Demitir com ética




Recentemente, soube de uma empresa multinacional que demitiu alguns colaboradores, por telefone, em um domingo à noite. Sem contar que no domingo à noite as pessoas já estão se preparando para o dia seguinte, causa-me profunda tristeza, principalmente como profissional de Recursos Humanos, saber que ainda hoje empresas tomam atitudes como esta.

Não estou discutindo as razões do processo demissional. Sabemos que muitas empresas são obrigadas a adotar políticas de redução de custos e cortes de pessoal. Discuto sim, o gerenciamento deste processo, uma vez que toda demissão é sempre traumática para o colaborador.

Entendo que a gerência tem de ter a coragem de demitir olhando nos olhos, assim como fez na hora da admissão. Ou se admite por telefone? Cabe a cada executivo que tem essa difícil tarefa nas mãos, saber atenuar o trauma da demissão e o stress que a mesma causa.

É preciso pensar que do outro lado da mesa está um ser humano, que naquele momento está sofrendo uma queda na sua auto-estima, por mais que conheça os motivos do seu desligamento. Toda organização ao demitir deveria ter um programa de recolocação profissional, a fim de contribuir que essa transição seja rápida e eficiente.

Pequenas (grandes) atitudes fortalecerão a imagem e seriedade da empresa e mais, sua competência organizacional e visão de futuro, pois manter uma postura ética é fundamental para o sucesso de qualquer corporação.

Creio que todo empresário, todo aquele que está diretamente ligado às decisões que implicam em demissões, deveria saber que critérios adotar neste momento. No entanto, vale lembrar três aspectos fundamentais:

* Em primeiro lugar, devemos definir claramente quem deve ser desligado. Nessa hora vemos a importância de um sistema eficaz de avaliação de desempenho e plano de carreira, que garantirá uma segurança nesta avaliação. Isso evitará que uma análise mal feita cause prejuízos futuros à organização.

* É necessário definir o que se pode oferecer aos demitidos. Não deve ser descartada a possibilidade de um plano de benefícios que vá além de seus direitos trabalhistas, ou ao menos um programa que assegure sua breve volta ao mercado de trabalho.

* Finalmente, definir como fazer a demissão. As empresas são diferentes em suas operações, mas, em linhas gerais, deve-se levar em conta a data e hora de anunciar a demissão, principalmente em se tratando de demissões coletivas, pois isso pode interferir nos aspectos operacionais.

Não podemos nos esquecer que quando tratamos as pessoas com respeito, elas reagem com respeito. Quando tratamos as pessoas com maturidade, elas reagem com maturidade. Assim sendo, ao demitir devemos lembrar da tênue linha que separa a conduta ética da falta de consideração e profissionalismo. ([email protected])

Autor: Madalena Carvalho


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