Falsa felicidade



Falsa felicidade

 

            Vivemos hoje em dias difíceis, onde a felicidade precisa ser estampada nos rostos das pessoas como se elas realmente vivessem com tal estado de espírito. Na verdade muitos de nós carregamos nesta vida o fado das injustiças sociais e pessoais. Da discriminação e do desrespeito à nossa dignidade, do nosso jeito de ser, das nossas limitações pessoais e imperfeições físicas num mundo egoísta e exigente.

            Percebe-se que ao ser humano não é dado o direito de explicitar suas franquezas, medos, inquietações e crises existenciais o que acarretaria conseqüências negativas para sua vida social e profissional. Esta situação causa ao ser humano um sofrimento psicológico que na pior das hipóteses pode até mesmo reduzir o seu tempo de vida neste planeta. O que interessante é que para a sociedade o que interessa é ter no seu meio pessoas felizes e irradiando felicidade como se na vida só existissem pessoas realizadas fisicamente, profissionalmente, na vida amorosa e familiar, o que infelizmente é uma falácia.

            Desde da sua gestação na barriga da mãe, uma pessoa estará impregnada de determinado traço de personalidade que o carregará ao longo da vida, associada ao meio social em que vive. Partindo deste principio podemos avaliar a nós mesmos, como somos e comportamos, num caminho da busca para entendermos nossas ações. Mas muitas vezes vem à tona indagações que mesmos sendo nós adultos, vem a nos afligir porque a depressão, a angustia e ansiedade parece nos rondar em determinados momentos da nossa vida. E auto-estima parece querer descer a escada escura e sombria da depressão e da morte. Procuramos um achar um culpado por assim ou assado, por que sou assim, por que acontece comigo e as perguntas só persistem.

            O que nos leva a acreditar e pressupor que a vida é realmente injusta e a nós não foi dado o direito de competir em igualdade de condição com demais pessoas da sociedade, no que diz respeito à beleza, talentos, emprego etc. As dificuldades financeiras é outro fator de desestabilização do psicológico do indivíduo, contudo este não é o mais relevante para seu desequilibro emocional, embora muitos põem o dinheiro como peça de sustentação da sua felicidade e que sem ele não há motivo para viver, como o caso de um empresário alemão que perdeu milhões de dólares com a crise mundial e a perda financeira foi motivo suficiente para o cometer o suicídio.

            Mas a questão crucial aqui é chegarmos num ponto comum de entendimento da felicidade que muito além de ser um estado de espírito é meio de passarmos por cima do real estado psicológico da alma. Onde estará o segredo da felicidade? As pessoas freqüentemente fingem estar feliz para agradar um parente, um amigo, um chefe do trabalho porque é consenso que uma pessoa feliz produz mais e melhor, mas ao fim do dia trabalho estafante sobra a angustia, a depressão e o sentimento de impotência diante das dificuldades que temos que enfrentar. E as pessoas que nos cercam nem sempre sabe que podemos ser solitários, ansiosos e tristes.

            Vemos a podridão da vida nos famintos da África, na corrupção desenfreada dos políticos brasileiros, na ganância e na safadeza de pastores que se enriquecem às custas dos seus fieis ingênuos e nos padres pedófilos, vemos também na violência gratuita das grandes cidades...Tudo isso concorrendo para o sentimento de derrota diante da vida. Vida essa que parece não ser digna de ser vivida. Cresce então no nosso meio a necessidade da compreensão próximo, de valorização do ser humano, da esperança na justiça divina. Do contrário teremos cada vez mais indivíduos pensando só em si, na obtenção da vitória a qualquer custo e uma sociedade doente, fria e desprovida de esperança de um futuro melhor.

            Já para as crises existenciais culpamos até Deus, uma vez que ele é o nosso criador e só ele poderia ter evitado que o mal surge neste planeta. Culpamos também nossos pais, sendo eles originadores do nosso perfil psicológico e deles carregamos a nossa herança genética. Enquanto não achamos um culpado pela má sorte nossa de cada dia, ficamos a esperar pelo bom senso dos nossos governantes, das pessoas que nos cercam e temos que nos defender das injustiças e buscar uma posição melhor na sociedade. Necessitamos que o próximo nos valorize e nos estime no intuito de elevarmos nossa auto-estima. E por fim se Deus existe que o nosso sofrimento tenha fim e nos abençoe ou  viver a vida não terá valido a pena.


Autor: gesiel meira


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