Que adianta o amor? Se ele causa dor.



Amar, teoricamente, deveria ser um sentimento de felicidade, que, de fato, parece nunca atingir a plenitude. A felicidade está quase sempre chegando, mas nunca se instala. O "quase" desse sentimento traz tanta dor quanto dúvida e nunca vem.

Amar é, na verdade, um sentimento egoísta que não deveria ser compartilhado, sob pena de sofrermos. A felicidade parece estar em nós; gostar de alguém é o que nos deixa feliz.

Na rotina do dia-a-dia, quando podemos expressar esse sentimento, não tê-lo deixa-nos mais alegres e seguros, diferente daqueles que amam e sentem tristeza, dor e insegurança.

Amar é posse e culpa, vertentes terríveis de um sentimento que deveria ser pleno. A posse avassala o amor quando na insegurança de possuir pessoas, brigamos com os moinhos de vento em uma cruzada em glória para confinar a pessoa amada dentro do limite do nosso egoísta sentimento de amar.

E a culpa arrebata o amor quando, apesar de amarmos, não conseguimos atender a expectativa da posse e tornamo-nos infelizes por sermos pessoas e não conseguimos ficar dentro dos limites egoístas do amor do outro.

A dinâmica em que se processa o amor é complexa e de via dupla, ora somos controladores, ora somos culpados, entre a ditadura e a culpa, amamos, internamente, sozinhos, egoisticamente.

Para que então devemos amar? Se ele causa dor.

Porque somos egoístas e queremos nos sentir bem. O equilbrio está em amar sozinho, amar de longe, imaginar e guardar as lembranças. Esse é o verdadeiro sentido de amar: PASSADO.
Autor: waldo baleixe


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