A SOCIOLOGIA E AS TEORIAS SOCIOLÓGICAS



1 – Sociologia

Sociologia é o estudo do comportamento social das interações e organizações humanas. Todos nós somos sociólogos porque estamos sempre analisando nossos comportamentos e nossas experiências interpessoais em situações organizadas.. O objetivo da sociologia é tornar essas compreensões cotidianas da sociedade mais sistemáticas e precisas, à medida que suas percepções vão além de nossas experiências pessoais.

A sociologia estuda todos os símbolos culturais que os seres humanos criam e usam para interagir e organizar a sociedade; ela explora todas as estruturas sociais que ditam a vida social, examina todos os processos sociais, tais como desvio, crime, divergência, conflitos, migrações e movimentos sociais, que fluem através da ordem estabelecida socialmente; e busca entender as transformações que esses processos provocam na cultura e estrutura social.

Através dos tempos , o homem pensou sobre si mesmo e sobre o universo. Contudo, foi apenas no século XVIII que uma confluência de eventos na Europa levou à emergência da sociologia. Quando os antigos sistemas feudais começaram a abrir caminho ao trabalho autônomo que promovia a indústria nas áreas urbanas e quando novas formas de governo começaram a desafiar o poder das monarquias, as instituições da sociedade - emprego e receita, planos de benefícios , comunidade, família e religião - foram alteradas para sempre. Como era de se esperar, as pessoas ficaram inquietas com a nova ordem que surgia e começaram a pensar mais sistematicamente sobre o que as mudanças significavam para o futuro

O movimento intelectual resultante é denominado de Iluminismo. Ainda outra influência por trás do surgimento da sociologia – a Revolução Francesa, de 1789 – acelerou o pensamento sistemático sobre o mundo social. A violência da revolução foi um choque para toda a Europa, pois, se tal violência e influência puderam derrubar o velho regime, o que houve para substituí-lo? Como a sociedade poderia ser reconstruída a fim de evitar tais eventos cataclísmicos? É nesse ponto, nas décadas finais do século XVIII e início do XIX, que a sociologia como uma disciplina autoconsciente foi planejada.

2 – Augusto Comte (1798 – 1857) - Positivismo

O positivismo foi uma corrente filosófica linha teórica da sociologia, cujo mentor e iniciador principal foi Auguste Comte, no século XIX. Apareceu como reação ao idealismo, opondo ao primado da razão, o primado da experiência sensível (e dos dados positivos). Propõe a idéia de uma ciência sem teologia ou metafísica, baseada apenas no mundo físico/material.

A filosofia positiva ou positivismo corresponde a uma forma de entendimento do mundo, do homem e das coisas em geral: ele entende que os fenômenos da natureza acham-se submetidos a leis naturais, que a observação descobre, que a ciência organiza e que a tecnologia permite aplicar, preferencialmente em benefício do ser humano. As leis naturais existem nas várias categorias de fenômenos, que Augusto Comte distinguiu em sete: há fenômenos matemáticos, astronômicos, físicos, químicos, biológicos, sociais e psicológicos.

Estas categorias de fenômenos envolvem a totalidade dos fenômenos naturais que o Positivismo reconhece como, todos eles, submetidos a leis naturais.

O Positivismo considera que, quanto ao entendimento dos fenômenos, quanto à forma de explicar o mundo, o progresso da humanidade consistiu em partir-se da concepção teológica e chegar-se à filosofia positiva.

O espírito humano, em seu esforço para explicar o universo, passa sucessivamente por três estados:

a) O estado teológico ou "fictício" explica os fatos por meio de vontades análogas à nossa (a tempestade, por exemplo, será explicada por um capricho do deus dos ventos, Eolo). Este estado evolui do fetichismo ao politeísmo e ao monoteísmo.

b) O estado metafísico substitui os deuses por princípios abstratos como "o horror ao vazio", por longo tempo atribuído à natureza. A tempestade, por exemplo, será explicada pela "virtude dinâmica"do ar

c) O estado positivo é aquele em que o espírito renuncia a procurar os fins últimos e a responder aos últimos "por quês".

O Positivismo fez grande sucesso na segunda metade do século XIX, mas, a partir da ação de grupos contrários, perdeu influência no século XX. Todavia, desde fins do século XX ele tem sido redescoberto como uma forma de perceber o homem e o mundo, a ciência e as relações sociais.

O positivismo teve fortes influências no Brasil, tendo como sua representação máxima, o emprego da frase positivista "Ordem e Progresso", extraída da fórmula máxima do Positivismo: "O amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim", em plena bandeira brasileira. A frase tenta passar a imagem de que cada coisa em seu devido lugar conduziria para a perfeita orientação ética da vida social.

3 – Herbert Spencer (1820-1903) – Evolucionismo e Organicismo

Spencer, um dos pioneiros da sociologia, influi profundamente no desenvolvimento da sociologia, não só na Inglaterra, como também, na França e nos EUA. Defende o evolucionismo. Para sustentá-lo, empregou um método comparativo, do qual foi um dos pioneiros, bem como usou dados etnológicos. Utilizou dados da historia, da psicologia e da biologia. Desta ultima se serviu para desenvolver a sua teoria organicista.

Estava convencido de que a sociologia deve proceder comparando grupos sociais históricos, de modo a descobrir o que tem em comum. Faz questão de salientar que a evolução social não depende da vontade humana. Tanto a evolução social, como o progresso, são necessários, não dependendo do homem.

Como Comte, Spencer acreditava que os agrupamentos humanos podiam ser estudados cientificamente, e em seu notável trabalho "Os Princípios da Sociologia" (1874-1896), ele desenvolveu uma teoria de organização social do homem, apresentando uma vasta série de dados históricos e etnográficos para fundamentá-la. Para Spencer, todos os domínios do universo – físico, biológico e social - desenvolvem-se segundo princípios semelhantes. E a tarefa da sociologia é aplicar esses princípios ao que ele denominou de campo superorgânico, ou o estudo dos padrões de relações dentre os organismos.

Spencer retorna a questão de Comte: o que mantém unida a sociedade quando esta se torna maior, mais heterogênea, mais complexa e mais diferenciada? A resposta de Spencer em termos gerais , foi muito simples: sociedades grandes complexas, desenvolvem: 1) interdependências dentre seus componentes especializados; e 2) concentrações de poder para controlar e coordenar atividades dentre unidades interdependentes. Para Spencer a evolução da sociedade engloba o crescimento e a complexidade que é gerenciada pela interdependência e pelo poder. Se os padrões da interdependência e concentrações de poder falham ao surgir na sociedade, ou são inadequados à tarefa , ocorre a dissolução, e a sociedade se desmorona.

Ao desenvolver resposta à questão básica de Comte, Spencer fez uma analogia aos corpos orgânicos, argumentando que as sociedades, como organismos biológicos, devem desempenhar certas funções-chave se elas quiserem sobreviver. As sociedades devem reproduzir-se; devem produzir bens e produtos para sustentar os membros ; devem prover a distribuição desses produtos aos membros da sociedade; e elas devem coordenar e regular as atividades dos membros. Quando as sociedades crescem e se tornam mais complexas, revelando muitas divisões e padrões de especialização , estas funções –chave tornam-se distintas ao longo de três linhas: 1) a operacional (reprodução e produção ), 2) a distribuidora (o fluxo de materiais e informação), 3) a reguladora (a concentração de poder para controlar e coordenar).

Spencer é mais bem lembrado por instituir uma teoria na sociologia conhecida como funcionalismo. Essa teoria expressa a idéia de que tudo o que existe em uma sociedade contribui para seu funcionamento equilibrado; de que tudo o que nela existe tem um sentido, um significado.

4 – Le Play (1806-1882) - Pioneiro do Método Monográfico

Le Play tem o mérito de ter sido um dos primeiros a encarar o social dentro de uma perspectiva científica. Fez escola e foi um dos construtores da metodologia sociológica.

Tratando das ciências sociais, não formulou conclusões apressadas, pois reconhecidas que só depois da observação dos fatos se podem atingir resultados aceitáveis. Para atingi-los, imaginou uma técnica – a monografia, da qual é pioneiro.

Estabelecendo o elemento mais simples da sociedade, o sociólogo deve evitar o estabelecimento de conclusões logo após apressadas suas observações. Não se deve limitar-se a observar seu meio. Deve preferir observar grupos sociais que não lhe são familiares, pois os que lhe estão próximas podem ser vistos à luz do prisma de sua crenças ou preferenciais. Deve-se afastar de seu habitat, conhecer povos diferentes, enfim, viajar.

Acreditando que as viagens proporcionam observação direta de costumes e organizações sociais diferentes, Le Play percorreu a Europa, não como turista, mas como estudioso de questões sociais: observando, anotando e analisando.

Segundo Le Play, não seria o indivíduo isolado o elemento fundamental para a compreensão da sociedade, mas sim a unidade familiar. Estudou diversas famílias de trabalhadores sob a industrialização e pôde observar que elas estavam mais instáveis do que anteriormente. Le Play acreditava que se os respectivos papéis tradicionais do homem e da mulher dentro da família fossem resgatados, as famílias e a própria sociedade poderiam adquirir mais equilíbrio.

O grande mérito de Le Play foi ter introduzido nas ciências sociais a observação direta, isto é, a observação metódica, controlável e objetiva. Escolheu, como ponto de partida de suas observações, como forma de vida social mais elementar e simples, bem como mais comum entre os povos, a família.

5 – Karl Marx (1818 – 1883) – Sociologia crítica e econômica

Economista, filósofo e socialista, Karl Marx nasceu em Trier em 05 de maio de 1818, e faleceu em Londres no dia 14 de março de 1883.

Em 1844 conhece Friedrich Engels: é o começo de uma grande amizade. Em 1848, Marx e Engels publicaram o folheto O Manifesto Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada marxista. Em 1867 publicou o primeiro volume da sua obra principal: O Capital.

O ponto de partida do pensamento marxista é a consciência de que toda história humana parte da existência de seres humanos vivos, onde, partindo deste princípio – valorização do homem – buscam alcançar as transformações necessárias para uma sociedade mais justa, igualitária e humana. A teoria marxista também procura explicar a evolução das relações econômicas nas sociedades humanas ao longo da história – a história da humanidade seria constituída por uma permanente luta de classes.

Em sua obra O Capital, Marx analisa em profundidade a gênese e o desenvolvimento das categorias que estruturam a sociedade burguesa ou capitalista, bem como as possibilidades de superação das mesmas.

O modo de produção do capital só pode existir quando se generaliza a produção de mercadorias. Isto quer dizer que todos os bens produzidos pelo trabalho somente realizam sua utilidade, que é satisfazer necessidades humanas, mediante a troca.Esses bens não são apropriados e consumidos segundo as necessidades, mas através da troca, ou seja, se os homens não possuírem mercadorias estão excluídos do processo de troca e, por conseguinte, impedidos de satisfazerem suas necessidades vitais. O processo de produção da existência resume-se, portanto, a um processo de produção de mercadorias.

O capital pressupõe a formação de duas classes sociais opostas e complementares:

Burguesia (Interesse em produzir para obter lucros) e o Proletariado (Vende a sua força de trabalho para obtenção dos meios de subsistência para a manutenção da própria vida).

O salário refere-se ao tempo de trabalho necessário para a produção da força de trabalho, do qual constam os tempos necessários para a produção de todos os meios de subsistência para a manutenção da vida dos trabalhadores.

A força de trabalho é remunerada pelo seu valor; no entanto, ela produz um valor maior do que o seu próprio valor, que corresponde a outra parcela da jornada de trabalho. Esse excedente – que Marx denomina de mais valia – se produz durante a jornada institucionalizada de trabalho. Trata-se de um trabalho não pago, de modo que a origem do capital se fundamenta na apropriação privada do trabalho excedente.

Segundo Marx, as características fundamentais do capitalismo são: Generalização da produção de mercadorias; Valor de troca; Separação entre produtores diretos e os meios de produção; Transformação da força de trabalho em mercadoria. A Produção de mercadorias visa o lucro.

Marx queria a inversão da pirâmide social: o Proletariado sobre a Burguesia. Ele acreditava que a inversão da pirâmide social era a única força capaz de destruir a sociedade capitalista e construir uma nova sociedade – socialista. Tentou demonstrar que no capitalismo sempre haveria injustiça social, e que o único jeito de uma pessoa ficar rica e ampliar a sua fortuna seria explorando os trabalhadores, ou seja, o capitalismo, que de acordo com Marx é agressivo.

O Estado é tratado por Marx e Engels como o poder público dominado pela classe que detém o poder sobre os meios de produção. Significa, portanto, que se as classes desaparecerem esses poder público perde o seu caráter de classe (poder político), mas não deve desaparecer enquanto poder público.

Seria uma ingenuidade pensar que a sociedade comunista de Marx e Engels vai eliminar os conflitos e as disputas entre os homens. O que ela se propõe a eliminar são os conflitos de classe, enquanto fundamento das desigualdades, das injustiças sociais, da opressão e da alienação a que estão submetidos os homens na sociedade capitalista.

Há ainda outra importante faceta do trabalho de Marx: a função militante do sociólogo. O objetivo da análise é expor a desigualdade e a exploração em situações sociais e, assim fazendo, desempenhar papel militante para superar essas condições. Os sociólogos não devem apenas ficar na platéia; eles devem trabalhar para mudar o mundo social de modo a reduzir as desigualdades e a dominação de um segmento da sociedade pelo outro. Marx propõe a superação do modo de produção capitalista e a uma nova forma de produção com base no coletivismo. Esse programa permanece ainda como fonte de inspiração para muitos sociólogos que participam como militantes no mundo social.

6 – Gabriel Tarde (1843 – 1904) Teoria da imitação – Psicossociologia

Tarde reduziu os fenômenos sociais a processos mentais, principalmente à imitação, que teria sua origem na invenção. Esta produtora das transformações sociais, seria individual, dependo de poucos, enquanto a imitação, coletiva, necessitando sempre de mais de uma pessoa. Assim, o processo social caracteriza-se pela 'invenção' de poucos e 'imitação' de mitos.

Portanto, para o sociólogo francês Gabriel Tarde, não há vida social sem imitação. Na sua definição, sociedade é "uma coleção de seres com tendência a se imitarem entre si, ou que, sem se imitarem, atualmente se parecem, e suas qualidades comuns são cópias antigas de um mesmo modelo." Tarde vai além, de forma bem clara: "nós imitamos os outros a cada instante, a não se que nós inovemos, o que é raro." Muito raro: "pois nossas inovações são em sua maior parte combinações de exemplos anteriores" e "permanecem estranhas à vida social se não forem imitadas."

Para ele não há outra realidade senão a existência de consciências individuais. Os indivíduos, por sua vez, não se unem uns aos outros senão a partir do momento em que adotam um modelo de referência e imitam esse modelo. Esta imitação não se faz sem resistência, sem oposição; mas é ela que permite a adaptação social, a vida em sociedade, o liame social.

A obra de Tarde vem sendo objeto de reedições e comentários, pois sua temática, ao discutir a imitação, a invenção, o público, as multidões e os meios de comunicação, mostra-se de uma atualidade contundente, aportando paradigmas plenamente válidos, como ferramentas a serviço daqueles a quem cabe interpretar a realidade, o direito e a sociedade.

7 – Emile Durkhiem (1858 – 1917) – Realismo Sociológico

Durkheim assistiu e participou de acontecimentos marcantes e que podemos notar diretamente em sua obra, pelas conseqüências diretas da derrota francesa e das dívidas humilhantes da guerra, e por uma série de medidas de ordem política.

Vivenciou em momento de crises econômicas, onde provocaram conflitos entre as classes trabalhadoras e os proprietários dos meios de produção, influenciando assim, sua afirmação de que os problemas da sociedade européia eram "morais" e não econômicos, acontecendo freqüentemente devido à fragilidade da época.

Desenvolveu um método próprio para seus estudos, incluindo o suicídio, devido ao enorme índice constatado por ele. Acreditava também, que os seus estudos pudessem ajudar a sociedade futuramente.

Ele parte do princípio que o homem seria apenas um animal selvagem que só se tornou Humano porque se tornou sociável, ou seja, foi capaz de aprender hábitos e costumes característicos de seu grupo social para poder conviver no meio deste. A este processo de aprendizagem, Durkheim chamou de "Socialização", a consciência coletiva seria então formada durante a nossa socialização e seria composta por tudo aquilo que habita nossas mentes e que serve para nos orientar como devemos ser, sentir e nos comportar. E esse "tudo" ele chamou de "Fatos Sociais", e disse que esses eram os verdadeiros objetos de estudo da Sociologia.

A sociedade não seria simplesmente a realização da natureza humana, mas, ao contrário, aquilo que é considerado natureza humana é, na verdade, produto da própria sociedade. Os fenômenos sociais são considerados por Durkheim como exteriores aos indivíduos, e devem ser conhecidos não por meio psicológico, pela busca das razões internas aos indivíduos, mas sim externamente a ele na própria sociedade e na interação dos fatos sociais. Fazendo uma analogia com a biologia, a vida, para Durkheim, seria uma síntese, um todo maior do que a soma das partes, da mesma forma que a sociedade é uma síntese de indivíduos que produz fenômenos diferentes dos que ocorrem nas consciências individuais (isto justificaria a diferença entre a sociologia e a psicologia).

Para Durkheim, os fatos sociais possuem uma realidade objetiva e, portanto, são passíveis de observação externa. Devem, desta forma, ser tratados como "coisas".

Características dos fatos Sociais:

Generalidade: é a comunhão no pensar, agir e sentir de um grupo de pessoas. Todos tem os 'mesmos' comportamentos, seguem os mesmos parâmetros e limites.
Exterioridade: é aquele fato que este intrínseco no indivíduo. Mesmo que o indivíduo queira roubar, matar ou cometer qualquer ato ilícito, ele não o fará, mas não por que está proibido pela lei para tais atos, mas por estar acima de sua vontade o limite do que pode ou não ser feito.

Coercitividade: É a obrigação do indivíduo a seguir determinada orientação, conceito ou norma já preestabelecida pela sociedade (Estado).

Durkheim inverte a visão filosófica de que a sociedade é a realização de consciências individuais. Para ele, as consciências individuais são formadas pela sociedade por meio da coerção. A formação do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas, princípios morais, religiosos, éticos, de comportamento, etc. que balizam a conduta do indivíduo na sociedade. Portanto, o homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela.

8 – Georg Simmel (1858 – 1918) Formalismo Sociológico

Simmel fez sociologia dentro do ponto de vista filosófico. Se destacou como um dos representantes do movimento filosófico que dominava nos meios universitários alemães: o neokantismo.

Portanto, Simmel trouxe para a sociologia a filosofia de Kant. Pensou em construir uma sociologia capaz de fornecer visão unitária do social, apenar da infinita variedade das relações sociais.Se diferenciou no campo do estudo dos fenômenos sociais em razão de seu interesse pela análise microssociológica, que se refere à investigação da sociedade, mas a partir das ações e reações dos atores sociais em interação.

A sociologia formal é uma perspectiva teórica que está muito próxima da chamada "sociologia da ação", e ambas se contrapõem às concepções teóricas de caráter macrossociológico, como o estruturalismo, o funcionalismo e o neomarxismo.

A partir das concepções filosóficas kantianas, Simmel concluiu que a realidade social é extremamente complexa, e até certo ponto caótica, em relação aos significados. O conhecimento dos fenômenos sociais, que ocorrem imersos nessa realidade e que interessam ao cientista social, só são passíveis de serem apreendidos (ou compreendidos) mediante a adoção de categorias ou modelos analíticos.

As categorias e modelos analíticos servem para ordenar o pensamento de modo que se possa interrogar e interpretar a realidade. Um modelo ou categoria analítica é uma simplificação do real porque opera com base na abstração, num esforço de separação dos fenômenos sociais que estão imersos na complexa realidade social, tanto em seus aspectos sociológicos como históricos.

De acordo com Simmel, os modelos e categorias analíticas não são proposições arbitrárias e nem recursos empregados apenas pelos cientistas sociais que interrogam o real, pois são também utilizados pelos próprios indivíduos que integram a sociedade, como recurso de ação e interação social.

Por, Simmel abriu as portas para a sociologia analítica e teve o mérito de ter despertado o interesse dos sociólogos pelo processo de conflito.

9 – Leopold Von Wiese (1876 – 1969) Sociologia das Relações Sociais

Von Wiesse seguiu, de modo geral, as linhas fundamentais do formalismo sociológico instaurado por Simmel, porém, e nisso está a sua originalidade, sem os pressupostos filosóficos deste. Denomina-se a sua teoria de "sociologia das Relações sociais", a fim de evitar confusões com o formalismo filosófico de Simmel.

Começa definindo a Sociologia – que para ele é a ciência autônoma – como estudo da 'socialificação' e da 'dissocialificação'. É a ciência que gira em torno de processos, distâncias e formações sociais.

O objeto da Sociologia é dado pelos "processos sociais ou inter-humanos. Daí sua tarefa consistir em: 1º abstrair o social ou inter-humano do resto da vida humana; 2º constatar os efeitos do social e o seu modo de produção; 3º restituir o social ao conjunto da vida humana para tornar compreensíveis suas relações com esta.

Von Wiese pensa que, no plano social, os homens ou se unem entre si (aproximam-se), ou se evitam (afastam-se). Aproximação e afastamento ou separação, eis, pois, as formas fundamentais de relações sociais.

10 – Vilfredo Pareto (1848 – 1923) Mecanicismo Sociológico.

As idéias de Pareto podem ser classificadas na corrente do pensamento sociológico conhecida por mecanicismo sociológico, que originaria do século XIX, é, juntamente com o mecanicismo filosófico, influenciada pelo progresso das Ciências Físico-Químicas, alcançado no século passado.

Pareto, como os demais mecanicistas, pesando com categorias, terminologia, leis da física e da mecânica, fez também largo uso do pensamento matemático. Daí ter empregado equações, símbolos e raciocínio matemático no desenvolvimento de sua teoria. Devido a tal modo de pensar, afirma ser ele um dos fundadores da sociologia Matemática.

Matemática e mecânica, eis, pois, os pressupostos de sua teoria, que, combinados com a observação, essencial aos fenômenos sociais, levaram Pareto a estabelecer uma metodologia que transforma a sociologia em ciência lógico-experiemental.

A sociologia, diz Pareto, deve-se fundar não em dogmas ou em axiomas, mas na experiência e na observação. Desta forma propôs estudar os 'fatos sociais' com único fim de descobrir suas uniformidades (leis) e as relações que os entrelaçam.

Em 1897 executou um estudo sobre a distribuição de renda e de riquezas em diferentes países. Através deste estudo concluiu que uma minoria (20%) das pessoas controlam a grande maioria (80%) da riqueza. O efeito de Pareto pode ser observado também no Controle de Qualidade onde normalmente 80% dos problemas se originam de apenas 20% das causas.

O gráfico de Pareto é utilizado para mostrar a ação do princípio.Os dados são colocados de tal forma que os poucos fatores que causam a maioria dos problemas podem ser observados.

Na sociologia, Pareto contribuiu para a elevação desta disciplina ao estudo ao estatuto de ciência. Sua recusa em atribuir um caráter utilitário, á ciência, mas antes apontar para sua busca pela verdade independente de sua utilidade, o faz distinguir como objeto da sociologia as ações não-lógicas diferentemente do objeto da economia como sendo as ações lógicas.

O homem para Vilfredo Pareto não é um ser racional, mas um ser que raciocina tão somente. Freqüentemente este homem tanta atribuir justificativas pretensamente lógicas para suas ações ilógicas deixando-se levar pelos sentimentos.

11 – Max Weber (1864 – 1920) Sociologia Compreensiva

Sociólogo e economista político alemão, um dos fundadores da sociologia moderna, acadêmico cujos estudos do capitalismo, de religiões comparadas, de sistemas de classes e sistemas sociais, juntamente com as suas contribuições a metodologia das ciências sociais, ainda são de grande importância. Na opinião de Weber, a tendência da civilização do ocidente tem sido rumo a racionalização, conduzida pela crença no progresso por intermédio da razão, que abriu caminho para o desenvolvimento das organizações sociais, políticas e econômicas que diverge da maioria das outras culturas.

Essa opinião esta expressa de maneira marcante na obra mais famosa e controversa de Weber, A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo (1904-1905). Nela, Weber atribuía a ascensão e o crescimento do capitalismo - fenômeno claramente ocidental que só há pouco tempo foi exportado para o resto do mundo – em parte, à ética prática contida na teologia protestante, em especial na teologia calvinista.

Weber procurou criar uma metodologia válida para a sociologia fundamentada em valor-liberdade, a fuga dos juízos de valor que compromete a pesquisa; a construção de tipos ideais, ou conceitos generalizados, em comparação aos que se possam analisar os sistemas e os fenômenos; e o que ele chamava de Verstehen – "entendimento" em alemão, mas que também implica a interpretação das atividades sociais segundo seu significado subjetivo tanto para os "agentes" quanto para o pesquisador.

O método compreensivo, defendido por Weber, consiste em entender o sentido que as ações de um indivíduo contêm e não apenas o aspecto exterior dessas mesmas ações. Se, por exemplo, uma pessoa dá a outra um pedaço de papel, esse fato, em si mesmo, é irrelevante para o cientista social. Somente quando se sabe que a primeira pessoa deu o papel para a outra como forma de saldar uma dívida (o pedaço de papel é um cheque) é que se está diante de um fato propriamente humano, ou seja, de uma ação carregada de sentido. O fato em questão não se esgota em si mesmo e aponta para todo um complexo de significações sociais, na medida em que as duas pessoas envolvidas atribuem ao pedaço de papel a função do servir como meio de troca ou pagamento; além disso, essa função é reconhecida por uma comunidade maior de pessoas.

O objeto da Sociologia é a ação social. Ação social é aconduta humana dotada de sentido (justificativa subjetivamente elaborada).

É importante diferenciar ação social de relação social. No primeiro caso, a ação é orientada pela conduta do outro. Na Segunda a ação é orientada pelo sentido compartilhado reciprocamente por um grupo de agentes.

Tipos de ação social:

Ação racional com relação a um objetivo (tem um fim previamente determinado). Ex: a ação política.

Ação racional com relação a valor (relacionado à moral). Ex: condutas ligadas às manifestações religiosas.

Ação afetiva ( ditado pelo estado de consciência ou humor do sujeito). Ex: o ciúme entre os casais.

Ação tradicional (ditado por valores culturais absorvidos pelo sujeito como naturais, obedecendo a reflexos).

É para orientar o cientista na compreensão da ação social e, conseqüentemente dos fenômenos sociais que faz-se necessário a construção do tipo ideal.

Para ele a sociedade não "paira" sobre os indivíduos e nem lhes é superior. As regras e normas sociais são resultados de um conjunto complexo de ações individuais, nas quais os indivíduos escolheriam diferentes formas de conduta. Há portando um privilégio da parte (indivíduo) sobre o todo (sociedade)

A sociologia weberiana concebe a sociedade como um eterno fluir, um conjunto inesgotável de acontecimentos que aparecem e desaparecem, estando sempre em movimento devido a um elemento básico: a ação social que implica uma concepção do homem como indivíduo ativo a partir de um processo de conexão valorativa do homem visando o real.

A contribuição de Weber para a Sociologia:

·A busca da análise histórica e da compreensão qualitativa para a compreensão dos processos históricos e sociais.

·Descoberta da subjetividade na ação e pesquisa social.

·Desenvolveu uma forma de análise específica para as ciências sociais, diferenciando-a das ciências exatas e da natureza.

·Desenvolveu trabalhos na área de história econômica, buscando as leis de desenvolvimento das sociedades.

·Estudou as relações entre o meio urbano e o agrário.

12 – Pitrim Aleksandrovich Sorokin (1899 - 1968) Teoria das Flutuações dos sistemas socioculturais e da mobilidade social.

Sorokin preocupou-se com o processo de civilização, ou seja, estudou a dinâmica das civilizações, independente das sociedades que s produziram ou que a elas serviram de suporte.

Sorokin levou a cabo um estudo profundo do que diferentes povos consideraram como valioso durante a história. Dividiu os sistemas de valores humanos em duas categorias principais que denominou de empírica e idealista. O sistema de valores empírico atribui valor ao que pode ser percebido pelos sentidos físicos. O sistema de valores idealista atribui valor a conceitos intelectuais e espirituais. Sorokin descobriu que o que é considerado valioso pelas pessoas influencia suas crenças, suas estruturas sociais e políticas e também sua arte.

Os povos que mantêm o ponto de vista empírico chegam à sua verdade por meio da observação física e crêem que a relação entre causa e efeito é invariável e determinada inteiramente pelo acaso. Os povos que mantêm o ponto de vista idealista chegam à verdade por inspiração ou revelação de Deus e crêem que as causas verdadeiras se encontram em um mundo além do mundo sensorial. Os povos que mantêm a visão empírica identificam o bem com a felicidade, os povos que mantêm a visão idealista crêem que o bem está determinado por princípios. Os povos que mantêm a visão empírica atribuem ao indivíduo uma importância capital e crêem que a sociedade é valiosa somente na medida em que ajuda o indivíduo a alcançar a satisfação completa de seus impulsos egocêntricos. Os ricos, os militares ou aqueles que dominam materialmente são os dirigentes da sociedade empírica. Os povos que mantêm a visão idealista crêem que o bem global é prioritário e os direitos individuais podem ser suspensos em benefício do todo. Os sacerdotes ou líderes espirituais dirigem a sociedade idealista.

Sorokin tem o mérito de ter feito profunda analise do aspecto interior do social, principalmente da 'intencionalidade'.

13 – KarlMannheim (1893 – 1947) Relacionalismo Sociológico.

Sociólogo húngaro Karl Mannheim foi um dos grandes impulsionadores da Sociologia do Conhecimento. Na sua obra "Ideologia e Utopia", publicado em 1929, faz uma abordagem inovadora da relação entre o conhecimento e a realidade, afirmando que é esta relação que determina o conteúdo das ideias. Merece também destaque o seu contributo na divulgação da sociologia nos Estados Unidos e em Inglaterra, transportando-a, pela primeira vez, para fora da esfera germânica.

O marxismo exerceu inicialmente uma forte influência sobre o pensamento de Mannheim, mas acabou abandonando-o, em parte por não acreditar que fossem necessários meios revolucionários para atingir uma sociedade melhor. Seu pensamento assemelha-se em certos aspectos aos de Hegel e Comte: acreditava que, no futuro, o homem iria superar o domínio que os processos históricos exercem sobre ele. Foi também muito influenciado pelo historicismo alemão e pelo pragmatismo inglês.

Segundo Mannheim, a influência desses fatores é da maior importância e sua investigação deveria ser o objeto de uma nova disciplina: a sociologia do conhecimento. Cada fase da humanidade seria dominada por certo tipo de pensamento e a comparação entre vários estilos diferentes seria impossível. Em cada fase aparecem tendências conflitantes, apontando seja para a conservação, seja para a mudança. A adesão à primeira tende a produzir ideologias e a adesão à segunda tende a produzir utopias.

O pensamento de Mannheim foi ciriticado sob alegação de, através do historicismo, conduzir ao relativismo. Mannheim negou essa crítica, afirmando que o relativismo só existe dentro de uma concepção absolutista das ideologias ou de qualquer forma de pensamento.

Outras investigações importantes de Mannheim compreendem estudos sobre as relações entre pensamento e ação. Sua contribuição para a teoria do planejamento e para a caracterização das sociedades de massa tem especial destaque.

14 – Alfred Karl David Weber (1868 – 1958)Sociologia da Cultura

Foi um economista alemão, um sociólogo e teórico da cultura. Entre 1907 e 1933 ele foi professor na Universidade de Heidelberg até ser demitido por causa do seu criticismo a Hitler e sua ideologia. Foi reabilitado em 1945 e continuou a dar aulas até 1958.

Alfred Weber foi irmão de Max Weber, um outro sociólogo, ainda mais influente. Weber apoiou a reintrodução da teoria e modelos causais ao campo da Economia, para complementar a análise histórica. Nessa área, o seu trabalho foi pioneiro na modelação da localização industrial.

Ele viveu num período em que a sociologia se tornou um campo científico autónomo. Weber manteve-se na linha da tradição da filosofia da história. Nesta área, ele fez contribuições com teoria analisando a mudança social na civilização ocidental como uma confluência de civilização (intelectual e tecnológica), processos sociais (organizações) e cultura (arte, religião e filosofia). Ele levou a cabo análises empíricas e históricas acerca do crescimento e distribuição geográfica das cidades e do capitalismo.

Weber viveu na Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial mas foi uma figura de destaque da oposição intelectual.

15 – Hans Freyer (1887 – 1968 ) Epistemologia Sociológica

Hans Freyer, que formulou um ssitema de Sociologia à luz da fiklosofia de Hegel, preocupa-se principalmente com oproblema d anatureza do objeto da sociologia e com o d aprópria sociologia como ciencia

Reconhece que sua obra é uma combinação de filosofia com sociologia. Dentro do mais puro historicismo, considera o social essencialmente marcado epelo histórico. Acha que a Sociologia só quendo efetivamente reconhece o "caráter histórico" do social é cienica autentica.

A sociologia é a autoconsciencia cientifica da realidade social. Desta forma Freyer derruba o muto divisório que separa filosofia da ciencia. Igualmente filosófico é o modo como ele vê a sociedade: manisfestação de verdadeira vontade, isto é, do conteudo essencial d avontade do presente. Elaborou assim uma teoria filosófica da sociedade, e não uma sociologia como ciencia da realidade.

16 – Georges Gurvitch (1894 – 1965)Sociologia Profunda

Georges Gurvitch é, possivelmente, um dos últimos pensadores sociais que tiveram a audácia de propor um sistema próprio de compreensão global do fenômeno humano, buscando uma união entre uma filosofia pluralista, de origem fichteana, uma formação fenomenológica e as aquisições da ciência social de inspiração mais positivista.

Apesar desta posição preeminente, Georges Gurvitch é, e cada vez mais, um autor marginal em relação ao que se denomina, atualmente, "sociologia científica". Esta marginalidade não é somente uma questão de ponto de vista, mas de fato. Esta marginalidade pode ser explicada, em primeira aproximação, pelo fato de que a moderna sociologia científica renunciou à tentativa de elaborar sistemas globais ou globalizantes, em benefício das "teorias de alcance médio", que partem da constatação do fato de que não existe, ainda, a suficiente acumulação de pesquisas que possa dar base a um sistema sociológico suficientemente abrangente.

O Pluralismo sociológico de Gurvitch tem o mérito de destacar setores da realidade social até então desapercebidos para os sociólogos. Tal pluralismo amplia o campo e o objeto da sociologia. Mas, ao assim proceder, trouxe para a sociedade questões fronteiriças com a Filosofia, com a história, com a moral e com a psicologia, nas quais é muitas vezes difícil ao sociólogo se manter no campo puramente sociológico.

17 – Alfred Sauvy (1898 - ? ) Sociologia Demográfica

Na atualidade, um dos grandes trabalhos sobre sociologia demográfica foi feita por Sauvy, onde ela é dividia em duas partes: uma que estuda, a luz da economia, o problema população, e outra, denominada biologia social, que trata, sociologicamente, desta questão.

Sauvy, depois de versar sobre a população primitiva, ocupa-se demoradamente da população da sociedade desenvolvida, analisada em função da noção de população ótima.

18 – Jacob Moreno (1892 – 1974) Sociometria

Psiquiatra judeu, nascido na Romênia do fim do século passado, Moreno cresceu em Viena - cidade-berço do Psicodrama e da Socionomia. Sua adolescência foi marcada por dificuldades familiares e pelo fato de ser um judeu vivendo na Europa numa época de profundas convulsões sociais.

As principais correntes ideológicas do século XX rejeitavam a religião e repudiavam a idéia de uma comunidade baseada no amor, altruísmo, bondade e santidade. Ao contrário, Moreno se colocou do lado de uma religião positiva. Sua ideologia se baseava em três princípios. O primeiro dizia que a espontaneidade e a criatividade são as verdadeiras forças propulsoras do progresso humano; mais importantes, em sua opinião, que a libido e as causas sócio-econômicas. O segundo dizia que o amor e o compartilhar mútuo são a base da vida em grupo. Enfim, o terceiro dizia que podia-se construir uma comunidade dinâmica baseada nesses princípios.

Após a Primeira Guerra Mundial, publicou "A filosofia do aqui e agora" e "As palavras do pai", em que expõe sua posição filosófico-religiosa. A esta ele sempre se manteve fiel. Mas sua linha de pensamento foi relegada para segundo plano pelos círculos intelectuais. No entanto, sua filosofia era a base teórica das técnicas de sociometria, psicodrama e terapia de grupo, que foram universalmente aceitas fora do contexto ideológico que as inspirou. Já para Moreno, sua doutrina constituía a parte mais revolucionária de seu trabalho.

A sociometria funda-se em um dos aspectos do social: o emocional.Todavia a sociometria é eficiente quando aplicada a pequenos grupos, apesar da perspectiva parcial com que encara fenômenos neles ocorridos.É de grande utilidade quando aplicada em fábricas, estabelecimentos comerciais ou repartições com o objetivo de descobrir líderes, formar equipes, a fim de obter melhor produtividade. É útil também a colégios, universidades, etc. assim, é técnica útil à sociologia industrial e a educacional.

19 – Talcott Parsons (1902 – 1979) - Teoria da Ação social

Talcott Parsonsfoi seguramente o sociólogo norte-americano mais conhecido em todo o mundo. Em geral, seus críticos entenderam-no como um pensador conservador, preocupado basicamente com o bom ordenamento da sociedade, sem ter muita tolerância para com a desconformidade ou a dissidência dos que podiam manifestar-se contra ela. Sua obsessão era determinar a função que os indivíduos desempenhavam na estrutura social visando a excelência das coisas. Era um estudioso da Estratificação Social não da mudança ou da transformação. Considera-se que a concepção social dele tenha sido influenciada diretamente pelo antropólogo Bronislaw Malinowski, um funcionalista , fortemente marcado pela biologia, daí verem em Parsons um admirador da organização de um formigueiro, no qual o papel dos indivíduos (das operárias à rainha-mãe) esta devidamente pré-determinado e ordenado em função da manutenção e aperfeiçoamento de um sistema maior.

A nova maneira de produzir os manufaturados começou a ser adotada em larga escala a partir da Primeira Guerra Mundial, difundindo-se de modo impressionante nos anos de 1920 por boa parte do mundo. Pode-se então dizer que Talcott Parsons foi, antes de tudo, o intelectual orgânico das novas técnicas produtivas adotadas pelas industrias: o taylorismo e o fordismo.

Agindo então tal como se fora um capataz de fábrica ou um engenheiro de produção, ele naturalmente via qualquer dissonância, crítica, protesto ou greve, como algo perturbador, como um "desvio", quando não uma expressão da patologia, que atrapalhava o todo. Para ele o sistema, como qualquer outro corpo biológico, não só era estável como buscava ser harmonioso, equânime e consensual, tendo manifestado hostilidade à perturbações desencadeadas por ataques de "bacilos". Desinteressando-se dos aspectos da transformação social sua inclinação deu-se em favor do equilíbrio e do consenso. Naturalmente que isso o posicionou a entender o indivíduo como expressão das estruturas, as quais ele devia manter e preservar. Caso isso não ocorresse entravam em ação os mecanismos do Controle Social (moral, ética, sistema jurídico e penal, etc.), como um instrumento preventivo ou corretivo.

O objetivo de qualquer sociedade era alcançar a homeostasis, a manutenção da estabilidade, do equilíbrio permanente, fazendo com que só pudéssemos entender uma parte qualquer a ser estudada em função do todo. Se bem que a organização de formigueiro pudesse atraí-lo, seguramente foi a racionalidade da produção fabril quem determinou a concepção da Teoria Social dele.

Expressões como "adaptação", "integração", " manutenção", largamente utilizadas por Talcott Parsons, colocam-no claramente no campo conservador do pensamento sociológico, alguém que via a política apenas como um instrumento de garantia do bom andar do todo, jamais como instrumento da transformação.

Conclusão

Concluímos que a Sociologia, através de seus métodos de investigação científica, procura compreender e explicar as estruturas da sociedade, analisando a relações históricas e culturais criando conceitos e teorias a fim de manter ou alterar as relações de poder nela existentes. Possui objetivos de manter relações que estabelecem consciente ou inconscientemente, entre pessoas que vivem numa comunidade, num grupo social ou mesmo em grupos sociais diferentes que lutam pra viverem em harmonia uns com outros estabelecendo limites e procurando ampliar o espaço em que vivem para uma melhor organização. Isto por que, cada pensador, cada sociólogo foi importante, com sua reflexão, para a construção de um todo. Particularmente, cada um em sua época pode perceber a fragilidade da sociedade construir soluções para ela. No decorrer das décadas, algumas teorias forma criticadas e outras aceitas, mas em suma, o importante foi que todo o pensar destes sociólogos resultou no que vivemos hoje, não numa sociedade amenizada de conflitos, mas numa sociedade habitável.

Referências

ARANHA, Maria L. de Arruda. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1986.

GUSMÃO, P. dourado de. Teorias Sociológicas. 2ª Ed.– Rio de Janeiro: Forense, 1967.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Auguste_Comte. Acesso em 26 de Agosto de 2009.

http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/tarde.html. Acesso em 26 de Agosto de 2009.

http://www.culturabrasil.pro.br/durkheim.htm. Acesso em 26 de Agosto de 2009.

http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/645632. Acesso em 26 de Agosto de 2009.

http://www.pucrs.br/famat/statweb/historia/daestatistica/biografias/Pareto.htm. Acesso em 26 de Agosto de 2009.

http://sociologia.incubadora.fapesp.br/portal/publicacoes-1/apostilas/introdsocio/view. Acesso em 26 de Agosto de 2009.

TOMAZI, Nelson Dacio. Introdução à Sociologia. 2ª Ed. São Paulo: Atual, 2000.


Autor: JAIME ROBERTO THOMAZ


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