O Amor dos Corpos



O Amor dos Corpos

 

   Assim que a porta do quarto se fechou, o corpo congelou tomado pelo medo do desconhecido, da incerteza da decisão tomada. Tanto ímpeto de coragem e segurança abandonou o Ser, deixando completamente sozinho. Foi quando o desconhecido mostrou a sua face. Defronte, se coloca face a face: sucumbindo por um beijo, sente os seus lábios molhados com o gosto do baton; sua língua quente brandamente a procura da outra. – O pavor leva o corpo a calafrios. Imóvel continua. A insegurança logo percebida acalentada pelo silêncio e pelo abraço seguro. Retomado, em seguida, pelos beijos com sabor nunca antes provados. Delicadamente, aos poucos, foi despida; caindo o vestido aos pés; agora o corpo inicia sua nudez. – O toque sensível de suas mãos contorna o colo, desabotoa devagar o sutiã.

   A cada nova ação, o corpo arrepia em pavor. – Conduzida e estendida à cama sem possuir o controle de nada. Sempre a base da delicadeza, fica inerte. Assisti como espectadora a nudez se fazer agora diante dos olhos. O corpo nu, sobre o seu; os beijos contínuos, mais quentes e sempre delicados; agora com sabor acentuado, ardente e provocante; aquecem subitamente o corpo, provoca intenso calor. Os lábios percorrem a face, acompanhado das carícias do seu toque. – Devagar, desce na direção aos seios; a língua, molhada e quente a tocar os mamilos, arrebata o corpo com arrepios conseguintes. Curvada diante do corpo tímido a espera de suas carícias; começa a retirar o último obstáculo à entrega completa; a mão remove cuidadosamente diante da fragilidade imposta pela timidez. – A nudez se faz completa. Retorna rapidamente a aquecer o corpo com os beijos, elevando a excitação. A mão começa a caminhar através das curvas do corpo, ocupando os espaços com o tocar dos lábios. – Os lábios iniciam sua jornada nos seios com sensibilidade, finda abaixo do abdome, dando passagem aos dedos; com delicadeza toca o sexo, rompendo o silêncio do quarto com um gemido conquistado, a cada tocar, um gemido novo surge ganhando beijos excitados. O corpo estremece, a entrega está completa, o gozo toma conta do corpo; os beijos, as carícias e a respiração aceleram unidas, provoca a agitação extrema. – O êxtase eleva o corpo ao último gemido arrebatador.

   Quando as palavras se fazem ouvir no silêncio do quarto, novamente, em surpresa é tomada. O desconhecido declara o amor. – O desconhecido exalado pelo cansaço de total entrega ao sucesso do prazer oferecido, se entrega ao sono. Amor nunca apreciado da maneira que foi oferecido, em momento algum a tocou, apenas recebendo todas as carícias, os beijos e o prazer.


Autor: Eliane Maria da Silva Souza


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