Meus Cantares



"Canta, poeta, canta... ensina à alma sua rebeldia..."
                                                              Miguel Torga

Canta, poeta, canta!
Canta e encanta
as etéreas almas santas
- dimensões desconhecidas
de outras vidas...

Canta, poeta, canta,
- canta os coloridos vitrais medievais
- caleidoscópio de sonhos
- projeções tácteis  como sinos a dobrar 
em melancólicos "Nunca mais"...

Canta, poeta, canta!
Glorifica a alegria da vida,
canta a chegada da morte,
- que tua voz cante alto  e forte
os ocorreres humanos
de toda a sorte...

Canta, poeta, canta!
Canta o canto maldito
- as palavras sofridas
- as lágrimas vertidas
- a complexidade do Ser...

Canta, poeta, canta!
Canta a tristeza triste
- dos sonhos não vividos,
- dos amores que morreram
sem sequer terem nascido...

Canta, poeta, canta!
Ultrapasse tua voz
as inexistentes fronteiras
- humanos e tíbios limites
erguidos pelas almas pequenas.

Canta, poeta, canta!
Faze teu canto ser levado pelo vento,
tua voz, em sentimento, ecoará
em suaves tons de elegia - compassada sincronia
com o ritmo dos astros todos no firmamento.

Canta, poeta, canta!
Dedilha as cordas da lira com destreza, maestria,
ao cantar à porfia a vida, dia a dia.
Poeta! Teu cantar é magia, é mesmo sinfonia
que da alma, a tristeza  retira.

Canta teu Canto de Liberdade! Canta, poeta,
inspirada por fraterna  solidariedade,
luta sempre contra a falsidade:
Canta a harmonia do Ser com a Eternidade

Canta, poeta, canta!
Canta sempre mais alto
a infinita e incansável esperança!

Sejam teus versos lançados, quais flechas
pelo arco das palavras ao máximo retesado
e atinjam certeiros, a ferir de morte a dor e o mal.
Fulmina, Poeta, a iniqüidade da Terra,
põe final à agonia !
Autor: mirna albuquerque


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