Marca Brasil



Diferentemente da última grande crise de 1929 nos EUA, a particularidade dessa agora é que, num mundo globalizado, todos acabam sendo atingidos. Mas há os que estão melhores preparados, como o Brasil, que teve um crescimento memorável nos últimos três anos e vem mantendo a sua economia estável e atraente aos investimentos internacionais.

O Brasil também não vai mal no comércio exterior, ocupando uma posição dentre os 24 maiores países exportadores, mas poderia se sair melhor, já que muitas ações estão sendo feitas no sentido de fomentar as exportações brasileiras, como financiamentos, mecanismos de simplificação como o drawback integrado e a sempre bem-vinda redução da burocracia. Só que ainda temos problemas de infraestrutura portuária, ou seja, problemas básicos. A baía de Guanabara, por exemplo, é privilegiada geograficamente e ali poderia ser construído um grande e moderno porto, capaz de receber navios bem maiores e aliviar também o já caótico transporte rodoviário, favorecendo não só o comércio exterior, mas também o doméstico, pelo tráfego de cabotagem, com os atrativos da economia de escala.

O Brasil precisa também empreender uma mudança de cultura: comercializar com estratégia é bem diferente de vender esporadicamente. Com a crise os mercados encolheram, mas não desapareceram. É preciso estimular a internacionalização das empresas, não só das grandes, mas também das pequenas e micros, com um planejamento a longo prazo, e não ao sabor da variação cambial, adequando os produtos brasileiros ao mercado internacional e realizando ações de marketing no exterior para divulgar e consolidar a marca Brasil.

E não é só exportar, mas é importante também criar frentes de produção e de serviços no exterior e instituir canais de distribuição e de divulgação de marcas. Isso ajudaria a agregar valor às exportações e fortaleceria a boa reputação das nossas empresas.

É imprescindível, nesse contexto, desenvolver o marketing-país, criando uma marca de prestígio para o Brasil e suas empresas. Mas isso não acontece da noite para o dia. São necessários, em média, cinco anos para se construir uma imagem no exterior.

A verdade é que o mercado interno e externo não são excludentes, podem até mesmo serem complementares.

O que não podemos é cair nas - aparentemente favoráveis - garras do protecionismo, levantando barreiras tarifárias ou não tarifárias, pois as conseqüências desse tipo de postura seriam desastrosas no futuro, um atraso mesmo, uma volta ao feudalismo em pleno século XXI.

A opção do Brasil, até agora, tem sido o livre comércio. Opção essa muito mais moderna e viável a longo prazo, tanto para as indústrias e o varejo como para a própria sociedade consumidora em geral, que pode, assim, ter mais opções de produtos com melhor qualidade e a preços mais atraentes.

E quando essa crise passar – porque ela vai passar – poderemos retomar o crescimento e desenvolvimento dos últimos anos.


Autor: ॐ Marise Mentzingen


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