ASSIM FALOU ZARATUSTRA



Toda genialidade tem uma pitada de loucura. Algumas idéias são tão avançadas para a racionalidade da maioria (a massa) que acaba por se tornar loucura, daí o fato de que grandes pensadores, em sua maioria, sempre foram tidos como loucos em seu tempo.
Segundo uma obra de Nietzsche intitulada ‘Assim falou Zaratustra’, logo no início lemos:
 “... O homem é algo que deve ser superado. Que fizeres para superá-lo? Todos os seres, até agora, criaram algo acima de si mesmos; e vós quereis ser a baixa-mar dessa grande maré cheia e retrogradar ao animal, em vez de superar o homem?...
É a partir deste ponto que Nietzsche, através de seu personagem Zaratustra, propõe a morte do homem, mas não a morte como a conhecemos – a morte física, mas sim o apagar de um passado, uma morte-superação, uma morte para culminar em um renascimento.
Exatamente nesse ponto do pensamento do filósofo que ele deixa de forma clara que ao se matar D’us, acaba-se por matar o homem, ou seja, uma vez que D’us morre, resta ao homem tão somente morrer. O homem já é o fim em si mesmo se não tornar-se diferente do que é. Isso é muito mais do que simplesmente ‘trocar de pele’, é transformar-se, renascer-se, é não ser mais homem, mas sim um supre-homem.
A morte de D’us é um fenômeno da era moderna que implicará na morte do homem. Isso que dizer que ao homem niilista (do latim nihil [nada] - corrente filosófica que, em princípio, concebe a existência humana como desprovida de qualquer sentido) e ateu,, o cético, só resta a alternativa de sucumbir, desaparecer. Em outras palavras, ou ele se supera – para melhor – tornando-se capaz de criar coisas boas acima do materialismo dominante, ou restará a ele ser o último e, portanto, segundo Nietzsche, homem-morto.
Dando continuidade ao pensamento de Nietzsche, eis que surge o pensamento de Michel Foucault, completando que, o humanismo substituirá a cultura não dialética  (dialética - a arte de, no diálogo, demonstrar uma tese por meio de uma argumentação capaz de definir a distinguir claramente os conceitos envolvidos em uma discussão), nos nossos dias podemos afirmar que essa cultura não dialética são imposições incontestáveis que surgem do comportamento das massas, construindo através da comunicação da mass-media (mídia de massa ou para massa), onde em uma sociedade alicerçada sobre a economia, a relação custo/benefício, alienação/libertação, manipulação/livre pensar, lhes são mais favoráveis (ao grupo emissor dominante da mensagem/pensamento).
 Nesta nova era em que vive o homem, todo cuidado é pouco, a terceira grande guerra mundial está deflagrada, é a guerra onde o resultado final não é o da morte física, mas sim o da morte da essência do homem. Mate D’us e você estará condenado a ‘morte’... assim falou Zaratustra...  
 

Autor: HERÁCLITO NEY SUITER


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