Meu pai é o cara



Tocou violão e cantou ... com a "Moreninha Linda", conquistou minha mãe ...
namorou, noivou, casou...
fecundou-a, uma, duas, três, quatro e na quinta vez, fui eu que nasci ...
ele já tinha cinco mulheres em sua vida, mas guardou reservas para amar a mim ...
pegou-me no colo, levou-me pra passear, carregou-me pra cama quando eu fingia ter dormido no sofá, erguia-me de pernas pro ar, pra eu rir até não aguentar mais...
deu-me livros e mais livros ...
todos os causos, parlendas, trava-línguas me ensinou a recitar ... a tabuada de trás pra frente e de frente pra trás, me ensinou a cantar ...
envelheceu... a "Moreninha Linda" também... ao lado dela está, faz seu almoço, amassa o pão, lava a louça, já que ela, tem dias, que nas mãos não tem mais forças...
sempre que o sogro vai parar no hospital, ele vai pra lá o cuidar, e diz pra todo mundo, que é porque lhe roubou sua rosa mais linda e com ela plantou um jardim de pérolas ... virou poeta ...
entrou no mundo virtual...
há 700 km, me surpreende, parece que adivinha... é só eu ficar triste, me sentir só, pra receber torpedos ... dizendo: "Meu bebê, eu te amo, minha loirinha" ...
"Meu pai é ou não é o cara?"
Morram de inveja!!!
Autor: Marcia Dalva Machinski


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