O PROFESSOR E A SALA DE AULA



Gilvânia Aparecida dos Santos[1]

Renato Rodrigues[2]

RESUMO

A percepção do professor incapaz de fazer em sala de aula as relações entre seu conhecimento formal e a realidade de seus alunos ou mesmo com temas atuais de pesquisa científica (expostas ao meio de comunicação de massa), tem sido um grande problema para o desenvolvimento do educando, colocando em risco o sucesso de todo o processo pedagógico. A falta de capacitação adequada aos professores de Ensino Fundamental e Médio, como planejamentos elaborados está em dicotomia com os fatos, é conseqüência de vários fatores que atuam isoladamente ou em conjunto com o ensino-aprendizagem. A persistência do processo culmina com uma defasagem de aprendizagem e danos para toda sociedade.

Palavras chave: Avanço escolar. Capacitação. Professor. Aluno.

ABSTRACT

The perception of the teacher unable to do in the classroom relations between their formal knowledge and the reality of their students or even with current issues of scientific research (exposed to the medium of mass communication), has been a major problem for the development of student, jeopardizing the success of the entire educational process. The lack of adequate training to teachers of Middle School and, as plans are developed in dichotomy with the facts, is a consequence of several factors that act alone or in conjunction with the teaching-learning. The persistence of the process culminates with a lag of learning and all damage to society.

Keywords:Educational advancement. Training. Teacher. Student.

1 INTRODUÇÃO

Na década de 1970, Paulo Freire junto com outros brasileiros foi exilado, mesmo assim continuou com as atividades de escritor e debatedor. Essa concepção distingue natureza de cultura como acrescentamento que o homem faz ao mundo, ou como resultado de seu trabalho, do seu esforço criador. Essa descoberta é responsável pelo resgate de sua auto-estima. Procura-se superar a dicotomia entre teoria e prática. Para ele não se pode separar a prática da teoria, autoridade de liberdade, ignorância de saber, respeito ao professor de respeito aos alunos, ensinar de aprender.

A preocupação com o contexto social do aluno e áreas específicas do conhecimento já é um tema maduro de debate e também um catalisador de estratégias e políticas educacionais. As diretrizes legais de ensino promulgadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996) amparada regionalmente pela Proposta Curricular de Santa Catarina (1998), estabelecem de modo inequívoco o que se pretende com o ensino de Ciências, tanto no Ensino Fundamental e quanto no Ensino Médio (incluindo-se os casos de formação técnica/tecnológica).

Destacam-se a ênfase aos seguintes aspectos:

-A incorporação nos conteúdos dos constantes avanços científicos e tecnológicos.

-A integração entre os conceitos científicos abordados e sua identificação na resolução de problemas práticos.

-Evitar abordagem estanque e fragmentada dos conteúdos.

Ressalto que estes itens estão em sintonia com as perspectivas atuais do ensino em Ciências. A identificação necessária a um profissional que seja capaz de materializar na experiência didática os aspectos que acabamos de citar passar pela resposta efetiva a uma questão fundamental.

Curiosamente e enquanto a ciência mantém-se como o empreendimento humano mais bem sucedido da modernidade, o ensino das ciências apesar dos esforços realizados, atravessa uma crise que ao que parece não encontra justificação na ciência em si. Antes disso, parece ter na educação científica, tal como tem sido realizada, a responsável pela baixa qualidade das aulas e pela conseqüente aversão e distanciamento dos alunos, bem como o número cada vez menor de professores qualificados na área (MATTHEUS, 1995, apud CADERNO PEDAGÓGICO, 2004, p. 27).

Historicamente os países da Inglaterra, França e Alemanha definem desde o século XVIII, políticas educacionais para o ensino das ciências com prioridades sobre como e o que se deve ensinar. O Brasil ainda não tem tradição científica comparável aos países que acabo de citar.

Não bastasse apenas o elevado índice de reprovação, a baixa motivação de professores e alunos, a defasagem metodológica dos cursos, a simples velocidade com que se desenvolve a ciência e a tecnologia não mundo já seria motivo suficiente para justificar o investimento em formação contínua para os docentes do ensino fundamental e médio. Pesquisas apontam que países que não apresentam problemas ligados a superação do atraso social e econômico mantém programas voltados para atualização e adequação do ensino ministrado pelos seus professores.

2 CAPACITAÇÃO E ENSINO-APRENDIZAGEM

O processo ensino-aprendizagem deve ser integrado com as principais correntes: comportamentalista, cognitivista e humanística.

Comportamentalística: estímulos ambientais externos.

Cognitivista: atribuir significados a realidade, armazenar informações envolvendo cognição.

Humanística: autorealização, crescimento pessoal, escolhas atitudes.

Piaget e Ausubel são claramente, cognitivistas, Skinner a teoria mais complexa sistematização do enfoque comportamentalista enquanto Rogers é sem dúvida, representativa da corrente humanística.

No que concerne ao ensino, teorias diferenciadas aos níveis de inteligência, mas capacidade de adaptação ao tipo de ensino que lhes é fornecido. Para Piaget a passagem rápida de conteúdo provoca desequilíbrio tão grande que para muitos alunos, não leva a equilibração majorante. A idéia de 'ensino reversível' é útil como meio de atenuar esse desequilíbrio e evitar o insucesso na aprendizagem.

3 CONCLUSÃO

A formação de um professor capaz de compreender o desenvolvimento e emprego de novas tecnologias não pode ser superficial sem base sólida de ciência básica. E o conhecimento de ciência básico o arcabouço dentro o qual o conhecimento técnico e compreendido e contextualizado dando condições aos desenvolvimentos tecnológicos fator importante a ser aprendido devido ao amplo leque de conhecimentos e grandes avanços nesta área. Afinal, tecnologia, em grande medida é a aplicação do conhecimento científico na resolução de problemas práticos.

O ensino tem se reduzido a termos abstratos, cujo sentido escapa aos estudantes e, não raro também aos professores. Leva uma mediocrização do aprendizado, automatizando ações pedagógicas, conduz enfim um falso aprendizado. A formação continuada deveria fazer parte da vida funcional remunerada dos professores estando envolvidos em programas de atualização sendo formados ou formadores durante toda sua vida profissional.

Não que inexistem mudanças no contexto de produção científica, porém a força da ciência esta provavelmente na sua capacidade de evitar a alternância desmesurada de idéias. Os enfoques teóricos desse artigo tratam de aprendizagem, instrução, desenvolvimento mental. Sem muito rigor, poder-se-ia falar em 'teorias', problemas didáticos, técnicas, capacitações. Muitas várias alternativas metodológicas são testadas e os problemas persistem, mudanças nos estilos das aulas, audiovisuais, motivações e os resultados continuam sendo decepcionantes.

Precisamente a intenção deste artigo é apresentar algumas teorias que eventualmente possam servir de base a elaboração de um referencial teórico que oriente o planejamento relacionando prático e teoria nas situações de aula, melhorando a qualidade de ensino.

REFERÊNCIAS

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Autor: GILVANIA APARECIDA DOS SANTOS


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