O SONAMBULISMO



O SONAMBULISMO

 

A “Trindade”, segundo a Doutrina Espírita está composta por Deus, pelo Princípio Inteligente e pelo Princípio Material.

 

Do Princípio Inteligente deriva o Espírito (o ser inteligente da criação). Do Princípio Material deriva o Fluído Cósmico Universal e deste um Fluído denominado especial, sem o qual não há vida, qual seja, o Fluído Vital. A união entre o espírito e o corpo físico que tem por intermediário o perispírito (corpo fluídico). A alma, que nada mais é, segundo a Doutrina Espírita, do que o Espírito encarnado, que está, por assim dizer “aprisionado” ao corpo, perde consequentemente a sua liberdade de ação. No entanto, existem estados de emancipação da alma, que, por meio do sonambulismo, se desprende temporária e parcialmente do corpo.

 

O estado de emancipação da alma facilita a comunicação com os Espíritos, permitindo que muitos sonâmbulos possam ver perfeitamente os Espíritos e os descreve-los com precisão, comparável à dos médiuns videntes. Certos sonâmbulos podem “conversar” com os Espíritos e transmitir-nos seus pensamentos. No entanto, o que um sonâmbulo diz, fora do âmbito de seus conhecimentos pessoais, lhes é com freqüência sugerido por outros Espíritos.

 

No capítulo 6 de O Livro dos Médiuns, no item “Médiuns Sonambúlicos”, Kardec descreve:

 

“Um de nossos amigos tinha como sonâmbulo um rapaz de 14 a 15 anos, de inteligência muito vulgar e instrução extremamente escassa. Entretanto, no estado de sonambulismo, deu provas de lucidez extraordinária e de grande perspicácia. Excedia, sobretudo, no tratamento das enfermidades e operou grande número de curas consideradas impossíveis. Certo dia, dando consulta a um doente, descreveu a enfermidade com absoluta exatidão. Não basta, disseram-lhe, agora é preciso que indiques o remédio. Não posso, respondeu, meu anjo doutor não está aqui. Quem é esse anjo doutor de quem falas ? – O que dita os remédios. – Não és tu, então, que vês os remédios ? – Oh! Não; estou a dizer que é o meu anjo doutor quem mos dita.”

 

De acordo com Jacob Melo, no que se refere ao sonambulismo, existem 3 categorias a serem consideradas:

 

1a. O Sonâmbulo Natural – Age sob a simples inspiração que dele emana. Enquanto agem, o ser físico dorme, repousa pois só a imaginação trabalha. Sendo despertado, ele se perturba, grita como no meio de um pesadelo e essa brusca transição não é sem perigo para ele. 2a. O Sonâmbulo Inspirado – O Magnetismo desperta no sonâmbulo, superexcita e desenvolve um instinto que a Natureza deu a todos os seres para sua cura. O magnetismo não dá a inspiração, quando muito provoca, a torna mais fácil. O fluído é como um imã que atrai os mortos bem amados para aqueles que ficam. 3a. Os Sonâmbulos são mais geralmente fluídicos do que inspirados – O toque, seja do magnetizador pode lhe dar esse poder de concentração provocada e preliminarmente aumentada pelos passes magnéticos. Unido à predisposição sonambúlica, o magnetismo desenvolve a segunda vista e produz resultados extraordinários, sobretudo do ponto de vista das consultas médicas.

 

Essa separação parcial da alma e do corpo constitui um estado anormal, suscetível de duração mais ou menos longa, porém não indefinida. Daí a fadiga que o corpo experimenta após certo tempo, mormente quando aquela se entrega a um trabalho ativo.

 

“A emancipação da alma se verifica às vezes no estado de Vigília e produz o fenômeno conhecido pelo nome de segunda Vista ou dupla vista, que é a faculdade graças à qual quem a possui vê, ouve e sente além dos limites dos sentidos humanos. Percebe o que exista até onde estende a alma a sua ação. Vê, por assim dizer, através da vista ordinária, e como por uma espécie de miragem. O sonambulismo natural e artificial, o êxtase e a dupla vista são efeitos vários, ou de modalidades diversas, de uma mesma causa. Esses fenômenos, como os sonhos, estão na ordem da Natureza.”- In: O Livro dos Espíritos, 455, Resumo teórico do sonambulismo do êxtase e da dupla vista.

 

“E Allan Kardec tanto falou no sonambulismo, tanto lhe descreveu a prática, a exuberância, a realidade e os potenciais que se estendiam sob seus mantos e nós apenas o deixamos passar, de mansinho, discretamente, como se esse fenômeno fosse tão pequeno e insignificante que não fizesse falta ao bojo doutrinário! Que lástima! Que lástima!”- In - Reavaliando Verdades Distorcidas – Jacob Melo

 


Autor: SILNEY DE SOUZA


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