Moody`s deve elevar classificação do Brasil



A agência de classificação de risco Moody"s avalia aumentar o rating do Brasil para grau de investimento. Ontem (dia 06 de julho), a agência informou que colocou a nota de crédito da dívida do governo brasileiro em revisão para "possível elevação". O anúncio provocou uma melhora nos mercados no final da tarde, reduzindo a queda da bolsa e a alta do dólar.

Atualmente o Brasil está classificado em "Ba1" (um nível abaixo do chamado grau de investimento).

A revisão deve durar no máximo três meses e a perspectiva é que no final de setembro (ou começo de outubro) o rating brasileiro seja promovido a grau de investimento, faixa na qual ficam os países com melhor avaliação de crédito no mundo.

Se a elevação da nota brasileira for confirmada pela Moody"s, ela será a terceira agência a fazer tal ação. A Fitch e a Standard & Poor"s já haviam colocado o Brasil na categoria grau de investimento no primeiro semestre do ano passado, provocando grande repercussão no mercado. A bolsa chegou a superar os 70 mil pontos.

A Moody"s estudava elevar a nota brasileira também desde meados do ano passado, mas a crise atrasou a decisão. Com a piora do cenário, a agência passou a monitorar qual seria o impacto no Brasil e quais medidas seriam tomadas para reagir à crise. "A revisão foi motivada pela confirmação de uma maior resistência da economia a choques", afirma o comunicado divulgado pela Moody"s, destacando que o país passou por algo parecido a "um severo teste de estresse". Com tudo isso, o país se assemelha a outros que estão na categoria grau de investimento.

A Moody"s avalia que o Brasil reagiu bem e tomou medidas acertadas até agora. O desempenho do país "excedeu" as expectativas inicias. Mesmo com a economia caindo cerca de 1,5% este ano, como prevê a Moody"s, e com uma tendência de piora nas contas fiscais, "a crise revelou as forças estruturais que o Brasil construiu ao longo da última década e que, até recentemente, não haviam sido testadas", diz o comunicado. Leos destaca que o fato de os bancos brasileiros não terem sido tão afetados, como os ingleses ou americanos, também ajudou.

Ontem (dia 06 de julho), mesmo sem surpreender os analistas, o anúncio teve impacto nas mesas de operação e nas tesourarias. O Ibovespa chegou a cair mais de 2% durante os negócios, mas no final da tarde desacelerou a queda e fechou em baixa de 0,61%. O dólar, depois de subir mais de 1,5%, terminou com alta de 0,40%.

Em agosto de 2007, a Moody´s fez a última alteração nas notas do Brasil. Elevou os ratings de dívida do governo brasileiro em moedas local e estrangeira de "Ba2" para "Ba1", um nível antes do grau de investimento. Ontem, além de anunciar a possível melhora da nota soberana, também informou que algumas empresas podem ter rating melhor.

Bibliografia
Jornal Valor Econômico de 07 de julho de 2009
Jornal Folha de S. Paulo de 07 de julho de 2009
Jornal do Brasil de 07 de julho de 2009
Jornal O Globo de 07 de julho de 2009

Autor: Alexsandro Rebello Bonatto


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