EDUCAÇÃO AMBIENTAL: POR QUÊ? PARA QUÊ? PARA QUEM?



ANA GIZELLE DA SILVA

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A história da aventura humana neste planeta resulta daquilo que fazemos. Pois, não apenas fazemos a história. Somos ela própria. Barcelos (2008).

Resumo

Em decorrência do desenvolvimento tecnológico e do consumismo, o meio ambiente tem passado por intensas transformações, induzidas pelo próprio homem. A primeira década do século XXI está sendo marcada por um caloroso debate mundial acerca das questões ambientais. O que faz difundir a idéia de finitude dos recursos naturais e das sutilezas do mecanismo natural do planeta. Juntamente com o crescimento das discussões sobre a problemática ambiental, cresce também, a preocupação coletiva com o futuro comum da humanidade, criando assim, a necessidade de um contraponto, capaz de frear o processo de destruição. A Educação Ambiental (EA) surge em virtude da preocupação humana com a qualidade de vida, no entanto, seu contexto é muito amplo e abrange aspectos sociais, econômicos, políticos, éticos e culturais. Com a Conferência Rio 92, houve uma verdadeira globalização das questões ambientais, despertando uma preocupação sem precedentes em relação à degradação causada pelo desenvolvimento tecnológico/industrial. Tal Conferência foi responsável também, pela propagação da idéia que desenvolvimento e meio ambiente constituem um binômio e são lados de uma mesma moeda devendo, portanto, ter valores e prioridades equivalentes, ou seja, é essencial desenvolver economicamente, mas é vital que os recursos naturais sejam poupados para que não faltem.

Introdução

Meus avós eram felizes e não sabiam. Há 50 anos, talvez menos, o meio ambiente estava intimamente ligado à condição humana de existência. As águas eram abundantes e limpas, o ar era puro, as florestas verdes e o solo produtivo... Na região onde meus avós viviam não tinha asfalto, eletricidade e nem água encanada. Ouvia-se noticias pelo rádio. Comia basicamente o que produziam. Não existiam obesos e nem depressivos.

Ainda nesse modelo de vida meu pai foi criado, seu primeiro par de botinas ele comprou aos nove anos, quando trabalhou e teve dinheiro para adquirir. Meu pai andava léguas em cima de um cavalo para comprar refrigerante com rolha. Brincava livremente e trabalhava muito, não existia Conselho Tutelar. Para estudar andava horas e dividia o mesmo espaço e a mesma professora com colegas de séries variadas.

Só pelo olhar meu avô ralhava. Os mais velhos eram tratados com respeito. Minha avó teve mais de uma dezena de filhos e todos se tornaram adultos “do bem”.

Morria por infecção, mas, não de bala perdida. A farmácia ficava no quintal da casa, a fé e o respeito à natureza eram representados pela espera da “seca” ou das “águas”, quando tudo era planejado dependendo da estação.

Os córregos e rios eram fonte de lazer e alimento. Pescar, caçar passarinho, queimar coivaras não eram crimes, tão pouco afetava a cadeia alimentar ou destruía o solo. Retirava-se do meio ambiente somente o que era necessário para viver (e viver bem).

Nas festas se identificava as famílias pelo tecido das roupas usadas. Meu avô comprava uma peça fechada de “pano” e minha avó costurava os vestidos e as camisas. As calças eram feitas de algodão que ela mesma tecia. Todos vestiam sem se preocupar com a moda. Ser feliz era ter uma roupa de domingo.

Sou fruto de uma família que viveu assim... Avós, pais, tios. Nasci em 1974 e meu filho em 2001. Minha infância ainda teve banho de córrego, pique – esconde, salve latinha e brincadeiras nas ruas. Na minha adolescência ainda podia ver o sol nascer sentada nas calçadas, conversando com os amigos.

Entretanto, já fui da geração coca-cola, redley, all star, zoomp, fórum, vídeo-cassete e depois DVD, vinil que foi substituído pelo CD, karaokê e Gol GTS “quadrado”. Ainda tinha que estudar para passar no vestibular, faculdades particulares eram difíceis, assim, como as públicas. Tinha respeito e admiração pelos meus professores.

Virgindade era importante, AIDS estava só começando, camisinha ainda era objeto obsceno... Titãs, Engenheiros do Havaí, Legião Urbana, Cazuza, Zero, Kid Abelha faziam o maior sucesso. Ultraje a Rigor escandalizava cantando SEXO! Inocência a nossa, não sabíamos que chegaria a era do funk, das mulheres frutas e das letras, ou melhor, das não letras de músicas.

Na minha infância o Chacrinha alegrava as tardes de sábado, o Balão Mágico e depois a Xuxa todas as manhãs, ainda crianças cantávamos super fantástico amigo....na adolescência mudamos para Tédio eu tenho um problema.....Imagina não tínhamos problemas, nem celular, nem os MP3, 4 ,5,6,7,8,9, nem Internet, Playstation, Orkut e MSN. Smorf, He man, Caverna do Dragão, Mickey Mouse hoje só na lembrança, ficaram fora de moda, eles não instigam violência.

Aos sete anos meu filho gosta de Naruto (desenho japonês) e Simpson (americano), adora navegar na internet e passa horas na frente de um Playstation. Fica atento a todos os filmes de desenho animado que são lançados e que o mackdonalds faz promoção com os heróis em miniaturas. Sua infância é diferente da minha, bem mais consumista, a minha foi mais consumista que a dos meus pais, e assim sucessivamente.

Em um breve relato de vida, fica visível o porquê da Educação Ambiental. Não precisaria de Teorias ou de Grandes Pensadores para explicar o momento que vivenciamos. A mim, basta enveredar pelo meu passado e compará-lo com o presente. Entretanto, a proposta aqui é criar um “pano de fundo” do problema pesquisado: Educação Ambiental – é necessária ou não? Ou melhor, será que existe um viés ambiental dentro da Educação? Sem a pretensão de obter todas as respostas ou dialogar com todos os autores relacionados a essa questão, tentarei humildemente expor algumas idéias.

Educação Ambiental: Por quê?

Imagine um enfermo com muita dor em estado terminal, os médicos não conseguem lhe salvar a vida, mas, minimizam a dor com aplicação de endorfina. Ninguém quer saber se essa doença é conseqüência de anos de vida fumando (um câncer de pulmão) ou de anos bebendo (cirrose) ou se dirigia em alta velocidade e sofreu um acidente. Nada disso é questionado. Se não tem como devolver o vigor da vida, que pelo menos seja aliviada a dor.

Desde a antiguidade, cientistas e gênios estudam, analisam, criam e quebram paradigmas, para explicarem a ciência, a vida humana, o Planeta Terra...Enfim, busca-se explicação para tudo.

Como se formou o paradigma atual das questões ligadas ao meio ambiente? Segundo Pelizzoli (2002) tem haver com as mudanças que ocorreram em relação à perspectiva de mundo, sistema de valores e a construção da civilização a partir do séc. XVII. Num processo de evolução e (re)volução industrial, cientifica e social, os modelos de sociedade foram se transformando. Entrou na era do Paradigma Cartesiano – “Universo como máquina, do mecanicismo e do materialismo físico, compondo um grande reducionismo”. Sobre essa questão o autor citado neste parágrafo diz o seguinte: A crise atual é a crise da civilização hegemônica, crise do que se chama “nosso paradigma dominante”, ou seja, dos modelos de conceber o mundo e de nos relacionarmos, baseados na dicotomia e problemas trazidos pela Revolução Cientifica e o progresso material capitalista.

Chegou o tempo do neoliberalismo, onde a concorrência passou a ser natural, ou talvez, um mal necessário. Existe competição em tudo: Blocos Econômicos, Países, Multinacionais, Pequenas Empresas, Trabalhadores e em vários outros setores.

O motor do mundo globalizado é a competitividade. E para que esse motor não pare de funcionar, é alimentado pela “corrida” tecnológica. Chegar em primeiro lugar significa teoricamente ter a maior economia. Assim, trava uma incessante e “burra” disputa econômica em todas as escalas. “O Ter substituiu o Ser”.

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Para Capra (1982) a crise atual, portanto, não é apenas uma crise de indivíduos, governos ou instituições sociais; é uma transição de dimensões planetárias. Como indivíduos, como sociedade, como civilização e como ecossistema planetário, estamos chegando a um momento decisivo. Esse autor ainda diz que o mundo antigo e medieval tinha uma visão orgânica, com um modo correlativo de situar-se num cosmos ordenado e determinado. Pegando emprestado da Cultura chinesa o yin e o yang, que para os chineses representam o equilíbrio dinâmico, e trazendo para nossa cultura ocidental, podemos dizer que o yang prevaleceu, o que causou o desequilíbrio. Somos fruto de uma sociedade masculina, expansiva, exigente, agressiva, competitiva, racional e analítica. Essa consideração foi feita a partir do pensamento de Capra (1982).

Nosso progresso, portanto, foi uma questão predominantemente racional e intelectual, e essa evolução unilateral atingiu agora um estágio alarmante, uma situação tão paradoxal que beira a insanidade. Capra (1982).

No dizer de Marx, as raízes da evolução social não se situam numa mudança de idéias ou valores, mas nos fatos econômicos e tecnológicos. A dinâmica da mudança é a de uma interação “dialética” de opostos decorrente de contradições que são intrínsecas a todas as coisas.

No entender de Gonçalves (2006) o mercado se mostrou hábil para encontrar mecanismos de remunerar os investimentos de acordo com seus riscos potenciais, o mesmo não se dá com relação aos riscos ambientais. O processo de globalização traz em si mesmo a globalização da exploração da natureza com proveitos e rejeitos distribuídos desigualmente.

Numa sociedade consumista como a nossa, que caminha a passos largos na transformação de cidadãos em meros consumidores, não existem inocentes se há corrupção de valores, há também quem se deixa corromper.

O estrago ambiental já foi feito. O lucro obtido com esse estrago não foi dividido entre os povos do planeta. Contrastam no mundo nações ricas com sociedade altamente consumista com nações pobres de miseráveis famintos.

O crescimento econômico e tecnológico de algumas nações e o uso indiscriminado dos recursos naturais não foram acompanhados pelo desenvolvimento social.

A razão “Cartesiana” questionada ou não, ainda permanece nas entrelinhas das relações sociais e da construção de conhecimento.

Eis aqui o porquê da Educação Ambiental e das preocupações ambientais em todo o planeta. Como disse no início, se a terra fosse um enfermo em estado terminal a EA seria a endorfina para aliviar a dor e camuflar a culpa das atitudes insanas que a fizeram adoecer.

Educação Ambiental: Para quê?

Para tentar sensibilizar a humanidade e buscar a lógica de pertencimento do ser diante do cosmo, da cadeia alimentar, do ciclo hidrológico. Já que o mundo capitalista concorrencial se encarregou de tornar o ser humano incrédulo, egoísta, avarento e, sobretudo, “desumano” diante da corrida em busca do “ouro de tolo” – o dinheiro.

Para Dias (2004):

Reconhecemos que estamos imersos numa era de imprevisibilidades, em meio a uma transição muito turbulenta, e precisamos estar preparados para o que vai ocorrer nos próximos anos. Reconhecemos que estamos diante de um sistema cada vez mais limitado para responder os anseios das sociedades, e que vivenciamos as diversas crises humanas – ambientais, sociais, econômicas... - que são meros sintomas de uma crise ambiental mais profunda, cujas raízes se encontram na perda e aquisição de novos valores humanos e na carência de ética.

Ganhamos com a aquisição tecnológica que em muito facilitou nossas atividades diárias, perdemos em qualidade de vida. A medicina evoluiu, mas, as doenças também; temos o conforto do carro e o transtorno do trânsito; possuímos ruas asfaltadas e alagamentos constantes; a quantidade e variedade de alimentos no supermercado aumentaram e a qualidade caiu; usufruímos da geladeira, microondas, máquina de lavar, DVD, TV e tantos outros utensílios domésticos, mas, pagamos caro pela conta de água e energia; adquirimos o telefone fixo e depois o celular, ficamos sem sossego, pois somos encontrados a qualquer hora e em qualquer lugar; conversamos por email, MSN, com imagem virtual, perdemos o contato físico e o aconchego de um abraço; as empresas ganharam na produtividade e o trabalhador perdeu seu emprego.

Barcellos (2008) diz que:

A EA como uma exigência da pós-modernidade, está baseada na busca de metodologias de trabalho que privilegiem a construção de conhecimento com base na solidariedade, na tolerância, na paz e em um conhecimento prudente de si, para si, e que tenha como horizonte a construção de um mundo social e ecologicamente mais justo.

Parece utópico falar de mundo social e ecologicamente mais justo, quando sabemos que ainda não foi resolvida a questão mais sublime e vergonhosa da humanidade que é a fome. A vergonha ainda fica maior quando vimos nos noticiários à quantidade de dólares gasta para salvar a economia de um determinado país. Esse choque de prioridades entre o social e econômico é gritante e absurdo. Por isso, urge o esclarecimento dos cidadãos planetários, para que, aconteça o “reverso do verso” e os bilhões de habitantes da nave mãe Terra percorra o caminho contrário dos governantes/grupos dominadores, e que no decorrer dessa caminhada, surja o conflito de idéias e atitudes, quando esses se baterem de frente.

Para Leonardi (1996),

Os fatores que comprometem a continuidade das práticas de educação ambiental mais freqüente são antigos conhecidos nas políticas publicas como a descontinuidade administrativa, a falta de recursos financeiros, o número insuficiente de recursos humanos para atuar na atividade, o despreparo dos professores, a alta rotatividade dos professores das escolas públicas e a interferências políticas.

Percebemos assim, que a globalização é uma faca de dois gumes e que está a poucos centímetros do nosso pescoço. No palco do mundo, onde o espetáculo é a globalização, entra em cena a EA como coadjuvante essencial para o sucesso desta breve apresentação da nossa vida na Terra.

Valores são questionados, autores surgem com novas abordagens e a ética ambiental é aclamada para fazer parte dessa nova realidade.

Educação Ambiental: Para quem?

Gonçalves (2006) considerou todo esse processo como “ecologismo ingênuo - a mídia manipula sabiamente nos convidando a cuidar do lixo nosso de cada dia”. Ele acredita que o período atual da globalização neoliberal, difere dos períodos que o antecede pela especificidade do desafio ambiental e, que tudo que enfrentamos é efeito de nossas contraditórias e assimétricas ações anteriores.

Berna (2007) acredita que os ecologistas dedicaram muito mais “a defesa de animais e plantas que aos problemas da espécie humana. Ajudaram a associar ecologia ao meio ambiente natural, onde vivem as plantas e os animais, deixando de fora o meio ambiente urbano/rural, onde vivem os seres humanos. Berna ainda diz que atual relação de nossa espécie com a natureza reflete bastante o atual estágio de desenvolvimento das relações humanas entre nós próprios. Vivemos sendo explorados, aprendemos a explorar.

Durante muito tempo, aprendemos que natureza era o verde e que precisávamos defender a fauna e a flora. Rapidamente, esse discurso mudou, dormimos assistindo a destruição ambiental como expectadores e acordamos fazendo parte do meio ambiente.

Porém existe no discurso atual da globalização um “quê” completamente paradoxal, pois, nunca se falou tanto em questões ambientais como nos últimos 30 anos e nunca a destruição da natureza foi tão devastadora.

A práxis de Paulo Freire identifica duas dimensões (ação e reflexão), que são análogas às duas esferas do desenvolvimento (necessidade e limitação). Sato (2003)

Quando Paulo Freire escreveu sobre a pedagogia libertadora e humanista, estava se referindo a educação holística, onde automaticamente, incluí a ambiental. Assim sendo, se realmente existisse uma educação humanista e libertadora, não teria necessidade de se ter cunhado o termo Educação Ambiental.

Para a pedagoga Naná Mininni (2001) a palavra Educação Ambiental deveria ceder espaço para expressão educação, que integraria por si só toda a proposta educacional e ambiental.

Essa questão é muito salutar, entretanto, o processo educativo formal, se perdeu no seu objetivo, ou seja, não conseguiu acompanhar todo o desenvolvimento tecnológico e social. Não existe no Brasil uma educação formal eficiente e holística, portanto, dificilmente seria possível abordar a questão ambiental no mesmo bojo do currículo tradicional, que é disciplinar e cartesiano. Nesse sentido, todo o conjunto de leis existentes sobre EA, inclusive na Constituição Federal, torna-se obsoleto, por que ainda não se teve êxito nas disciplinas ditas obrigatórias, imagina a introdução da transdisciplinaridade? A educação está no ápice da desordem, os professores se sentem perdidos, sem direção. O ensino não pode ser disciplinar, vista a necessidade de mudança, mas também, não existem profissionais aptos a trabalhar com a transdisciplinaridade, por que ainda não houve formação adequada de quem ensina.

Caminhamos para um momento em que não teremos alternativas, ou repensamos toda a nossa conduta, ou sucumbiremos junto a todos os seres vivos. Quando falo “nós” estou incluindo todos sem distinção: poder público, grandes empresas, sociedade civil, países ricos e pobres e outros.

Parte daí a pergunta: para quem é destinada a EA? Para a sociedade civil que se vê obrigada a se informar e cobrar das grandes indústrias e governos atitudes mais coerentes com o discurso ambiental. Para as políticas publicas que além de criar leis deveriam fiscalizar e não proteger os interesses de uma minoria ruralista e de empresas poluidoras. Para as indústrias que ao serem “vigiadas” por ONGs ambientalistas e sociedade, precisam se enquadrar nos sistemas de avaliação do mercado, adotando selos de garantia de que não poluem o meio ambiente ou de que promovem ações sociais. Para educação formal que ainda não conseguiu suplantar a disciplinaridade.

Ainda que seja adotada por todas as esferas citadas, torna-se necessário uma visão mais humanista do mundo. Para Boff (1999) A ética necessária atualmente é do cuidado, da compaixão e da responsabilidade que somente é efetiva se tiver como fonte de inspiração uma visão espiritual do mundo.

De saída devemos renunciar a qualquer arrogância ou pretensão de privilégio ou de domínio. Não assistimos ao nascimento do universo. Ela não é a Terra para nós. Nós somos para a Terra. Ela não é fruto de nosso desejo. Nem precisou de nós para produzir sua imensa complexidade e biodiversidade. Nós somos resultado de processos cósmicos e planetários anteriores ao nosso aparecimento. Somos os últimos a chegar. Entramos em cena quando já haviam transcorridos 99, 98% da história do universo (Boff 2002).

A vida é a maior floração do processo de evolução. As sociedades modernas por causa do consumismo ameaçam o sistema da vida, dai a urgência de uma ética da vida. Boff (1999). Fica aqui um chamamento à reflexão do filósofo Leonardo Boff, que trabalha as discussões a cerca das questões ambientais e das responsabilidades atribuídas a cada um.

Que seja a ética a espinha dorsal do relacionamento humano...

Considerações finais

Fica evidente, portanto, que a EA, como uma educação holística dos cidadãos, está enfrentando grandes desafios na tentativa de uma substancial transformação. Neste sentido, como afirma Sato e Castilho (2001), a EA passa a atuar como uma estratégia fundamental no preparo de autores sociais para participarem ativa e conscientemente, na gestão e na busca de alternativas para a solução dos problemas ambientais.

Ressalta-se que o Estado tem papel primordial nesta tarefa árdua de melhoria da qualidade do ensino e da aplicabilidade das leis, que ora se encontra como receita de bolo, que ainda não foi feito. É dever da iniciativa pública e privada a abordagem sistêmica das questões ambientais, conseqüentemente, preparar os cidadãos para o novo paradigma ético e responsável que a humanidade precisa ter diante da sua casa/terra. A educação formal é fundamental nesse processo e a EA sem formas mágicas ou mirabolantes, se faz mister na nova forma de relação entre ser humano x meio ambiente x ser humano, considerando aqui, todos os seres vivos como frutos de uma mesma árvore: o cosmos.

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Autor: ana gizelle da silva


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