TENDÊNCIAS DE B.I. para 2009/2010



Introdução

Este trabalho minerou as informações contidas na internet, bem com em outros meios de comunicação, a fim de identificar as tendências de BI para o ano de 2009/2010.

A importância do BI dentro da cena da tecnologia da informação pode ser medida pelo relatório disponibilizado para esse ano pelo Grupo Gartner. O mesmo é utilizado como referência dos CIO e destaca o Business Intelligence (BI) como uma das prioridades estratégicas para o ano de 2009 para TODAS as empresas, independente do seus tamanhos.

Assim, no decorrer desse trabalho, detalharemos as seguintes tendências identificadas:

-BI em Open Source;

-Crescimento Exponencial dos Bancos de Dados;

-Aproximação das Empresas de Hardware e Software;

-Visualization and Analysis in Social Networks;

-O novo cliente de BI – Áreas Operacionais;

-Latência Zero;

-BAM;

Todavia, antes de detalhá-las, faz-se necessário a devida conceituação. BI é a sigla para (B)usiness (I)ntelligence e pode ser entendido como "processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte a gestão de negócios"[1].

Destaca-se ainda a definição relacionada abaixo, por promover a devida contextualização:

"O Business Intelligence (BI) – pode ser entendido como um guarda-chuva conceitual que envolve a Inteligência Competitiva (CI), a Gerência de Conhecimento (KMS) e a IBI (Internet Business Intelligence), pesquisa e análise de mercado, relacionados à nova era da Economia da Informação, dedicada a captura de dados, informações e conhecimentos que permitem as organizações competirem com maior eficiência no contexto atual, é um conjunto de ferramentas utilizado para manipular uma massa de dados operacional em busca de informações essenciais para o negócio." (MELLO, Sheila – O que é BI. Disponível em: http://www.profissionaisdetecnologia.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=60 , Acessado em : 27 de junho de 2009 )


Desenvolvimento

BI em Open Source

Segundo a definição dada pela OSI (Open Source Iniciative), criada a partir do texto original da DFSG (Debian Free Software Guidelines), um software para ser chamado de OPEN SOURCE deve atender aos seguintes requisitos:

1.Distribuição Livre;

2.Acesso ao Código Fonte;

3.Possibilitar Trabalhos Derivados;

4.Integridade do autor do código fonte;

5.Não discriminação contra pessoas ou grupos;

6.Não discriminação contra áreas de atuação;

7.Distribuição da Licença;

8.Licença não específica à um produto;

9.Licença não restrinja outros programas;

10.Licença neutra em relação a tecnologia.

Nos últimos anos, temos vistos vários esforços no intuito de desenvolver produtos de informática que atendam aos requisitos acima dispostos. Os frutos desses esforços hoje são realidade na cena tecnológica nacional. Já é possível, por exemplo, ter seu sistema operacional (Linux), seu emulador de internet (Mozilla Firefox), e outros produtos Open Source.

Neste contexto, destaca-se o PENTAHO, uma solução Open Source para BI. Sua documentação e download podem ser efetuados no link HTTP://www.pentaho.com.



 



A referida solução se destaca como tendência, haja vista que 43% (quarenta e três por cento) das empresas consideram adotar software de BI em código aberto, segundo relatório publicado pela VENTANA RESEARCH em 2006.

Destaca-se ainda a reportagem "O ERP agora é OPEN SOURCE" publicada pela revista "Info Exame" no mês de junho de 2009. Esta destaca o projeto realizado pela CEF – Caixa Econômica Federal para implantação do Pentaho para áreas de controle interno.

Assim, exemplificaremos a tendência relatada transcrevendo a reportagem referência:





Podemos então concluir que a adoção de solução Open Source para projetos de BI é uma tendência atual, haja vista que a mesma se apresenta como uma realidade factível às empresas que desejavam tal solução, mas não às adotaram no passado em decorrência de restrições orçamentárias. Restrições essas agravadas pela crise econômica como temos vivido nos últimos meses.


Crescimento Exponencial dos Bancos de Dados

Nos últimos anos temos vivido a queda significativa do custo do armazenamento de dados. Tal queda de custo vem influenciando nos projetos de BI que estão sendo implementados atualmente. Muitos vezes tais projetos privilegiam a performance de execução versus a duplicação de informações. Assim, em decorrência desse novo paradigma, temos verificado um crescimento exponencial das bases de dados de BI.

Além da questão da conceitual relatada acima, há ainda a questão do crescimento "natural" das instâncias de BI. Como é de conhecimento público, com o decorrer do tempo há o registro de mais informações e com estas o crescimento natural da massa de dados a ser analisada. Há assim o crescimento natural, decorrente do uso/processamento das informações.

Os fabricantes vêm tentando responder a esse cenário de baixo custo de armazenamento( relação bytes/U$) e alta necessidade de espaço das instâncias BI. Nesse sentido destaca-se, por exemplo, as ações tomadas pela ORACLE. A implementação do conceito de "GRID DTABASE" possibilita o crescimento horizonte e vertical do tamanha da base de dados , podendo atingir um tamanho ilimitado.

O ORACLE EXADATA STOREGE SERVER em conjunto com ORACLE DATABASE MACHINE é uma solução comercial implementada nesse conceito. Anunciada no ORACLE OpenWorld 2008 por Larry Ellison, hoje é uma realidade comercial que apresenta uma performance 10 vezes maior que os atuais produtos de mercado e crescimento ilimitado.

Na oportunidade, apresentam-se os dados constante do portal "Oracle Partner" sobre tal assunto.



Aproximação das Empresas de Hardware e Software

Há no mercado o movimento de aproximação entre as empresas de software e hardware. Neste contexto destaca-se a aquisição da Sun pela ORACLE. Tal incorporação representou a união de fabricante de equipamentos/Sistema Operacional com o fabricante de software (Banco de Dados e Solução de BI).

O objetivo da ORACLE com a aquisição da Sun foi vinculada da seguinte forma nos meios de comunicação:

"A Oracle vinha negociando o departamento de dispositivos de armazenamento com a HP, mas a compra da Sun colocou a empresa numa posição muito mais confortável, pois a Oracle e a Sun têm sido parceiras há tempos. A direção da Oracle disse que as últimas aquisições da Oracle tinha sido dos respectivos líderes de segmento, com PeopleSoft, Hyperion e Siebel, atuantes no mercado de sistemas corporativos. Com a aquisição da Sun, o intuito da Oracle seria tomar conta do Java e do sistema operacional Solaris, visando o futuro.

Segundo a direção da Oracle, "Existem mais bancos de dados Oracle rodando no Solaris em máquinas Sun do que em qualquer outro conjunto", e acrescenta que "a plataforma Linux fica em segundo lugar" e que "os sistemas Oracle database e Solaris serão compatibilizados totalmente". Com a Sun fazendo parte do grupo, todos os componentes podem ser retrabalhados para trabalharem em perfeita sintonia. (•CAMPOS, Iberê M. - Oracle compra Sun Microsystems e agora é dona do Java, Openoffice e MySQL. Disponível em : http://www.thecnica.com/dicas/texto.asp?src=n&Cod=212 , Acessado em: 28 de junho de 2009).

Contudo, pode-se observar que a referida fabricante de software busca não só a aquisição, mas também a aproximação com os fabricantes de equipamentos. Em 13 de outubro de 2008 a HP anunciou em seu site que se tornara a fornecedora oficial de tecnologias de integração e sistemas para o Oracle® Exadata Storage Server (vide http://h41131.www4.hp.com/pt/pt/press/hp---fornecedor-de-sistemas-exclusivo-para-oracle-exadata.html ). Desta forma, o assédio desta com para com as empresas que não estão em condição de ser adquiridas.

Assim, podemos facilmente concluir que o mercado tende a consolidar as grandes empresas existentes, tentando diminuir os "espaços" para novas instituições e, até mesmo, para novas soluções tecnológicas, como forma de consolidar as suas atuais posições.


Por fim, destacamos o site da ORACLE que apresenta a seguinte relação de otimizadores por fabricante:



Analise de Redes Sociais

Nos últimos anos tem havido um interesse crescente pelas chamadas "redes sociais". Redes sociais tornaram-se especialmente relevantes devido à grande variedade de sites que utilizam o conceito, como Orkut, MySpace, FaceBook e Flickr. Seus usuários formam bases de dados que provêem um importante meio de compartilhar, organizar e encontrar conteúdo e contatos. Devido ao uso intenso, estes sites reúnem material suficiente para subsidiar estudos de características de redes sociais em larga escala.

A análise e extração de conhecimento de redes sociais vêm sendo amplamente utilizada em várias áreas, incluindo as ciências sociais e comportamentais, economia e marketing, onde a compreensão do comportamento da sociedade é estratégica. As redes sociais estão entre os mais complexos e importantes desafios no gerenciamento de grandes volumes de dados. Tal complexidade é justificada principalmente pela inerente interdisciplinaridade envolvida na construção dessas aplicações que integram resultados de pesquisa de disciplinas tais como Gerenciamento de Grandes Volumes de Dados, Recuperação de Informação, Visualização de Informações, Engenharia de Software, Multimídia/Hipermídia, Interação Humano-Computador, Algoritmos, Inteligência Articficial, entre outras.

O WIVA (Workshop on Information Visualization and Analysis in Social Networks ) visa reunir a comunidade de pesquisa em redes sociais no Brasil e fomentar possíveis colaborações, através da divulgação das iniciativas sendo atualmente realizadas. Espera-se agregar pesquisadores das outras áreas mencionadas, contribuindo para a comunidade do SBES/SBBD com sua visão dos problemas associados ao tema.

Esta pode ser acessada no site http://www.inf.ufrgs.br/~galante/wiva/ e participou do XXIII Simpósio Brasileiro de Banco de Dados e XXII Simpósio Brasileiro de Engenharia de Software. Este ocorreu em Campinas-SP, no período de 13 a 17 de Outubro de 2008.

Tal pesquisa encontra-se avançada no Brasil, destacando nesse contexto a UFRGS. Todavia a UFMG conta também com representante(s) no comitê da WISA. Igual situação é verificada no exterior. Destaca-se, por exemplo, o estudo realizado pela IBM visando traçar o perfil de seus colaboradores e funcionários por meio da analise de redes sociais.

Outro exemplo de utilização das redes sociais pode ser vista na reportargem do "TWITTER para as massas" publicada na revista "INFO Exame" de junho de 2009. Nesta há o relato de uma ação tomada pela NET a partir de "reclamações" postadas no referido site, vide trecho que segue:


Assim, no futuro próximo, as empresas monitoraram as redes sociais com o subsídio de algum processo de BI, haja vista o volume de informações produzidas por estas inviabiliza o mero controle humano. Da analise destas informações será possível às instituições "coletar talentos", traçar o perfil de clientes e concorrentes, etc., enfim, realizar quantas analise desejar de interações de indivíduos.


O novo cliente de BI

A utilização de soluções de BI para as áreas de gestão da empresas não faz parte deste estudo por ser uma pratica de mercado já consolidada. Todavia, tal pratica tende a se alterar no ano de 2009. Estudos recentes mostram o surgimento de um novo perfil de cliente BI, qual seja, às ÁREAS OPERACIONAIS.

A reestruturação das empresas, levando a organogramas mais horizontais, promoveu o deslocamento da tomada de decisão para as áreas operacionais das empresas. Estas, ávidas por informações que lhes dêem subsídio à essa nova competência, vêm "patrocinando" novos projeto de BI.

Destaca-se, nesse contexto, o projeto de implementação de BI na Caixa Econômica Federal (vide acima). Figura como cliente do projeto uma área operacional da referida instituição. Cenário impensável há alguns anos atrás.

Todavia, este novo perfil de clientes traz consigo a necessidade de ajuste às soluções de mercado. Há a clara necessidade de reduzir a periodicidade de atualização da instância BI. Surge com isso a chamada "Latência Zero", nomenclatura criada para relatar a aderência entre as bases transacionais e a base analítica das instituições.

Exemplificando, podemos destacar o case da Drogaria Araújo. O BI desta, por ser utilizado por inúmeras áreas operacionais, a destacar a área de logística, encontra-se hoje em defasagem de apenas 60 minutos em relação ao transacional da empresa. Assim, dado a proximidade do transacional com o analítico podemos afirma que a Latência Zero já é realidade também no mercado mineiro.

Todavia, há fabricantes de software que vão além da periodicidade de atualização da instância analítica. A Oracle, por exemplo, criou o RTD, sigla para "Oracle's Real-Time Decisions". Podemos definir esta tecnologia como um conjunto de regras e analises preditivas que formam uma poderosa solução para a tomada de decisão em tempo real. Para maiores detalhes, visite o site http://www.oracle.com/appserver/business-intelligence/real-time-decisions.html .

Encontramos ainda outra vertente da mesma necessidade. São as soluções de BAM – (B)usiness (A)ctivity (M)onitoring. Estas podem ser definidas como ferramentas que possibilitam a monitoração dos processos de negócio, orquestrados em um BPMS, em tempo real e com dados estatísticos, permitindo aos gestores dos processos identificarem possíveis desvios entre o previsto e o realizado.

Assim, esse novo mercado que se abre à área de BI traz consigo novas necessidades e novos produtos. Estes novos produtos são frutos da "atenção" despendida pelos fabricantes aos anseios desse novo público.


Conclusão

Pelos fatos analisados, observamos inúmeras tendências de BI para o ano de 2009. Das destacadas gostaríamos de ressaltar o impacto do Open Source nesse mercado, bem como a abertura da área operacional.

Por fim, destacamos a conclusão do artigo "Nine BI Megatrends for 2009" de autoria do Sr. David Stodder, a qual segue abaixo:

"Tighter budgets and a critical need for better alignment between business priorities and technology decisions mean that BI and data warehouse systems must be effectively and efficiently managed. New technology deployments and upgrades to existing systems must be carefully chosen to provide the greatest return on investment. Fortunately, thanks to a torrent of innovation in recent years, organizations have many technology options in front of them. While data security and availability concerns must be addressed, organizations are likely to see SaaS and cloud computing alternatives as part of the mix for BI, analytics and data warehousing as we progress into 2009.

The megatrends presented in this article show that BI is hardly a settled domain; there's too much at stake for organizations to stand pat when it comes to using information to improve decisions and take action. Failure is not an option when it comes to BI. It will take smarts to ride out a tough economy and identify where opportunities for growth lie. Fortunately, the BI market is responding to demand."



Bibiografia

·MELLO, Sheila – O que é BI.
Disponível em: http://www.profissionaisdetecnologia.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=60 ,
Acessado em : 27 de junho de 2009;

·ARINA, Kátia – O ERP agora é OPEN SOURCE. Info Exame, jun. de 2009;

·LEAL, Renata – Twitter para as massas. Info Exame, jun. de 2009;

·HP - HP é Fornecedor de Sistemas Exclusivo para Oracle Exadata. Disponível em: http://h41131.www4.hp.com/pt/pt/press/hp---fornecedor-de-sistemas-exclusivo-para-oracle-exadata.html ,
Acessado em: 28 de junho de 2009;

·WIKIPÉDIA, A enciclopédia livre. Business intelligence.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Business_intelligence ,
Acessado em: 27 de junho de 2009;

·CAMPOS, Iberê M. - Oracle compra Sun Microsystems e agora é dona do Java, Openoffice e MySQL.
Disponível em : http://www.thecnica.com/dicas/texto.asp?src=n&Cod=212 ,
Acessado em: 28 de junho de 2009;

·IBM – Business Intelligence transforma-se na prioridade estratégica para as empresas.
Disponível em: http://www-306.ibm.com/software/data/masterdata/rfid/
Acessado em: 15 de junho de 2008

·ORACLE - Oracle Business Activity Monitoring.
Disponível em: http://www.oracle.com/appserver/business-activity-monitoring.html
Acessado em: 28 de junho de 2009

·ORACLE - Oracle Real-Time Decisions.
Disponível em: http://www.oracle.com/appserver/business-intelligence/real-time-decisions.html
Acessado em: 17 de junho de 2009.

·UFRGS - WIVA - Workshop on Information Visualization and Analysis in Social Networks.
Disponível em: http://www.inf.ufrgs.br/~galante/wiva/
Acessado em: 23 de junho de 2009

·STODDER, David - Nine BI Megatrends for 2009.
Disponível em: http://www.intelligententerprise.com/showArticle.jhtml?articleID=212700482
Acessado em: 15 de junho de 2009.






Autores:

Gustavo Henrique Dornelas de Deus
Neuler Coelho Pereira

Autor: Gustavo Henrique


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