A Crise Financeira Mundial – 1ª Parte



A crise financeira mundial – 1ª Parte
Roberto Ramalho é Advogado, Relações Públicas e Jornalista.
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A crise mundial na economia globalizada que teve início no ano passado no ramo de hipotecas e que em agosto e setembro desse ano chegou ao auge com prejuízos das empresas gigantes do mercado de empréstimos pessoais e hipotecas americanas a Federal National Mortgage Association (FNMA), conhecidas pela sigla Fannie Mae, e a Federal Home Loan Mortgage Corporation (FHLMC), apelidada de "Freddie Mac" que supervalorizaram imóveis em que seus mutuários não puderam pagar pelo alto custo das prestações mensais foi à gota d'água para o início da quebra geral delas mesmas, recebendo a intervenção do governo americano as socorrendo com bilhões de dólares, e de diversos bancos americanos e europeus que compraram a carta de crédito das citadas empresas imobiliárias num ciclo de dominó, com o pedido de concordata do tradicional banco americano de investimento Lehman Brothers, com um século e meio de existência e um dos pilares financeiros de Wall Stret, e respectivamente com as vendas do Bank of América e da corretora Merrril Lynche, considerada uma das maiores do mundo, abalando o mercado financeiro mundial.

Como os mutuários americanos não puderam pagar as prestações dos imóveis estes se desvalorizaram levando os bancos americanos de investimento que compraram às cartas de crédito a bancarrota, provocando falências e quebras de instituições financeiras americanas, a queda recorde do índice Dow Jones e de bolsas de valores internacionais no mundo inteiro, desde o atentado as torres gêmeas em Nova York, em 11 de setembro de 2001, praticadas por membros do grupo islâmico Al Quaeda, liderado por Osama Bin Laden, matando aproximadamente três mil pessoas de diversas nacionalidades e cerca de trezentos bombeiros, desencadeando em 2003 a invasão do Iraque pelos EUA e Reino Unido, alegando ter esse país armas de destruição em massa, como armas químicas, contrariando a Organização das Nações Unidas (ONU), com a deposição de Saddam Hussein, e a invasão do Afeganistão por tropas dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), com a deposição do grupo islâmico Talibã, embora ainda existam resistências armadas nesses países.

Segundo o jornal Financial Times, em 16 de setembro o banco americano Lehman Brothers para também não quebrar, fechou um acordo com o banco britânico Barclays e vendeu partes de suas ações no mesmo dia em que as ações da seguradora americana American international Group Inc, conhecida pela sigla AIG, despencavam 60% na abertura do mercado na Bolsa de Valores de Nova York, no centro financeiro americano conhecida por Wall Stret, mesmo o Federal Reserve ter tentado convencer os bancos Goldman Sachs e J.P. Morgan a emprestarem um crédito de emergência de US$ 85 bilhões para a AIG que estava completamente falida, inclusive tendo sido rebaixada sua classificação no mercado financeiro pelas agências Standart & Poors e Moodys, em razão de acontecerem novos prejuízos na área de seguros e hipotecas. Como os bancos não emprestaram o dinheiro, no dia seguinte, 17 de Setembro, o Federal Reserve, o Banco Central americano, emprestaria a AIG US$ 85 bilhões, porém em troca o governo assumisse o controle de 80% da empresa e o controle no gerenciamento de seus negócios.

Em 29 de setembro, depois de a Câmara de Representantes dos Estados Unidos ter rejeitado o pacote de ajuda governamental ao setor financeiro, de até US$ 700 bilhões, por 228 votos contra e 205 a favor, dias depois, após serem introduzidas algumas modificações no pacote de socorro aos bancos, o Senado do EUA aprovou o projeto, em 1º de outubro, por 74 votos a favor e 25 contra, com o custo total sendo ampliado de US$ 700 bilhões para US$ 850 bilhões, sendo que até US$ 700 bilhões seriam usados para a compra títulos podres, conforme o projeto original. Já os outros US$ 150 bilhões, acrescentados pelo Senado, foram introduzidos na forma de cortes de impostos e incentivos fiscais, sendo posteriormente aprovado também na Câmara dos Representantes, após uma intensa campanha envolvendo o atual presidente George W. Bush, o presidente do Federal Reserve, Ben Bernankeo, e o secretário do Tesouro, Henry Paulson, além dos candidatos à Presidência dos EUA, Barack Obama do Partido Democrata e John McCain do Partido Republicano, sendo aprovado e sancionado pelo presidente Bush. 

No entanto, a crise só poderá diminuir se a crise no setor imobiliário americano for resolvido, já que os preço dos imóveis continua caindo, e os principais sustentáculos do crescimento econômico nos EUA, como gastos dos consumidores, do governo e das empresas e as exportações continuam caindo e a taxa de desemprego alcance no próximo ano 8%. Além disso com a demanda externa por bens americanos sofrendo uma grande queda e o setor industrial começando a sofrer os efeitos de uma recessão, havendo, inclusive, a queda da expansão da Índia e da China no mercado mundial, embora essa última potência econômica tenha anunciado uma injeção de mais de US$ 500 bilhões em sua economia, procurando assim evitar a queda em sua expansão, e o mercado mundial e suas bolsas de valores possam se recuperar, inclusive a Bovespa, no Brasil, que já sofreu perdas de até 40% durante o ano passado.

Vamos esperar daqui pra frente que o presidente dos EUA, Barack Obama, possa fazer o país sair da crise em que se encontra a médio prazo e o mundo possa respirar sossegado, já que a sua economia responde por um terço da economia mundial. Se isso não acontecer ainda em 2009, o país mais prejudicado será o Brasil, uma vez que são exportados para lá aproximadamente 30% de produtos que são consumidos pelo mercado americano.

Enquanto isso, milhares de pessoas estão perdendo seus empregos em todo o mundo. Só no EUA, em maio 300 mil trabalhadores foram demitidos por empresas como IBM, Texas Instruments, Pfizer, GM, Sprint, Home Depot, Caterpillar, Segundo cálculos oficiais, no final de maio já havia 9,7 milhões de desempregados no país. E os especialistas econômicos já estão prevendo índices de desemprego da ordem de 9% a 10% neste ano. Também no Japão, a Sony-Ericson anunciou a demissão de 15 mil pessoas e a Toyota, indústria gigante na área de automóveis, outras cinco mil demissões, além de outras empresas importantes do mundo que estão demitindo.

Em relação ao Brasil, a crise que vinha atingindo a Bolsa de Valores de São Paulo, com sua queda acentuada, mostrou enorme recuperação com a injeção de bilhões de dólares de investimento estrangeiro, inclusive com a queda do dólar frente ao real, e a retração de compras de automóveis que existia antes foi retomada com a suspensão por parte do presidente Lula até setembro da cobrança do Imposto Sobre Produtos Industrializados, e a redução do mesmo imposto para eletrodomésticos da chamada linha branca como geladeiras, fogões, máquina de lavar roupas e tanquinho. Para o presidente Lula, entretanto, o país tem reservas cambiais suficientes para enfrentar o problema, embora o ministro da economia, Guido Mantega e o do Banco Central, Fernando Meireles digam que o PIB brasileiro vá encolher e a crise ainda vá permanecer por um longo período, inclusive afetendo as exportações

Porém, muitos investimentos ainda serão feitos na economia americana pelo atual presidente dos EUA, Barack Obama, que além de ter nomeado uma equipe de governo competente, principalmente muitos nomes conhecidos que trabalharam no governo de Bill Clinton, já tomou diversas medidas políticas como o fechamento de Guantanamo, onde estão detidos supostos terroristas da Al Quaeda e do grupo islâmico insurgente Talibã; aurorizou que entidades pró-aborto recebessem verbas do governo federal; enviou seu representante diplomático ao Oriente Médio, na tentativa de buscar um acordo de paz entre Israelenses e Palestinos: revogou decisões do governo Bush sobre meio-ambiente, sob a necessidade de se combater a poluição ambiental; concedeu uma entrevista a uma Emissora de Televisão Árabe, afirmando não ser inimigo do povo muçulmano; recebeu na Casa Branca o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu e também recebeu o presidente da autoridade palestina Mamoud Abbas; viajou para o Egito para discursar na Universidade do Cairo e dizer que os EUA não são inimigos do povo muçulmano e estreve num campo de concentração na Alemanha ao lado da chanceler alçemã, Angela Merkel. No campo econômico, conseguiu a aprovação do seu pacote de ajuda no valor de U$$ 789 bilhões de dólares das duas casa legislativas para investir na abertura de novos empregos e no corte de impostos. 

Também foi responsável pelo socorro as imobiliarias Freddie Mac e Fannie May, ao Lheman Bhroters e o Citigroup, além das montadoras general Motors e Chrysler, injetanmdo bilhões de dólares.

Por sinal, a General Motors teve sua concordata aceita no início de junho por um Tribunal de Nova York, sendo que 60% da empresa passou para o comando do governo dos EUA e a outra parte foi vendida a montadora italiana FIAT e o restante ficou de posse dos credores que aceitaram ações em troca das dívidas.

Agora, no início de agosto, a General Motors anunciou aos seus credores, ao público americano e a o governo dos EUA que estava saindo da concordata e voltando a normalidade.

Enfim, uma ótima notícia para a nação americana e o contribuinte que paga seus tributos nos EUA.

E também pela primeira vez a barreira do desemprego começa a diminuir, já começando haver contratações pela indústria, comércio e setor de serviços.

Isso é bom para Os Estados Unidos, ainda a nação mais rica e poderosa do mundo, para a sociedade americana, para a Bolsa de Valores de Nova York e demais Bolsas de Valores espalhadas pelos principais países do chamado G20, e para a a economia global.


Autor: Roberto Ramalho


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