Paixão (Crônica)



Nós, meros mortais, nos apaixonamos, livre e constantemente; sem culpa sem critérios de julgamento. Seria um ato irracional? Afinal, todos nós temos algum grau de idiotice. Não se ofenda. Idiotice deriva do termo "id" que seria um "meio-termo", um equilíbrio entre nosso "ego" e "superego", segundo Freud. Seria, assim, a região psíquica responsável por nossos impulsos, como o desejo e a paixão. Eu entendo que a paixão seja um sentimento comum aos mais jovens e inexperientes. Não depende da idade vital, não. A juventude a qual me refiro é a psicológica. Mas, não entendo como, depois de ter experimentado decepções por conta de impulsos amorosos, mais conhecidos como 'paixonite',alguns, aqueles que talvez tenham alcançado a maturidade, não busquem se resguardar,se proteger.Afinal, o tal condicionamento de Pavlov e Skinner também deveria funcionar em nós, seres humanos, também animais, embora dito racionais. Bem, está mais que comprovado que não aprendemos com a dor. Isso fica para os cãezinhos domesticados. Como aprender então? Usando a razão? Como, se ela está em desvantagem em relação a toda 'id' que comanda nosso corpo, limitada a um pequenino espaço em nosso cérebro. E, usar a razão implicaria em usar estratégias lógicas para se sair bem de uma determinada situação de desconforto. Isso requereria trabalho mental, ou seja, desconforto.

Não quero com toda essa divagação dizer que se apaixonar seja algo ruim. Não. Jamais!Eu estou apenas expondo meu ponto de vista, o de não achar "seguro", ou saudável sofrer de forma exacerbada por alguém que nem sequer sabemos o nome,ou, o que poderia ser pior, o gosto musical.Afinal, como morrer de amor por alguém que não se conhece? Mas que mesmo depois que se descobre seu gosto duvidoso por certas coisas, ainda continuar apaixonado? Nós nos apaixonamos por uma idéia. Uma criatura idealizada. Isso não parece muito sensato, apesar de nos sentirmos felizes. Essa 'felicidade', porém, pode se tratar de uma histeria apenas. E o que se chama amor pode ser apenas fascínio, ilusão.

O que descobrimos, a duras penas, e com a ajuda de nosso velho amigo Tempo é que o amor tem diversas faces. Mas, a paixão, só uma. E essa descoberta é individual e pessoal.


Autor: andrezza ramos


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