“CENÁRIO ECONÔMICO – SETEMBRO DE 2009”
“CENÁRIO ECONÔMICO – SETEMBRO DE
Welinton dos Santos é economista
Após um ano do temporal que assolou o mercado financeiro, o Brasil sai mais forte da crise internacional, tanto em projeções econômicas como que políticas.
O país passou por um período de instabilidade, mas reagiu rápido aos problemas que surgiram da queda de demanda.
O pesadelo maior sem dúvida alguma foram os empregos perdidos no período provocados pela queda da demanda internacional que impactou sobre as empresas brasileiras exportadoras, em que vários seguimentos ainda estão procurando alternativas de sustentabilidade neste complexo sistema de mercado.
Na região do Báltico, países sofrem com queda de 30% do PIB (conjunto de todas as riquezas da economia) provocada pela falta de créditos e o protecionismo das economias européias. Os níveis estão próximos a década de 30.
No dia 15 de setembro de 2008, vivemos a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers e a seguir a venda do Merrill Lynch, dois de quatro gigantes de Nova York além da quebra de 77 bancos até 19 de agosto de 2009, nos EUA, que provocou uma fuga de capitais de vários países, desconfiança dos investidores e afetou diretamente a oferta de crédito para as empresas e consequentemente provocou a queda do PIB de vários países, na diminuição da demanda internacional por produtos e serviços. O efeito disto foi o elevado volume de desemprego provocado pela queda nas exportações na economia mundial em 2009.
Um exemplo deste cenário econômico preocupante foi à queda do volume de produção e vendas de veículos no mercado americano, segundo dados da ANFAVEA a produção nos EUA diminuiu de 4,891 milhões de veículos no primeiro semestre de 2008 para 2,334 milhões de unidades produzidas em 2009 e as vendas internas americanas diminuiu de 7,384 milhões de veículos em 2008 para 4,796 milhões de unidades vendidas em 2009, queda assustadora que provocou centenas de milhares de desempregados na economia daquele país.
A economia americana está recuperando a custa de um endividamento fiscal, que trará conseqüências à economia global no futuro.
Na busca da proteção de mercado, várias barreiras protecionista estão prejudicando a recuperação econômica de vários países que estão à mercê da própria sorte, o que pode provocar conflitos e problemas sociais graves as comunidades ali inseridas, a exemplo da diminuição das ajudas humanitárias.
O governo brasileiro conta com uma excelente equipe econômica, mas o aumento do endividamento financeiro público inevitável ao período pré-eleitoral, deixará a conta para o sucessor.
O combustível do crescimento de qualquer economia é o crédito, porque não foi aplicado antes para provocar o desenvolvimento?
O Brasil precisa de políticas econômicas arrojadas para manter a inflação sob controle e ao mesmo tempo provocar práticas comerciais que incentivem vários seguimentos empresariais e provocar o desenvolvimento auto-sustentável da economia nacional.
O incentivo para as práticas de mercado é importante, mas será mais relevante à busca de alternativas de sustentabilidade frente a realidades energéticas cada vez mais limpas e renováveis, não acredito que o petróleo possa fazer parte de um futuro mais limpo e de respeito à natureza, a não ser que investimentos maciços em tecnologia se façam presente para diminuição dos impactos provocados à natureza.
Apesar de parecer que vivemos o período da bonança do crédito farto e mais barato, muito ainda está por vir nos próximos meses, portanto a busca de alternativas na geração de empregos e renda, além do respeito ao meio ambiente devem fazer parte da agenda governamental.
O cenário mundial ainda preocupa, devemos evitar a acomodação e procurar soluções que ostentem a nova realidade de equilíbrio da economia nacional.
Autor: Welinton Santos
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