"Geração Y no trabalho" - Resumo e Análise de um caso da Harvard Business Review de Tamara J. Erickson
Resumo
Josh Lewis é um assistente de marketing na Rising Entertainment. Ele estava completamente desestimulado com a sua atual realidade de trabalho naquela empresa. Era formado pela University of Southern California e tinha um objetivo de trabalhar diretamente com filmes que possuíssem uma crítica social.
No momento estava atolado numa tarefa enfadonha de consolidação de dados do faturamento de bilheteria internacional e nacional dos filmes da empresa. Seus amigos, da mesma faculdade, conseguem-no obrigar a fazer uma pausa para um lanche.
Na lanchonete discutem o fato da pouca participação que tem nas discussões da promoção do novo longa metragem Fire Force Five, em que está trabalhando para sua chefe, Sarah Bennet. Ele simplesmente não tem espaço para expor suas idéias de busca de novos canais de promoção como sites, blogs etc.
Sarah, ao receber a análise que esperava de Josh, acha seu trabalho medíocre – e de fato era. Recorda-se, inclusive, que no seu tempo se um assistente tentasse interferir nas questões discutidas na reunião, como Josh o fez, estaria perdido. Mesmo com pressa para buscar a sua filha no berçário, lembra do que o RH havia passado aos gerentes: “bajulem” os jovens funcionários. Assim, ainda que não apreciasse nada do trabalho feito, e, embora tivesse que no dia seguinte arrumar e ajustar muito a análise enviada, Sarah manda um mensagem estimuladora a Josh agradecendo pelo trabalho feito.
Nesse meio-tempo Josh é estimulado pelos amigos a tentar uma abordagem direta com Sam Smithstone, CEO, para vender seu “peixe”. Numa conversa rápida durante uma breve caminhada, Josh expõe suas idéias e acaba por agradar Smithstone que o pedi para apresentar aquelas idéias na reunião do dia seguinte, mas baseadas com dados e análise financeira – reunião que ele nem fora convidado antes e ainda teria que descobrir onde se realizaria. Josh fica entusia smado.
Na manhã seguinte, Smithstone encontra Sarah na cafeteria e comenta estar ansioso para ver a apresentação da idéias de Josh. Sarah fica surpresa. Do que se trataria isso, que idéias de Josh? Como Smithstone conhecera Josh? Ela ainda tinha dúvidas que Smithstone soubera quem ela, a chefe do departamento, era. Como saberia o nome de seu assistente?
No mesmo instante manda uma mensagem por celular a Josh pedindo para encontrá-la imediatamente em sua sala.
Análise
Aqui temos um caso de falha de comunicação e de alinhamento estratégico na gestão de pessoas. Em primeiro lugar, uma empresa do setor de multimídia não se pode dar o direito de não ouvir novas idéias de seus colaboradores. É um ambiente muito dinâmico em que a empresa está inserida, e ouvir as pessoas, principalmente os jovens, é essencial para a manutenção da competitividade empresarial.
Sarah, chefe da divisão de marketing de cinema, não só discorda das idéias de Josh como as desacredita. Fazendo isso, o desestimulo do trabalho é uma conseqüência. E, percebe-se uma idéia de trabalho totalmente hierarquizada partindo da própria gerente, um método de trabalho onde assistentes não têm vez.
Isso já é ruim por si só. Entretanto, para piorar a situação, ainda existe uma mascara que é colocada por cima do que ela realmente acredita. No caso, achou o trabalho de seu assistente medíocre, ainda assim, por recomendações do RH, devolveu estímulos positivos quanto ao trabalho. Há, portanto, uma divergência da política empresarial com a prática efetiva.
Fica claro que quando o Dept. de Rh pedi que os gerentes “bajulem” os jovens empregados, este quer na verdade que eles sejam ouvidos e estimulados em todos o meios possíveis. Essa é uma necessidade da geração Y: o reconhecimento pleno em tudo que fazem. Então, é evidente que Josh estaria se sentido desestimulado. E, ele sabe que fez um péssimo trabalho – ele tem consciência disso. Porém, dizer que o trabalho estava ótimo, não o fará mudar de atitude. Na verdade, só o desmotivará ainda mais.
Ao passar pela chefa e contatar o CEO diretamente, Josh não está desrespeitando Sarah, embora isso seja o que pareça, ele está na verdade lutando para “sobreviver” de um afogamento de trabalho e desmotivação.
Fica claro então que para que os dois possam se entender melhor será necessário uma conversa franca. Principalmente no que tange a uma abertura de consciência de Sarah de perceber que o momento atual é diferente daquele do início de sua carreira – onde havia uma forte hierarquização etc. Além disso, o RH precisaria analisar se a política da companhia, quanto aos estímulos aos jovens, está sendo empregada de acordo com o restante dos gerentes e seu subordinados, pois claramente não estava sendo adotada de maneira sincera por Sarah.
Autor: Augusto Rocha
Artigos Relacionados
Deus
Avis Rara
Angustia
A Chegada
Serenata De Amor
Abrazileirando O InglÊs
Os Vômitos