Aspectos da morbidade e mortalidade associados com as ulcerações na síndrome do imobilismo



As úlceras de pressão são responsáveis por um alto índice de morbidade e mortalidade, gerando situações de difícil manejo. As úlceras são formadas a partir do momento em que os elementos responsáveis pela cicatrização estão deficientes, determinando a cronicidade da ferida, além da interferência dos fatores extrínsecos, sendo classificadas em quatro estágios.
Úlceras de pressão são comuns em pacientes acamados, idosos e subnutridos e podem ocorrer em pacientes terminais devido à imobilidade, incontinência fecal e urinária e imunodepressão. Além disso, a contaminação das úlceras de pressão aumentam o risco de sepsis e podem piorar o estado nutricional. 

Etiologia

A úlcera de decúbito é uma lesão causada por forças de compressão na imobilidade do paciente. Podem estar comprometidas a epiderme, a derme e a hipoderme. Ela se forma em pacientes acamados onde a prevenção se torna mais importante do que a cura (CAMPEDELLI; GAIDZINSKI, 1996).
Pode comprometer, também, pacientes terminais devido a imobilidade. A contaminação das escaras podem piorar o estado nutricional e aumentam o risco de sepses (CUNHA e colaboradores, 2000).

Diagnóstico

A causa da úlcera de decúbito é uma compressão de uma área do corpo sobre a superfície do colchão, aparelho gessado ou cadeira , diminuindo o fluxo sangüíneo. Sem fluxo sangüíneo, morrem as células por faltar nutrição e oxigênio (CAMPEDELLI; GAIDZINSKI, 1996).
Ocorre devido a imobilidade, imunodepressão, incontinência urinária e fecal (CUNHA e colaboradores, 2000).

Sinais Clínicos

Eritema; Edema; Anóxia dos tecidos (CAMPEDELLI; GAIDZINSKI, 1996).
As úlceras de pressão podem progredir para :
Estágio I, onde se forma um eritema da pele intacta. Em pessoas de pele mais escura, o calor, a descoloração da pele, o edema, e o endurecimento podem ser também os indicadores.
Estágio II: Ocorre a perda parcial da pele, onde a derme, a epiderme, ou ambos estão envolvidos. A úlcera se apresenta como uma bolha, ou um abrasão.
Estágio III: Ocorre a perda total da espessura da pele, havendo necrose do tecido.
Estágio IV: Ocorre a perda total da espessura da pele, havendo uma destruição extensa, podendo danificar músculos, ossos, tendões (BERGSTROM.N, 1994).

Prevenção

A higiene pessoal tem como objetivos: limpeza, manter a integridade cutâneo mucosa, estimular a circulação e o movimento passivo dos membros e deixar o paciente confortável.

Manter a higiene do paciente, deixando-o livre das impurezas, excreções, secreções e odores contribui para a manutenção da integridade da pele, protegendo-o contra as infecções.
A mudança de decúbito, além de auxiliar na drenagem das secreções, previne escaras que são resultantes da pressão contínua nas proeminências ósseas que estão em contato com o colchão (CAMPEDELLI; GAIDZINSKI, 1996).
A úlcera de decúbito também pode ser evitada usando equipamentos e materiais adequados q aliviam a pressão como travesseiros almofadas de espuma q são usadas para manter as proeminências ósseas longe do contato direto com o colchão, e cuidados com os aspectos nutricionais.
Procurar diminuir os fatores ambientais q podem levar ao ressecamento da pele como: exposição ao frio, umidade baixa (BERGASTROM e colaboradores, 1992).

Tratamento Medicamentoso

Em processo de cicatrização , há necessidade da vitamina C. A vitamina K é outro elemento importante, mas pode causar sangramento interferindo no processo de cicatrização.
A água oxigenada é indicada para remover o tecido que está necrosado, porém, alguns trabalhos dizem que esta solução causa danos para o processo de cicatrização.
O álcool etílico a 70% destrói em cerca de 2 minutos a proteína bacteriana, mas pode causar irritação local.
Quando a infecção está presente, tem se usado apenas água destilada ou soro fisiológico para limpeza.
Algumas pesquisas tem demonstrado que alguns tipos de curativos oclusivos são eficientes:
- Tegarden, Opsite, Tegarden Pouch: produtos formados por filmes adesivos semipermeáveis;
- Granuflex, Dermiflex, Biofilm: ajudam o processo de desbridamento;
- Vigilon, Scherisorb, Geliperm: constituídos de hidrogel;
- Bard, Debrisan, Iodosorb: constituídos de polissacarídeos;
- Lyofoam, Synthaderm, Coraderm: são poliuretanos;
- Duoderm: sua constituição interage com o exsudato, formando um
gel sobre a ferida.
Os curativos mantém a umidade necessária para o crescimento celular (CAMPEDELLI; GAIDZINSKI, 1996).
Existem antibióticos como vasodilatadores, inibidores de serotonina e agentes fibrinolíticos, porém não foi estabelecida para permitir sua recomendação (BERGASTROM e colaboradores, 1992).

Tratamento Fisioterápico

Movimentação Passiva:

A movimentação melhora a circulação do sangue aumentando a oferta de oxigênio para os tecidos, ajudando a evitar contraturas e também prevenindo a formação de úlceras de decúbito.
Deambulação Precoce:

Antes do paciente começar a andar, colocá-lo sentado na beira da cama, com as pernas para baixo, observar se ele possui equilíbrio de tronco e se não sente tontura.
Se o paciente apresentar condições adequadas para deambular, calçá-lo com sapatos, pois dão mais firmeza aos pés (CAMPEDELLI; GAIDZINSKI, 1992).

Terapias Coadjuvantes

Eletroterapia, Infravermelho, Irradiação com Laser de energia baixa, Ultra-Som, ajudam a melhorar o processo de cicatrização (BERGASTROM e colaboradores, 1992).




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMPEDELLI, M.C & GAIDZINSKI, R.R. Escaras-problemas na hospitalização(1987).

BERGASTROM, N; ALLMAM, RM; CARLSON, CE, et al. Pressure Ulcers in Adults: Predicition an Prevention (May, 1992).

Autor: EDSON COSTA


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