Sociedade, Educação e Ciência



Matéria postada no "Portal de Garça", 18 de junho de 2009

Sociedade, educação e ciência, estejam elas inseridas em qualquer época, têm íntima relação. O homem mediante as suas necessidades sociais veio traçando ao longo de toda a sua história fatores intrínsecos coadjuvantes e decisórios para o mundo de hoje. Depois de não mais aceitar o conhecimento divino como única verdade absoluta, antes incontestável, o homem, indivíduo livre dos dogmas e avesso a tudo que é inativo, privilegia seu universo intelectivo e o conhecimento passa a ser visto como um dos elementos mais essenciais do ser humano, neste instante, deixa de ser criatura e passa a ser criador de seus próprios conhecimentos.

O homem moderno, nulificado dos princípios místicos e religiosos, traça uma nova relação com seu mundo e consigo mesmo; sua confiança e seu desejo pela necessidade do conhecimento consumado na sua capacidade de investigação racional instituíram dimensões significativas para a evolução do homem que ecoam até hoje.

O período do conhecimento é marcado pela necessidade da busca de procedimentos baseados na investigação sistemática da verdade, na idéia da crítica, no critério da razão matemática, daí nasce a ciência como categoria histórica, fruto do esforço, da observação, da indagação, e, da pesquisa e mais tarde, da experimentação.

Dentre alguns precursores do pensamento moderno destaca-se René Descartes (1596-1650), matemático e filósofo francês, defendia que somente por meio de métodos lógicos e racionais o homem poderia atingir o conhecimento científico: "Penso, logo existo". Outros como Isaac Newton (1642-1727), cientista inglês, descobriu leis físicas aplicáveis ao universo, como a lei da gravidade.

Também nesse período, o desenvolvimento das técnicas de produção, segundo Aranha (1996), levou ao crescimento do interesse pela ciência aplicada, nos campos da Engenharia Mecânica, da Química e da Física. John Locke (1632-1704), filósofo inglês, instituiu o pensamento de que todo o conhecimento humano chega à nossa mente por meio dos sentidos e depois desenvolve-se pelo esforço da razão, tudo que adquirimos é devido à experiência.

Assim como a sociedade e a educação de cada época é constituída a partir de uma série de fatores, destacando como principais os ideais sociopolíticos e o interesse do homem pelo conhecimento, a ciência caminha entrelaçada à evolução intelectual do homem. Da mesma forma, que o conhecimento místico, foi superado pelo aguçado interesse do homem em saber cada vez mais, destituindo a definição do Universo e suas limitações como providência divina, assim se faz a ciência e seu marco histórico. Não nos resta dúvida que, tudo aquilo que nos foi deixado historicamente, nos proporcionou e continua ainda nos proporcionando conhecimentos válidos e significativos para a nossa realidade, porém, é necessário que o homem cultive em seus mais reservados desejos como instrumento de progresso para a humanidade não só a busca pelo conhecimento de natureza científica, mas, o aprimoramento por outro tipo de ciência: o apelo à intuição, à criatividade e à afetividade. Acredito que desta forma, conseguiremos nos pautar em procedimentos exequíveis e essenciais para o desenvolvimento de pesquisas científicas que nos possibilitem construir e reconstruir teorias, discutir hipóteses, podendo sim, confrontá-las com todo o universo investigativo que é a nossa sociedade.

Referências:

ARANHA, M. L. de. História da educação. 2 ed. São Paulo: Moderna, 1996.


Autor: KARINA HELENA DA CRUZ


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