Os Pensamentos



A Logosofia afirma que os seres humanos vivem num mundo onde imperam os pensamentos tendo a equivocada sensação de serem senhores de suas vidas, dos acontecimentos e do espaço físico que habitam. Em geral, são os pensamentos que perambulam pelos ambientes que governam a vida das pessoas. Veiculados pelos meios de comunicação, vão de mente em mente, impressos em livros, provenientes, muitas vezes, de mentes exóticas cujos donos de há muito se decompuseram sob lajes ancestrais que não conseguiram sepultar as idéias e os costumes que compõem o grande cemitério das chamadas tradições.

 

Mas o que é o pensamento? Sendo um produto da mente, não seria o homem o seu senhor? Onde ele está? Que sutil engenho poderia fotografá-lo? É invisível? A que mundo pertence?

 

A existência do pensamento como entidade psicológica, agente da inteligência e promotor da felicidade ou da desgraça do ser humano, segundo a sua natureza, é a prova mais cabal da existência de um outro mundo absolutamente desconhecido pela maioria das pessoas. Embora invisível, ele é perfeitamente detectável aos olhos do entendimento, desde que ele tenha sido convenientemente adestrado.

 

O caminho da evolução consciente proposto pelo conhecimento logosófico exige que a mente seja preparada para o conhecimento dos pensamentos e capacitada para a criação de outros novos, pensamentos próprios, filhos mentais gerados e educados pela pessoa que, através deles, pode chegar a sobreviver aos curtos anos de sua existência na Terra. O império dos pensamentos poderá ser substituído pelo império da inteligência através da reversão desta condição humilhante em que a maioria das pessoas se encontra, escravizadas por pensamentos que perambulam pelo mundo.

 

Pensar é criar idéias, soluções, resolver problemas, selecionar o que haverá de servir para tornar a vida feliz; é criar pensamentos que sirvam para o  aperfeiçoamento e superação da espécie. É um ato criativo onde a participação da sensibilidade é de extrema importância.
 

“Um edifício, antes de ser construído, está na qualidade de pensamento na mente do arquiteto; do mesmo modo, a escultura na do artista e, assim, tudo quanto antes de ser materializado permanece na mente como pensamento ou em estado imaterial”, escreveu González Pecotche, o criador da Logosofia.

 

A palavra que se pronuncia representa o pensamento que a anima; será inteligente e construtiva se assim for aquele pensamento. "Diga com quem anda e saberei quem você é" poderia ser substituído por: "pelo que você diz, eu saberei o que tem na mente".

 

Cuidar da mente, dos pensamentos e das palavras, significa cuidar da vida e zelar pelo conceito pessoal.

 

Para o pensador González Pecotche, o pensamento tem um corpo, uma alma e um espírito. O corpo é a palavra escrita, a alma a falada e o espírito a impronunciada, essência oculta que transcende a materialidade e transita na eternidade, consubstancial com o espírito humano que é divino.

 

O conhecimento – pensamento sutil – pode construir ou destruir, ampliar ou reduzir. Assim também a palavra, com suas luzes ou suas sombras, metáfora viva ou morta, humana ou desumana, ascendendo às alturas do conhecimento ou mergulhando nas trevas da ignorância.

 

A palavra, como o pensamento, pode unir ou desunir, eternizar-se ou sucumbir no esquecimento sob as lápides que sepultam o efêmero, a ignorância e as tradições. Ela, expressão vívida do pensamento, pode ser instrumento de paz e entendimento, conhecimento e  evolução, para que se possa viver nele e ali se encontrar e reconhecer no futuro.

 

Nagib Anderáos Neto

www.nagibanderaos.com.br

 

 

 

 

 

 


Autor: Nagib Anderáos Neto


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