual Vaticano fazia parte do acordo. Após a publicação desse documento a igreja abençoa Pepino e o nomeia Rei dos francos, enquanto que ela ganha varias terras se tornando soberana sobre o reinado franco, surgindo o Estado Pontifical.

O reino franco foi o maior do ocidente medieval e a igreja aliada a ele influenciou maior parte da Europa. Mas a relação entre igreja e estado era muito delicada, visto que um tentava sobrepor-se ao outro, a igreja tentando controlar o estado e o estado tentando controlar a igreja. O resultado dessa política levou a ascensão da igreja como Estado, uma instituição que trata de assuntos espirituais rica em bens materiais. 

Vale observar que o Vaticano de hoje é um Estado doado á igreja graças ao Tratado de Latrão, documento elaborado em 1929 onde o então ditador da Itália Benito Mussolini reconhece aquela região como pertencente à Santa Sé. Com isso podemos observar que a Igreja vem ao longo da história se desenvolvendo e dominando a mentalidade ocidental, ou mundial, por meio de mentiras como forma de defender seus interesses. As práticas genocidas de inquisição acabaram, mas a igreja não caiu e permanece com um poder de influencia sobre nossa sociedade de tal forma que até mesmo a ciência as vezes é barrada, como o caso das pesquisas com células tronco. Na tentativa de defender uma moralidade mentirosa essa instituição acaba impondo as pessoas o que é certo e errado contribuindo para estagnação da mente humana.

OBS: Todas as religiões devem ser respeitadas visto que elas têm importância nas particularidades de cada indivíduo, porém, elas representam um mau a partir do momento em que elas desrespeitam o bem comum e a ciência.


Autor: Walter Lira Soares


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