MERCADO MUNDIAL DE MADEIRAS NATIVAS



POR VINICIUS LOPES E ERNESTO AUGUSTO GARBE,

SETOR DE DESENVOLVIMENTO DE MERCADOS EAGARBE

Desde o 2° semestre de 2005, devido às constantes valorizações de nossa moeda, o setor de base florestal vem enfrentando dificuldades na produção e venda rentável de seus produtos.

Somado a isso os valores de insumos e mão-de-obra aumentaram e dificultaram ainda mais a vida de empresas desse setor.

O impacto dessa crise poderia ser melhor absorvido pelo mercado florestal brasileiro se tivéssemos melhor conhecimento dos preços praticados pelo mercado internacional.

Uma comparação entre alguns preços do mercado brasileiro e o mercado internacional pode ser vista na TABELA 01.

TABELA 01 – PREÇOS PRATICADOS NO BRASIL E EXTERIOR PARA PRODUTOS DE MATAS NATIVAS

PRODUTOS DA MATA NATIVA

BRASIL

EXTERIOR

Toras (US$ - Na fábrica)

102,00

256,53

Madeira Serrada (US$ - Dentro do navio)

479,00

981,59

Lâminas (US$ - Dentro do navio)

292,00

511,44

Compensado (US$ - Dentro do navio)

507,00

520,24

*Fonte: ITTO adaptada por EAGARBE

Pode-se perceber que todos os produtos citados estão abaixo do preço do mercado internacional, uma ressalva feita ao compensado brasileiro que se aproxima desse valor.

Na TABELA 02 podemos ver a defasagem de preços dos produtos brasileiros em relação ao mercado mundial, chegando a um patamar de mais de 50%, para madeira serrada.

TABELA 02 – PORCENTÁGEM QUE OS PREÇOS DE PRODUTOS DE FLORESTAS NATIVAS BRASILEIRAS ESTÃO ABAIXO DOS PRATICADOS INTERNACIONALMENTE

PRODUTO DA MATA NATIVA

% ABAIXO DO MERCADO

Toras (US$ - Na fábrica)

60%

Madeira Serrada (US$ - Dentro do navio)

51%

Lâminas (US$ - Dentro do navio)

43%

Compensado (US$ - Dentro do navio)

3%

*Fonte: ITTO adaptada por EAGARBE

Essa realidade é passível de mudança, mas não instantaneamente. O mercado brasileiro deve procurar especializar-se e aos poucos chegar mais próximo dos preços praticados internacionalmente, tornando assim a estrutura florestal brasileira mais sólida e competitiva.

Hoje o Brasil contribui com menos de 5% das exportações mundiais, o que facilita a nossa valorização sem que o mercado internacional reaja negativamente à alta de preços dos produtos brasileiros.

Dentre os produtos analisados vemos que empresas que detém maior tecnologia, especialistas em mercado e vendas, são as que conseguem elevar seus preços ao patamar do mercado internacional, mantendo-se sólidas e consistentes mesmo em meio à crise do câmbio.

 
Artigo publicado em Setembro de 2008 na Revista Referência.


Autor: Ernesto Augusto Garbe - EAGARBE


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