O ''se'' inexistente



Há todo momento temos que tomar decisões, tanto no âmbito profissional quanto no pessoal. Tomar decisões implica em abandonar algumas alternativas e eleger outras, significa fazer escolhas e abrir mão de algumas opções, uma vez que não podemos ter tudo ou fazer de tudo ao mesmos tempo. (Que pena!)

Nem sempre estamos preparados para tomar decisões no momento em que precisam ser tomadas, mas nem por isso podemos adiá-las. Em outras situações não temos experiências passadas para decidir sobre algum problema que nos é inédito, e mesmo assim temos que decidir, em ambos os casos somos obrigados a decidir sob pressão.

O tempo é fundamental para uma decisão, em algumas situações o atraso na hora de decidir pode significar perdas de ótimas oportunidades, que passarão e serão abraçadas por outros. As oportunidades têm prazo de validade, e, para priorizarmos as decisões, temos que saber separar o que é urgente do que é realmente importante.

No processo de tomada de decisão, muitas vezes não conseguimos nos munir de todas as informações necessárias para encontrar-mos a melhor alternativa, por isso, às vezes não ficamos satisfeitos com nossas decisões.

Todos nós, se voltássemos no tempo, obviamente, faríamos muitas coisas diferentes, porque geralmente nos falta informações na hora de decidirmos.

Mas este "se" é inexistente, ele não faz parte do contexto da vida de nenhuma pessoa, este "se" não pertence à realidade que vivemos, apenas ao nosso desejo de sermos perfeitos e acertamos sempre.

Depois da dor todo mundo é doutor. Depois que os fatos ocorrem todos sabem o que aconteceu, e aí fica fácil julgar, mas, na hora da tomada de decisão trabalhamos com hipóteses e probabilidades, porque na maioria das vezes não podemos prever exatamente os acontecimentos, e, decisões difíceis, são aquelas em que envolvem riscos, e decisões de riscos exigem pessoas capacitadas.

Hoje em dia há uma grande quantidade de informações e pouco tempo para digeri-las, uma infinidade de dados e pouco conhecimento para interpretá-los.

Uma decisão mal sucedida não pode ser encarada apenas como um erro, mas como uma tentativa, quem não tenta não alcança. É muito mais seguro não arriscar, ficar na zona de conforto e não tentar melhorar as coisas, mas a busca por melhorias sempre envolverá riscos.

O ser humano tem uma enorme dificuldade em conviver com a incerteza. Deepak Chopra, médico e escritor, cita em seu livro "Corpo sem idade, mente sem fronteiras" que há duas maneiras de lidar com a incerteza: Aceitar ou resistir. Aceitar significa que você permite que os eventos tenham lugar á sua volta e reage a eles espontaneamente, sem dissimulações. Resistir quer dizer que você tenta mudar os eventos, transformando-os em outros, diferentes do que são na realidade, e reage a eles com reações familiares e seguras. A aceitação é saudável porque permiti que você se livre de qualquer estresse assim que ele ocorra, a resistência não é saudável porque acumula resíduos de frustração, falsas expectativas e desejos irrealizados.

Quanto mais cedo aceitarmos as situações, menos sofreremos, é melhor admitirmos que erramos ao tomar alguma decisão e buscar corrigir o problema rapidamente, do que nos lamentarmos. Lamentar é sofrer duas vezes, uma pela conseqüência da decisão errada e outra pelo arrenpedimento, por isso, é mais leve sermos rápidos ao aceitar a realidade.

É injusto refletirmos sobre as decisões de ontem com o conhecimento que temos hoje. O "se" eu tivesse dito isso, ou "se" eu tivesse feito aquilo só serão úteis se utilizados como referencias para ampliar nossa experiência, porque erramos na ânsia de acertar.


Autor: Marcio Vidal


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