CRÔNICA A UM HOMEM INCRÍVEL!



Tudo parecia calmo e tranqüilo na minha vida, até aquela noite.

A este fato chamei de "Gênesis da vida". Não se tratava do Gênesis bíblico, mas do meu Gênesis, pois transliterando ou pedindo emprestado ao meu Pai, traduzi da seguinte forma: "Minha vida era sem forma e vazia até que Deus disse: haja luz, haja alegria, haja vigor, haja contentamento, haja cor e haja tantas outras coisas sentidas e nunca traduzidas, que me perdi em mim mesma e imaginei estar vivendo os sonhos da mente que pousou em asteróides.Fugi da lógica, mergulhando no abismo profundo do sentir humano, que nunca traz respostas, ou gera perguntas sem respostas. Sei lá, são estas coisas próprias de quem escreve filosofando. É, aconteceu assim e eu gostei do que houvera sentido. Mas os sentimentos ilógicos nos levam ao enveredamento de coisas que nunca imaginávamos viver. Engraçado, usar a palavra "nunca".( Para um filósofo, o nunca é apenas a fuga do conceito não colocado). Me pego infantilmente iletrada, usando a parte parca do pensar. Não é disto que quero falar, mas, do homem. Ah! O homem que mudou a minha História. É, história com "H", pois é autêntica e não inventada. Aquele homem veio realmente como uma luz, me mostrando o quanto de poético e belo existia na vida. Passei a chamá-lo de "meu bebê," para que pudesse dimensioná-lo a um plano onde pudesse lhe alcançar. Aquele homem era gigantesco em suas atitudes, em suas colocações bem pensadas, em sua maneira terna de ser, em sua fala doce e ao mesmo tempo forte, em seu olhar enigmático, nas colocações tão didáticas e tão perfeitas que Eu, (sim eu maiúsculo, pois era assim que me sentia até ele chegar), me perdia elocubrando de como Deus houvera qualificado alguém assim. Ele era pluridimensionalmente maior do que pensava.Sentia-me tão encantada com tudo que ele fazia que esqueci de caminhar no tempo e parei naquele instante híbrido em que ele chegou. Virei menina e curtia cada gesto, cada sorriso, cada palavra que eu imaginara, daquele ícone de sabedoria, beleza e simplicidade.

O tempo foi passando e o medo de perder o sabor daquela atmosfera de gozo e de alegria me deixou sem a graça dos que admiram e amam. Passei a viver como os normais que pensam apenas em como seria o futuro. Esqueci de viver o passo a passo de cada instante com aquele ser incrível e confortante. Minha vida parecia diante de mim como uma tela fria. Virei um humano comum e sem sentido.Entrara na fase imbecil da defesa, mergulhando na minha caverna sombria e sem graça, como se fosse fugir da coisa mais fantástica que me acontecera. Uau! Eu estava amando! Eu me apaixonara pela mistura de semideus e super-homem, queria tocá-lo, queria sentir além dos sentidos, queria mais. O ouvir a sua voz seria a glória prá meus sentimentos. Ver se tornara insuficiente. O toque agora era vital. O cheiro de sua boca, o cheiro de seu corpo, a textura de sua pele, tudo isto começara a desencadear uma avalanche de sentimentos que não houvera sentido antes. Meu Deus! Era tudo muito novo, muito estranho, perdi o controle de mim mesma, perdi o apetite, perdi a vontade de estar longe do local onde ele estava, entrei no espasmo da loucura...!

Contudo, não perdi a razão e me peguei diante da vida dizendo: "tu não te preparastes para cuidar de um mito, o mito que tu amaste por toda tua existência!" Ele estava ali, diante de mim e eu não sabia como tratar e nem podia tocá-lo. Ele era tão grande, tão gigante, tão perfeito, bom,inteligente, meigo e tão lindo, que fugi e me escondi. Tentei me livrar, criando uma situação de substituição, mas me deparei com o caos. Chegara o apocalipse da vida. Mas, num momento de lucidez emocional saí em um vôo como que para a morte, pois descobri que a essência do meu viver houvera ficado para trás. Ficara com aquele homem que me ensinara tantas coisas fantásticas, se tornara as quatro estações da minha vida, me deixara sentir que os humanos sabem sonhar. Mas esquecera de me mostrar o antídoto para ser curada da dose letal do seu amor.

Ele nunca foi um bebê, mas o gigante que me marcou e que nunca mais será substituído em minha alma.

Nesta noite escrevi a mais bela crônica da minha vida, dedicando ao homem mais incrível que conheci.

Sol, apenas Sol, para a o homem que iluminou de forma linda a minha vida!


Autor: solange Lins


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