O SONHO



Sonhei! Sonhei! Sonhei! Sonhei que cheguei a quatro finais da Taça Libertadores da América, e destas fui campeão em duas. Sonhei que cheguei a quatro finais da Copa do Brasil e ganhei as quatro, que façanha! Continuei no alto da madrugada sonhando com mais títulos e veio dois da Supercopa disputado por grandes campeões sulamericanos, e mais dois brasileiros, um contra o grande Santos de Gilmar, Pepe, Pelé e Coutinho e outro ainda por pontos corridos.

Ahh. Queria acordar! Mas preferi continuar sonhando, sonhando com grandes goleadas em finais de campeonato mineiro em cima do maior rival.

Neste momento misturei meu sonho com o sonambulismo do meu filho já com 17 anos de idade me dizendo: Pai hoje tem festa da torcida na cidade, se o Cruzeiro perder vamos festejar.

Que vergonha! Pensei alto ao lado do meu filho: vamos mais uma vez sair as ruas, defraldar bandeiras e gritar gaalôô com a camisa do adversário do Cruzeiro! Só porque o Cruzeiro perdeu mais uma final, não porque meu Galo foi campeão!

Fiquei ainda mais atônito, quando meu filho me perguntou quando foi o último título de grande expressão. Neste momento quase acordei, mas fiz de "duro", e respondi engasgado, 1971, Cafunga ainda era vivo. Eu quero saber de um que eu presenciei, disse ele. Mais sem graça fiquei quando tive que dizer que no alto dos meus 39 anos de idade, também não tinha visto nada tão expressivo como o de 1971, nem os da famigerada Conmembol da segunda divisão sulamericana.

Disse-me ele novamente: e os títulos do Cruzeiro de1971 até agora? Foram mais de 15, num é pai?

Neste momento, no susto acordei.

Acordei de vez com os gritos e foguetes em comemoração ao título do Estudiantes.

Chamei meu filho e no entusiasmo fomos para a rua também festejar a derrota do nosso maior rival, entendendo que este gesto seria de muita inveja do grande rival que sempre nos proporciona estes festejos.

Ouvi meus companheiros de torcida gritar: O sonho acabou. Consciensiosamente, no alto da minha razoabilidade pensei: O sonho acabou para os cruzeirenses pois tantos títulos já virou realidade.

Chamei meu filho, passei a mão no seu ombro e falei resignado: Filho, o sonho nosso de cada dia vai continuar. Ou comemoraremos um Título de grande expressão do nosso time ou vamos brevemente esperar mais uma final com a participação do Cruzeiro.

Boa noite filho. Que vergonha!

Fadel Tanure


Autor: DAVID TANURE


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