ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS, CLÍNICOS E CUIDADOS DE ENFERMAGEM ASSOCIADOS COM O ROTAVÍRUS



O rotavírus é conhecido internacionalmente como o principal responsável pelos casos de diarréia entre as crianças de até 5 anos de idade. Ao entrar em contato com o organismo, o vírus invade diretamente a mucosa intestinal, provocando lesões celulares. Para se recuperar, o intestino busca uma forma de expelir o vírus e o faz com o aumento de contrações e produção de líquidos, o que causa a diarréia intensa. Grande parte do vírus é eliminada nas fezes do indivíduo contaminado, e o restante pelas secreções respiratórias. A transmissão do rotavírus acontece pela via fecal-oral (pelas fezes ou contato descuidado com pessoas infectadas). A água e os alimentos contaminados também são apontados como fontes de transmissão do rotavírus. Detectar se há uma criança infectada perto de outra saudável, não é uma tarefa fácil de se realizar por pessoas com nenhum ou pouco conhecimento sobre a doença, já que o período de incubação do vírus (sem apresentação dos sintomas comuns) é de 1 a 3 dias e mesmo após melhorar da gastroenterite, a criança continua expelindo o vírus por aproximadamente 21 dias.

INTRODUÇÃO
A infecção por rotavírus, também chamada de rotavirose, é uma doença diarréica aguda causada por vírus que atinge principalmente as crianças nos seus primeiros 5 anos de vida. Adultos também podem ser infectados, mas a doença tende a se manifestar de forma moderada.
A doença tem aspectos infecto-contagiosos, já que sua transmissão acontece de forma bastante rápida quando não se observam os devidos cuidados. Em todo o mundo, milhares de pessoas são infectadas pelo rotavírus todos os anos e nos casos de desnutrição e desidratação, geralmente ocorrem óbitos. Os rotavírus também são responsáveis por ocasionar surtos em escolas, pré-escolas, creches, berçários e hospitais.

BIOAGENTE
O bioagente causador do rotavírus é um RNA vírus da família dos Reoviridae, do gênero Rotavírus. Esses vírus são sorologicamente classificados em grupos, subgrupos e sorotipos. Já foram identificados 7 grupos de vírus em espécies animais, classificados como: A, B, C. D, E, F e G. Desses, os grupos A, B e C são os que apresentam maior incidência em seres humanos.
O grupo A é o de melhor caracterização. É associado à doença no homem e em outras espécies animais, predominando na natureza. Os vírus do desse grupo possuem um antígeno comum, localizado no componente VP6, no capsídeo intermediário, e podem ser detectados pela maioria dos testes comuns. A proteína também é a determinante do subgrupo (I, II, I e II, não I – não II) a que pertence a cepa. Os sorotipos são determinados por duas proteínas (VP4 e VP7) situadas no capsídeo externo. Dos 14 sorotipos G (VP7) conhecidos, 10 têm sido descritos como patógenos humanos: os tipos G1 a G4, os mais freqüentemente encontrados em todo o mundo e para os quais vacinas estão sendo desenvolvidas; os tipos G8 e G12, esporadicamente encontrados e o tipo G9, predominante na Índia.

FORMA DE TRANSMISSÃO
O rotavírus é conhecido internacionalmente como o principal responsável pelos casos de diarréia entre as crianças de até 5 anos de idade.
Ao entrar em contato com o organismo, o vírus invade diretamente a mucosa intestinal, provocando lesões celulares. Para se recuperar, o intestino busca uma forma de expelir o vírus e o faz com o aumento de contrações e produção de líquidos, o que causa a diarréia intensa.
Grande parte do vírus é eliminada nas fezes do indivíduo contaminado, e o restante pelas secreções respiratórias. A transmissão do rotavírus acontece pela via fecal-oral (pelas fezes ou contato descuidado com pessoas infectadas). A água e os alimentos contaminados também são apontados como fontes de transmissão do rotavírus.
Detectar se há uma criança infectada perto de outra saudável, não é uma tarefa fácil de se realizar por pessoas com nenhum ou pouco conhecimento sobre a doença, já que o período de incubação do vírus (sem apresentação dos sintomas comuns) é de 1 a 3 dias e mesmo após melhorar da gastroenterite, a criança continua expelindo o vírus por aproximadamente 21 dias.

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de contaminação por rotavírus pode ser feita de duas formas:
A primeira é a anamnese, feita com extremo cuidado, verificando dados de história, antecedentes epidemiológicos, que podem sugerir a infecção pelo rotavírus, além de exame clínico.
A segunda forma e a mais eficaz é o exame laboratorial específico, que investiga a presença do vírus nas fezes do paciente. A época ideal para detecção do vírus é entre o 1º e o 4º dia da manifestação da doença, período onde ocorre maior excreção viral.
A doença se manifesta através de diarréia abundante que dura de 3 a 8 dias, vômitos, febre alta e dores abdominais. Em sua forma clássica, mais freqüente em crianças de 6 meses a 2 anos, a doença se manifesta como quadro abrupto de vômito que, não raramente, precede a diarréia e a presença de febre alta. A diarréia é caracteristicamente aquosa, com aspecto gorduroso e caráter explosivo, durando de 4 a 8 dias. Entre os adultos contactantes, é comum observar-se formas mais leves e em crianças até os 4 meses pode haver infecção assintomática, aventando-se a ação protetora de anticorpos maternos e do aleitamento natural.

TRATAMENTO
A contaminação por rotavírus é, em geral, doença auto limitada, com tendência a evoluir espontaneamente para a cura. Sendo assim, não é recomendado o uso de antidiarréicos ou antimicrobianos. Não há uma terapêutica específica para combater o rotavírus, mas deve-se observar alguns pontos para eliminar seus sintomas.
Como a perda de líquidos é grande e a desidratação profunda pode ser fatal, deve-se aumentar a administração de líquidos (água, chás, sucos, água de côco e soro de reidratação oral - SRO), para repor a quantidade de líquidos perdida pelas fezes ou vômitos, devendo ser oferecido aos poucos e em colher ou copo, evitando a administração desses líquidos com mamadeira.
A alimentação da criança deve ser mantida como habitualmente, observando-se apenas a diminuição das porções oferecidas e os intervalos entre elas. É indicado dar prioridade aos alimentos cuja aceitação seja maior.
Para as crianças que estão sendo amamentadas, é necessário que a mãe amamente mais vezes, durante o período de diarréia, pois a amamentação é a forma mais adequada para evitar a desidratação nas crianças pequenas.
É importante realizar a reidratação oral e/ou parenteral (quando a reposição de fluidos e eletrólitos não for suficiente), para evitar as complicações (desidratação grave e distúrbios hidreletrolíticos).

QUAIS OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM ASSOCIADOS
Ao cuidar de pacientes contaminados pelo rotavírus, o profissional de enfermagem deve observar alguns aspectos importantes para não se infectar também. Os principais são:
 Quarto privativo ou coorte, quando os pacientes estiverem acometidos pela mesma doença transmissível. Os recém-nascidos podem ser mantidos em incubadora. Crianças e outros pacientes que não deambulam não requerem quarto privativo, desde que as camas tenham um afastamento maior do que 01m entre elas.
 Uso de luvas quando entrar no quarto do paciente. Após o contato com material que contenha grande concentração de microrganismos (por exemplo, sangue, fezes e secreções), as luvas devem ser trocadas e as mãos lavadas. Após a lavagem das mãos, deve-se evitar o contato com superfícies ambientais potencialmente contaminadas.
 Uso de avental limpo, não estéril, quando entrar no quarto, se for previsto contato com o paciente que possa estar significativamente contaminando o ambiente (diarréia, incontinência, incapacidade de higienização, colostomia, ileostomia, ferida com secreção abundante ou não contida por curativo). O avental deve ser retirado antes da saída do quarto, e deve-se evitar o contato das roupas com superfícies ambientais potencialmente contaminadas.
 O transporte de pacientes para fora do quarto deve ser reduzido ao mínimo. As precauções devem ser mantidas durante o transporte.
 Os itens que o paciente tem contato e as superfícies ambientais devem ser submetidas à limpeza diária.
 Equipamentos de cuidado com os pacientes e materiais como estetoscópio, esfignomanômetro ou cômoda ao lado do paciente, sempre que possível, devem ser usados somente por um único paciente. Se não for possível, a desinfecção deste material é recomendada entre o uso em um e outro paciente.
Seguindo esses cuidados básicos, o profissional evita contamina-se com o rotavírus e ainda contribui para a não proliferação do vírus pelo ambiente hospitalar.

PREVENÇÃO
Para evitar a contaminação por rotavírus, a higiene corporal e dos alimentos é fundamental. Algumas ações úteis e práticas devem se tornar hábito para garantir uma vida saudável, tais como:
 Lavar as mãos antes e depois de utilizar o vaso sanitário e preparar qualquer alimento. As mãos das crianças também devem ser lavadas antes das refeições para evitar o contágio por ingestão.
 Lavar e desinfetar todas as frutas e verduras que serão utilizadas no preparo de refeições, deixando-as escorrer para secar, evitando transmissão de vírus por panos contaminados. Após serem lavadas, deverão ser armazenadas em recipientes com tampa e previamente esterilizados.
 É importante manter o aleitamento materno como única forma de alimentação pelo menos até que a criança complete 6 meses de vida, já que o leite materno apresenta anticorpos que fornecem a criança defesa contra o rotavírus e demais causadores de diarréias.
 Todos os utensílios utilizados pela criança contaminada ou objetos que ela possa levar à boca (pratos, talheres, chupetas, mamadeiras, brinquedos, etc), devem ser limpos e secos com um pano destinado unicamente para esse fim, evitando a contaminação de outros objetos.
 As fraldas utilizadas por criança contaminadas devem ser descartadas de maneira correta e o esgoto controlado adequadamente.
Somente com esses cuidados pode-se evitar a contaminação e proliferação do rotavírus.

FONTES DE CONSULTA
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Informe técnico – Doença diarréica por rotavírus – 01.03.2006
http://guiadobebe.uol.com.br/recemnasc/rotavirus1.htm
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u123989.shtml
http://www.arquivomedico.hpg.com.br/rotavirus.htm
http://www.floratitude.com.br/rotavirus_prevencao.asp




Autor: EDSON COSTA


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